Os juros futuros fecharam a terça-feira em baixa, respaldados pelo otimismo sobre a votação do novo arcabouço fiscal na Câmara. Sinais de confiança emitidos pelos principais atores envolvidos na tramitação do texto em Brasília e o placar elaborado pelo Estadão/Broadcast indicando aumento na projeção de votos favoráveis deram apoio à devolução de prêmios, acelerada a partir do meio da tarde com a virada para baixo nos juros dos Treasuries.
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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 encerrou em 13,30%, de 13,313% no ajuste de ontem, e a do DI para janeiro de 2025 fechou a 11,68%, de 11,73% ontem. O DI para janeiro de 2027 fechou com taxa de 11,20%, de 11,33% ontem, e a taxa do DI para janeiro de 2029 caiu de 11,65% para 11,51%.
Até meados da manhã, houve certa volatilidade na curva, com o mercado reticente em montar posições firmes na ponta vendedora, aguardando o desfecho das reuniões que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teria com os presidentes da Câmara e Senado e com o relator da proposta do arcabouço, Claudio Cajado (PP-BA). Além disso, o avanço dos rendimentos dos Treasuries segurava o alívio nas taxas locais.
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Ainda na etapa matutina o mercado começou a melhorar, quando o Placar do Arcabouço mostrou avanço nos votos a favor de 140 ontem para 149 – no fim da tarde eram 150. Cajado, à GloboNews, disse acreditar que o placar a favor possa ficar igual ou maior ao registrado na votação sobre a urgência do texto na Câmara, que foi de 367 votos. A aprovação do novo marco fiscal precisa dos votos de 257 deputados.
Na medida em que as autoridades manifestavam otimismo e alinhamento sobre o texto no decorrer do dia, a queda das taxas foi se consolidando, especialmente nos vértices longos, mesmo em meio à dúvida sobre se a votação seria hoje ou ficaria para amanhã. No fim da tarde, o relator informou que a votação será ainda hoje. Haddad disse que a reunião “foi boa porque firmou entendimento para votar o marco fiscal e a reforma tributária”. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), destacou a interlocução do Executivo com o Congresso, a harmonia entre as duas Casas.
O estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, disse que o mercado buscou se antecipar à votação que, na sua avaliação, deve ser “expressiva”, “com boa margem”. Para ele, se concretizado este cenário, fica a impressão de que o governo deve ter amplo apoio também para outras matérias. “O que não é bem verdade. Deve haver dificuldades, por exemplo, em pautas como a redução de benefícios fiscais”, previu.
Em boa parte do dia, a confiança na votação do arcabouço favoreceu não só os juros como também o real, que era destaque entre seus pares, com o dólar aqui operando na contramão da alta no exterior. À tarde, porém, a moeda americana zerou as perdas com o aumento da aversão ao risco lá fora. Os DIs, contudo, não só se mantiveram em baixa, como ampliaram a queda, na medida em que os yields dos Treasuries passaram a cair.
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A melhora da percepção fiscal abriu espaço para o Tesouro colocar lote grande de NTN-B no leilão desta terça-feira. A instituição vendeu integralmente a oferta de 2,5 milhões de títulos, com risco para o mercado de 21% maior do que na semana passada, segundo a Warren Rena. Especialista em renda fixa, Alexandre Cabral destacou no Twitter que o volume, de R$ 10,685 bilhões, foi o maior do ano e que o papel para 15/8/2028 foi o único dos três ofertados com taxa em alta em relação ao último leilão. “Muito bom leilão. Tesouro está conseguindo emitir sem esforço”, observou.