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- O índice encerrou o pregão em baixa de 0,20%, aos 119.622,40 pontos
O pessimismo com a economia chinesa após um corte menor do que o esperado nas taxas de juros do país induziu uma correção de preços na Bolsa brasileira, que levou o Ibovespa a uma queda de 0,20%, a 119.622,40 pontos, nesta terça-feira, 20. Apesar da baixa diária, o índice ainda sustenta alta de 0,73% na semana, enquanto investidores aguardam a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa Selic nesta quarta-feira, 21.
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Em meio à fuga global de ativos de risco desencadeada pelos temores com a China – que levou a quedas de Dow Jones (-0,72%), S&P 500 (-0,47%) e Nasdaq (-0,16%) em Nova York -, a referência da B3 passou praticamente todo o pregão no negativo, entre a mínima de 118.415,66 pontos (-1,20%) e a máxima de 119.857,76 pontos (estável). O giro financeiro atingiu R$ 25,5 bilhões na sessão.
“Teve um movimento de realização muito mais pela espera por esta quarta-feira, quando o mercado acredita que o Banco Central deverá manter a taxa de juros em 13,75%, mas com sinalizações de cortes”, diz o operador de renda variável da Manchester Investimentos Gabriel Mota. “Basicamente, todos os ativos ficaram em compasso de espera, à exceção da Vale, que recuou mais por causa do corte de juros menor na China.”
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Os papéis ordinários da Vale cederam 2,58% no pregão, a terceira maior baixa do Ibovespa, em um dia negativo para empresas metálicas e de siderurgia devido aos temores com relação à demanda chinesa. O índice de materiais básicos recuou 1,14%, a queda mais intensa entre os setores, puxado também por Gerdau Metalúrgica PN (-0,65%) e CSN ON (-2,24%).
O recuo das exportadoras respondeu à decisão do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) de cortar as suas taxas de juros de um e cinco anos em 0,1 ponto porcentual, enquanto uma parcela do mercado esperava redução de 0,15 ponto. Sem sinais de estímulos à economia pelo governo do país, o dia foi marcado por quedas de 0,92% dos preços do minério de ferro e de até 1% no petróleo.
Mesmo assim, os papéis da Petrobras fecharam em alta de 0,49% (PN) a 0,26% (ON), beneficiados pela entrada de fluxo estrangeiro para a B3 e, consequentemente, para a empresa. “O desempenho da Petrobras parece se dever mais a uma questão de fluxo, porque é um ativo que está depreciado desde a época da eleição”, diz Mota, lembrando que o dia acabou se mostrando misto para as petroleiras.
À véspera da decisão do Copom de junho, segmentos sensíveis aos juros avançaram, com ganhos de 1,05% no índice imobiliário, de 0,68% entre small caps e de 0,43% no setor de consumo – os dois últimos fechando nas máximas do dia. O índice financeiro encerrou com ganho de 0,20%, puxado pelas units do BTG Pactual (+2,47%). Também tiveram alta os segmento de utilities (+0,87%) e elétricas (+1,06%).
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No noticiário doméstico, a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado adiou para esta quarta-feira o debate sobre o novo arcabouço fiscal após parlamentares da oposição terem pedido vistas do relatório do senador Omar Aziz (PSD-AM). Aziz retirou do limite de gastos o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), o Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) e despesas com ciência, tecnologia e inovação.
Na ponta positiva do índice, os destaques ficaram com BRF ON (+4,86), Raízen PN (+4,53%), Energisa Unit (+4,28%), JBS ON (+4,15%) e Lojas Renner ON (+3,85%). Em contrapartida, as maiores quedas do Ibovespa partiram de Embraer ON (-4,65%), Braskem PNA (-2,91%) e Weg ON (-1,91%), além dos papéis ordinários da Vale e da CSN. Dos 86 papéis que compõem o Ibovespa, 49 avançaram.