- O pregão desta terça-feira (11) foi marcado por bom humor no câmbio e na Bolsa após divulgação do IPCA de março
- O dólar bateu os R$ 5 pela primeira vez desde junho de 2022
- Especialistas explicam que, com desaceleração da inflação, sentimento de risco no mercado doméstico melhorou
O dólar fechou a terça-feira (11) cotado a R$ 5, depois de uma queda de 1,16%. É a primeira vez que a cotação de fechamento da moeda americana atinge esse patamar desde o dia 10 junho de 2022. Uma queda ainda mais relevante levando em conta que, em meados de março deste ano, o dólar se aproximou dos R$ 5,30.
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Luiz Felipe Bazzo, CEO do transferbank, destaca no entanto que a queda do dólar não ocorreu apenas frente ao real. “A moeda americana está refletindo o resultado da inflação menor que a esperada, mas vale lembrar que a desvalorização do dólar ocorre também contra outras divisas emergentes, como o peso mexicano e o peso colombiano”, pontua.
Por aqui, a queda do dia foi impulsionada principalmente pela divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) relativo a março. A inflação do mês ficou em 0,71%, abaixo das estimativas do mercado.
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A desaceleração da inflação deu ânimo aos investidores, com a perspectiva de que o Banco Central possa, em breve, iniciar o ciclo de cortes na taxa de juros, estacionada em 13,75% ao ano desde agosto do ano passado. Além do alívio no câmbio, o sentimento mais positivo fez o Ibovespa dar um salto de 4,29% no pregão, aos 106.213,76 pontos.
“É um dia em que claramente o Brasil está se destacando em relação a outros mercados financeiros do mundo, com uma percepção de risco menor”, explica Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimento.
Segundo ele, a queda do dólar apenas traduz um pouco desse sentimento, visto também na Bolsa e na curva de juros futuros, que também cedeu durante o pregão. “Tudo isso ajuda bastante a vender o ‘case Brasil’ para os estrangeiros que, por mais que prefiram uma taxa de juros maior, também veem a redução do risco por aqui”, diz Cruz.
As quedas do dólar vão continuar? Especialistas dizem até onde a cotação da moeda americana pode chegar no curto prazo. Veja nesta reportagem.