- Aluguel por assinatura tem chamado a atenção principalmente de jovens
- Nos últimos cinco anos outros nomes surgiram no mercado, como as startups Charlie, Housi e Yuca
O conceito de “tudo através de cliques”, comum no setor bancário com a solidificação de bancos digitais, chegou para o mercado imobiliário com o surgimento das plataformas de aluguel por assinatura. Esse novo formato de moradia tem suas vantagens e desvantagens e tem chamado a atenção principalmente de jovens, que prezam por trâmites mais rápidos e descomplicados na busca por uma casa ou apartamento para morar.
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“Com poucas horas, eu reuni todos os documentos e dados necessários, sem sair da minha casa. Mesmo com valores um pouco maiores do que a média das opções que encontrei com imobiliárias, optei por seguir com o modelo de assinatura pois vi em tal escolha um investimento que traria como retorno uma economia de tempo e energia enorme no meu dia a dia”, relatou o estudante de sistemas da informação, Felipe Moreira.
Ele alugou um apartamento compartilhado pela Share, uma plataforma cujo foco está no nicho dos estudantes universitários. Nos últimos cinco anos, porém, outros nomes surgiram no mercado de aluguel por assinatura, como as startups Charlie, Housi e Yuca.
Adaptação ao mercado
Nem todas as startups nasceram exatamente com esse foco. O Charlie, por exemplo, ao perceber o movimento de mercado, correu para se adaptar, como explica Allan Sztokfisz, co-fundador e CEO da plataforma.
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Criada em 2020, a startup tinha como foco perfis de pessoas que viajam a lazer, trabalho, para um curso ou evento. “A crescente busca por novos formatos de locação e de maneiras mais flexíveis de morar nos levou a ampliar nossa atuação e possibilitar que nossos clientes fiquem por mais tempo, semanas, meses, anos”, disse.
A Housi, criada um ano antes, em 2019, também tinha outro foco: ela surgiu como uma opção de renda passiva para pequenos investidores, mas logo depois avançou para o nicho por assinatura, Em 2023, também adentrou ao “smart living”, oferecendo serviços de aluguel, como de bikes e itens de utilidade (secador, furadeira, dentre outros).
“É vantajoso alugar por assinatura, porque o morador não precisa se preocupar com fiador, depósito caução nem mesmo em contratar individualmente serviços básicos como de água, luz, internet. Além de não se preocupar em comprar mobílias ou fazer pequenos reparos como trocar uma lâmpada e renovar a pintura”, comentou Alexandre Lafer Frankel, CEO da Housi.
Adesão de consumidores
Ao oferecer, além do aluguel, pacotes que incluem todas as contas, como água, luz, internet, gás, Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), condomínio e, em alguns casos, serviços de limpeza e manutenção (encanador ou eletricista), as startups encontraram um nicho de consumidores. Segundo o planejador financeiro da Fiduc, Valter Police Júnior, esses inquilinos aceitam pagar valores um pouco acima para não terem dores de cabeça.
“A mobília também é uma coisa a menos que você precisa se preocupar, porque boa parte dos imóveis já vêm mobiliado. Então, o inquilino não precisa comprar os móveis, medir, instalar. Isso são facilidades que têm muito valor”, comenta.
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Atuando com investidores, na conversão de hotéis e hospedagem, o Charlie conta com mais de 2,8 mil unidades já contratadas, representando, aproximadamente, R$ 1 bilhão em ativos sob gestão. A startup também opera mais de 1,7 mil apartamentos equipados para estadas de curto a longo prazo em São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro. “Para os próximos anos, a expectativa do Charlie é alcançar a meta de 15 mil apartamentos sob gestão e R$ 7 bilhões em ativos”, disse Sztokfisz.
A Housi, por sua vez, já está presente em mais de 120 cidades, com mais de 60 mil apartamentos embarcados e uma marca avaliada em cerca de R$ 20 bilhões. “Somos uma empresa de tecnologia que oferece experiência de moradia inteligente conectada a diversos serviços e facilities para otimização de tempo e recursos”, afirmou Frankel.