- Dos 10 fundos selecionados, sete são do segmento de papel que conseguem entregar mais rápido ao investidor os reajustes da inflação e da taxa de juros
- O retorno no acumulado do semestre equivale um dividend yield acima de 1% para os cotistas
- Além disso, com base no seus históricos, os FIIs consegue entregar até o fim do ano um DY acima da Selic
A perspectiva de queda da taxa de juros a partir de agosto e o recuo da inflação nos últimos meses não impediram os fundos imobiliários de papel entregarem aos seus cotistas dividendos acima de 1% ao mês em 2023. Segundo dados da Economatica, dos 10 FIIs mais rentáveis do ano, sete são do segmento de recebíveis, que investem em títulos relacionados ao mercado imobiliário.
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Devido a essa característica, esses fundos costumam entregar aos investidores de forma mais rápida a variação da inflação e da taxa de juros nos seus rendimentos.
De acordo com o levantamento, a rentabilidade dessa categoria ficou entre 8,77% a 7,68% no acumulado do ano, o que representa um retorno entre 1,28% a 1,46% ao mês. No ranking, o FII KIVO11 foi o que mais se destacou entre os fundos selecionados por pagar o maior dividendo em 2023.
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O FII híbrido MGHT11 também conseguiu entregar o mesmo percentual durante o período. No entanto, ao olhar para os rendimentos no acumulado dos últimos 12 meses, a sua rentabilidade foi de apenas 12,68%, enquanto o KIVO11 entregou um dividendo de 16,42%.
O problema é que, na avaliação de Felipe Paletta, analista e sócio da Monett, os FIIs de papel ou de recebíveis, como também são conhecidos, aos poucos vão perdendo o “brilho” com a mudança de cenário econômico. Segundo o último boletim Focus, a Selic (a taxa básica de juros) deve encerrar o ano no patamar de 12,25%. Ou seja, uma redução de 1,5 ponto percentual até dezembro. A retração se deve ao recuo da inflação que, de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segue no patamar de 3,94% nos últimos 12 meses.
Por esse motivo, Paletta acredita que esses fundos que costumam entregar com mais facilidade aos investidores as variações desses indicadores não devem entregar uma rentabilidade semelhante nos próximos meses. “Estão passando por uma correção e estabilização de preço. Estamos vendo uma retração dos índices de inflação e é natural que esse movimento (de baixa rentabilidade) aconteça”, ressalta Paletta.
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Já os fundos de tijolo devem ganhar notoriedade ao longo do segundo semestre. Esses FIIs, que investem em imóveis reais, possuem um desconto médio nos preços das suas cotas em torno de 30% ao valor considerado justo pelo mercado.
Mesmo diante dessa desvalorização, um fundo desta categoria conseguiu entrar no ranking dos mais rentáveis do semestre. Foi o RBOP11 que pagou aos investidores um dividendo de 7,97% em 2023. No acumulado dos últimos 12 meses, o porcentual dispara e chega a 23,52, equivalente a um dividendo de quase 2% ao mês.
Apesar da boa rentabilidade, vale lembrar que os dados apresentados não são garantia de performance futura. Por isso, o investidor precisa ter uma análise mais aguçada na hora de escolher os ativos pata reformular a carteira de investimentos. Diversificação geográfica, a qualidade dos empreendimentos que compõem o fundo e a gestão por trás do FIIs são os principais pontos que não podem ficar de fora do radar do investidor.