- Investir na moeda da maior economia do mundo é tentador para muitos. O dólar é considerado um ativo de segurança e é para ele que grande parte do mercado corre quando os riscos aumentam
- Mas, calma. Antes de sair por aí comprando dólares, é importante ter em mente que esse investimento requer cuidados
- Pensando em te ajudar nessa decisão e evitar que você perca dinheiro, junto com especialistas, o E-Investidor esquematizou as principais formas de investir em dólar
Investir na moeda da maior economia do mundo é tentador para muitos. O dólar é considerado um ativo de segurança e é para ele que grande parte do mercado corre quando os riscos aumentam. Isso ocorre porque as chances de inadimplência dos Estados Unidos são considerada baixíssimas.
Leia também
Mas antes de sair por aí comprando dólares, é importante ter em mente que esse investimento requer cuidados. “A volatilidade (variação) cambial é uma das maiores que existe. Por isso, prever o comportamento do dólar é bastante complicado”, pontua Rachel de Sá, chefe de economia da Rico Investimentos.
Por ser uma variável macroeconômica, o dólar é influenciado por diversos eventos econômicos, políticos, fiscais e monetários, além de ter o preço impactado por expectativas do mercado. E muita gente precisa comprar a moeda para viajar ou até mesmo investir.
Publicidade
O E-Investidor entrevistou especialistas que dão dicas de como investir em dólar. Confira.
Leia também: Gestores comparam renda fixa nos EUA e no Brasil. Qual eles escolhem?
1. Comprar diretamente a moeda
É possível, através do Mercado de Câmbio (Forex), comprar e vender diferentes moedas com o objetivo de lucrar com as variações do câmbio. Trata-se, porém, de um mercado altamente instável e que exige conhecimento prévio do investidor, comenta Marina Prieto, professora de contabilidade da ESEG – Faculdade do Grupo Etapa.
Para Rachel de Sá, só faz sentido comprar diretamente dólares se houver um objetivo claro para isso, como uma viagem internacional. “Há formas melhores de investimento dolarizado que não dependem exclusivamente da variação do câmbio”, justifica.
2. Por meio de ETFs
Os ETFs são fundos negociados em bolsa. Além da variação cambial, esses ativos são impactos por determinados índices aos quais estão atrelados. “No caso do IVVB11, ETF atrelado ao S&P 500, um dos principais índices da bolsa de valores americana, o fortalecimento do dólar aumenta a sua valorização, mas o desempenho das ações listadas no índice também”, explica De Sá.
Segundo Prieto, investir em fundos cambiais, como os ETFs, é uma forma de diversificar a carteira de investimentos, normalmente composta por ações e títulos. “Isso pode ajudar a reduzir o risco da carteira, pois as moedas frequentemente se comportam de maneira diferente dos outros ativos”, diz.
3. Títulos do Tesouro dos EUA
Assim como acontece no Brasil, nos Estados Unidos também é possível investir em títulos do Tesouro, ofertados pelo governo. No caso, eles são chamados de Treasures e são considerados extremamente seguros. “Isso ocorre porque eles são emitidos pelo governo dos EUA, considerado altamente solvente. Além disso, os rendimentos destes títulos são geralmente fixos e previsíveis”, comenta Prieto.
Publicidade
Vale destacar também que, na quinta-feira (17), os juros longos dos títulos do Tesouro americano bateram novo recorde. O T-bond de 30 anos chegou ao maior rendimento desde abril de 2011, conforme informamos nessa matéria. O resultado trouxe atenção para o investimento e pode ser atrelado à perspectiva de alta dos juros da maior economia do mundo pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) em setembro.
4. Commodities
A compra de matérias-primas físicas, como metais, energia e produtos agrícolas também é uma forma de investir na moeda americana. Muitas dessas commodities são negociadas em dólar, como o petróleo e o ouro, por isso, o desempenho do dólar impacta seus rendimentos.
5. Comprar ações de empresas americanas
Ainda, é possível investir em dólar a partir da compra de títulos de empresas dos EUA, listadas na bolsa brasileira (B3) ou nas dos EUA, como a Nasdaq e a NYSE (bolsa de valores de Nova York).
Na B3, os títulos que representam ações de empresas estrangeiras são chamadas de BDRs. É possível comprar em reais, títulos de empresas gigantes com sede nos EUA, como a Apple (AAPL34) e a Microsoft (MFT34), por exemplo. “Por um lado, há a vantagem de não ser necessário abrir conta em outros países, por outro, a partir delas não é possível acompanhar de maneira precisa o desempenho originais das ações”, explica Prieto.
Também é possível investir em empresas americanas a partir das próprias bolsas de valores dos EUA onde elas estão listadas. Para isso, segundo a professora, é necessário abrir uma conta em corretoras de investimento internacionais que permitam essa negociação. “Essa opção, contudo, abre um leque maior de empresas para o investidor, mas além das taxas das corretoras internacionais, há a necessidade de lidar com questões fiscais e regulamentações dos EUA.