- De acordo com o Estudo De Investidores Globais 2020, entre os investidores que se consideram ‘especialistas’, 48% preferiria procurar informações em bancos ou consultores independentes, seguido de gestores de patrimônio (35%) e empresas de seguro (34%)
- Na outra ponta, os investidores que se consideram ‘iniciantes’ e têm conhecimento básico em finanças, mostram maior tendência a acatar o conselho de amigos (36%) e fazer as pesquisas por conta própria (31%)
- A pesquisa entrevistou 23 mil investidores, de 32 países diferentes
Quanto maior o conhecimento em finanças, mais os investidores tendem a diversificar as fontes de aconselhamento financeiro e dar prioridade para instituições confiáveis. Entre quem se considera “especialista”, por exemplo, 48% procuraria informações em bancos ou consultores independentes, seguido de gestores de patrimônio (35%) e empresas de seguro (34%). Esse perfil de investidor tem menor tendência de confiar em si (29%) para pesquisar sobre o assunto ou acreditar em recomendações de amigos (27%).
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Na outra ponta, os investidores que se consideram “iniciantes” e têm conhecimento básico em finanças mostram mais tendência a acatar o conselho de amigos (36%) e fazer as pesquisas sozinho (31%). A preferência por pessoas próximas para fazer recomendações supera a busca por profissionais do mercado, como consultores (30%) e gestores (21%). Entretanto, a maioria também confiaria em bancos (46%) como fontes preferenciais de informação.
Essa foi uma das constatações do ‘Estudo de Investidores Globais 2020’, de autoria da gestora Schroders Brasil e enviado com exclusividade ao E-Investidor. A pesquisa entrevistou 23 mil investidores, de 32 países diferentes. Foram consideradas pessoas que investirão pelo menos 10 mil euros, ou equivalente, nos próximos 12 meses e que fizeram alterações em seus investimentos nos últimos 10 anos.
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De acordo com Daniel Celano, Country Head da Schroders Brasil, apesar de curiosa, essa é uma situação que vem sendo estudada na área de ciência comportamental em finanças. “No final, quanto mais você sabe, mais você vê que precisa de ajuda”, explica. “Agora quem sabe pouco tem mais tendência a ficar super confiante, até porque não entende a complexidade que o tema requer e os riscos.”
Nessa conjuntura há também um recorte por idade. Entre os investidores com mais de 71 anos de idade, mais da metade (58%) prefere fazer as pesquisas de investimentos por conta própria. Já na faixa etária mais jovem da pesquisa, de 18-37 anos, essa confiança em si quando o assunto é finanças diminui consideravelmente, para 26%.
“Vemos a confiança em todas as fontes de aconselhamento [bancos, consultores, seguros, gestores e amigos], exceto para aqueles que “fazem as próprias pesquisas”, diminuindo à medida que a idade aumenta”, diz a Schroders, no documento.
Para Celano, apesar de essa busca ser menor entre iniciantes, a tendência para os próximos anos é que cada vez mais pessoas procurem aconselhamento financeiro com profissionais do mercado, independentemente da fonte. “Talvez com os juros em 13% não precisássemos tanto de especialistas em investimentos. Agora, com um juro nominal mais baixo, precisamos de profissionais que busquem a mais alta performance”, diz.
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No Brasil, a maioria dos investidores ouvidos procuraria aconselhamento financeiro de um consultor independente (52%). A segunda fonte preferida seriam os bancos (46%), seguidos por seguradoras (31%), corretores ou gestores (35%) e amigos ou familiares (27%).
Quem acompanha mais a carteira?
Antes da crise da covid-19, cerca de 35% dos investidores pensava nos investimentos pelo menos uma vez por semana. Após a pandemia, essa porcentagem saltou para 49%, com destaque para quem se considera “especialista” ou possui bom conhecimento em finanças. Entre esses, a probabilidade de pensar nos investimentos semanalmente é oito vezes maior do que para um investidor iniciante.
Contudo, o acompanhamento mais frequente da carteira não se traduz necessariamente em maior preocupação. Apesar de mais propensos a pensar nos investimentos, 44% dos investidores com mais bagagem de conhecimento financeiro afirmam se preocupar pouco com a queda nas aplicações por um curto período. Outros 23% garantem não ter nenhum tipo de preocupação com esse tipo de impacto.
Outra contradição apontada no estudo foi na composição de portfólio, frente aos interesses dos investidores. A maioria dos entrevistados disse preferir uma estratégia de investimento ativa (quando o objetivo é superar os indicadores do mercado).
Cerca de 81% deles, por exemplo, prefeririam uma abordagem de investimento baseada em avaliações detalhadas de uma empresa e sua lucratividade futura potencial. Mas, quando é feita a análise das carteiras, a maior parte delas (53%) é passiva, ou seja, segue índices do mercado.
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“Cai naquela questão de educação financeira. O investidor gosta mais de um produto, mas acaba investindo naquilo que é considerado mais fácil”, diz Celano.