Publicidade

Investimentos

Covid amplia tendência ao protecionismo e fortalece empresas de infraestrutura

Veja as ações que podem se destacar com o processo de 'desglobalização'

Covid amplia tendência ao protecionismo e fortalece empresas de infraestrutura
Foto: Pixabay
O que este conteúdo fez por você?
  • Uma das consequências da crise econômica provocada pela covid-19 é a aceleração do processo de ‘desglobalização’, de acordo com o banco internacional BNP Paribas
  • Para Caio Mercadante, estrategista chefe do banco BNP Paribas, ficou evidente na pandemia a dependência de várias empresas com os produtos chineses, porque houve interrupção repentina nas cadeias de abastecimento
  • Agora, os países e empresas devem atuar de forma a reduzir a dependência externa e mitigar riscos relacionados à desabastecimento

A crise econômica provocada pela covid-19 gerou algumas consequências, como a aceleração do processo de ‘desglobalização’, ou seja, da priorização da indústria nacional em detrimento das importações e o fortalecimento das empresas de infraestrutura, que favorece o investidor que tem ações do setor na carteira. É o que diz o relatório ‘Teses de investimento para 2020 pós Covid’ do banco BNP Paribas, enviado com exclusividade ao E-Investidor.

De acordo com a análise, a tendência ao protecionismo está produzindo uma remodelação nos centros de produção pelo mundo. “Esperamos que a redistribuição das cadeias de abastecimento beneficie os países do sul da Ásia para produtos de baixo custo, assim como Taiwan e Coréia do Sul para componentes e produtos sofisticados relacionados à tecnologia. Nos EUA e na Europa, a tendência de repatriar as capacidades de produção está acelerando”, diz o documento.

No primeiro momento, o efeito imediato dessa nova configuração é o aumento de investimento em infraestrutura, o que beneficia empresas do segmento e se tornam opções ainda melhores para os investidores. “Eu acredito que no Brasil a gente tem muito a surfar nessa onda, já que exportamos muitas commodities”, afirma Bruno Musa, sócio da Acqua Investimentos. “Suzano (SUZB3), Klabin (KLBN4), Gerdau (GGBR4) e demais exportadores de materiais básicos de mineração e siderurgia podem se destacar.”

Publicidade

Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos

O que o especialista diz faz sentido. O primeiro indicador da B3 a ficar positivo no ano foi justamente o Índice de Materiais Básicos (IMAT), com valorização de 2,42%. O Objetivo do benchmark é medir o desempenho da indústria nacional de materiais básicos, da qual fazem parte empresas de papel e celulose, mineração, siderurgia e petroquímica.

Para Victor Hasegawa, gestor da Infinity Asset, toda essa situação também deixa um legado de diversificação. “O mundo todo é, no geral, muito dependente da China, esse movimento de ruptura é estratégico”, afirma. “Agora os países e companhias vão investir em diversificar fontes, e o Brasil pode ser que tenha mais competitividade para exportar produtos industrializados caso tenhamos as políticas certas.”

Essa também é a opinião de Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos. “As companhias sempre tentam diminuir riscos, então se antes elas tinham uma única fonte de insumos, agora vão querer diversificar”, explica. Entretanto, ainda seriam as empresas ligadas à China as mais fortes no pós-pandemia. “Foi o primeiro país a se recuperar, então as companhias ligadas a ele se recuperaram mais rápido também, dada a fraqueza generalizada nos mercados. Grandes exemplos são Vale e Petrobras.”

Disputa por EPIs é exemplo de dependência

“Houve um movimento de reversão do comércio global durante a pandemia”, diz Caio Mercadante, estrategista-chefe do BNP. “Algumas empresas começaram a se ver dependentes de insumos produzidos em outros países”, explica. Para o especialista, um dos exemplos mais claros de aceleração desse movimento está na relação dos países com a China.

“Ficou evidente na pandemia a dependência das empresas com os produtos chineses, principalmente relacionados à saúde, porque houve interrupção repentina nas cadeias de abastecimento e nas economias como um todo”, aponta Mercadante.

Publicidade

Quando a pandemia começou a avançar por países da Europa e Estados Unidos, um dos grandes desafios a serem enfrentados foi a escassez de equipamentos de proteção individual (EPIs). O motivo é que grande parte desses produtos são de origem chinesa, como as máscara N95, essenciais para profissionais da saúde.

Segundo Musa, da Acqua, ainda é incerto se esse cenário irá se manter, mas o atual movimento voltado ao protecionismo é indiscutível. “A gente vê muitos países, como Japão, fazendo boicote à China, impedindo que as empresas de 5G e tecnologia chinesa entrem em licitações, por exemplo.”

O aumento da demanda por EPIs para o enfrentamento do coronavírus motivou inclusive uma disputa global pelos equipamentos. Em meados de janeiro, os EUA foram acusadas de ‘segurar’ cargas de máscaras e respiradores que passavam pelos portos americanos, mas que eram destinadas a países como França e Alemanha, e até mesmo endereçadas ao Brasil.

“Aquelas companhias que são mais globais vão buscar de alguma forma internalizar ou repatriar alguns processos, para diminuir essa dependência”, explica Mercadante. “Por outro lado, as empresas que têm foco mais local se tornam mais interessantes nesse ambiente.”

Publicidade

Web Stories

Ver tudo
<
RG para pets? Descubra qual será o custo do novo documento
Nota Fiscal Paulista: veja quando o prêmio de janeiro será sorteado
Esta é a bandeira da conta de luz de janeiro; descubra se vai pagar mais ou menos
Qual o valor do Bolsa Família em 2025?
O que muda na aposentadoria em 2025? Confira as alterações
11 ações favoritas de Louise Barsi para turbinar seus dividendos em 2025
Seis riscos que não devem ser ignorados por quem quer investir em fundos imobiliários
Seu Bolsa Família foi negado? Saiba como reativar o benefício
Isenção do IPTU: descubra como livrar seu imóvel do imposto
6 gastos que você precisa estar preparado para pagar logo no início do ano
CNH gratuita? Descubra quem tem direito e como conseguir
IPVA 2025: como consultar o valor em São Paulo? Veja passo a passo
>