- As ações das varejistas ocuparam as cinco posições do ranking das maiores perdas do Ibovespa em agosto
- Segundo a Ágora Investimentos, as ações do GPA (PCAR3) e da VIA (VIIA3) foram as que lideraram com quedas de 42,3% e de 41,2%, respectivamente
Mesmo com o primeiro corte da Selic, o Ibovespa encerrou agosto com uma desvalorização de 5,09%, aos 115.741,81 pontos, o pior desempenho desde agosto de 2015. O pessimismo do mercado também persistiu nas ações de pelo menos 20 empresas listadas no principal índice da B3. Segundo levantamento realizado pela Ágora Investimentos, a pedido do E-Investidor, os papéis do GPA (PCAR3), dono do Pão de Açúcar, foram as que mais sofreram durante o período ao encerrar o mês com uma desvalorização de 42,36%.
Leia também
As perdas têm mais relação com a separação com o grupo colombiano Éxito, concluída neste mês. Segundo Gustavo Cruz, Estrategista Chefe da RB Investimentos, o grupo tem a intenção de tornar os supermercados Pão de Açúcar mais rentáveis e focados em um público de maior poder aquisitivo. “Hoje, no Brasil, estamos vendo que o modelo de negócio de ‘atacarejo’ é o que está entregando mais resultados. E esse tipo de movimentação do GPA deixa o investidor com um pé atrás”, diz Cruz.
As ações da Via (VIIA3) apareceram, logo em seguida, com a segunda pior performance ao encerrar agosto com uma queda de 41,2%. O fraco desempenho da varejista dona das marcas Casas Bahia e Ponto reflete a desconfiança do mercado sobre o plano de reestruturação anunciado junto com os resultados do segundo trimestre deste ano. De abril a junho, a varejista apresentou um prejuízo líquido de R$ 492 milhões. O resultado reverte o lucro de R$ 6 milhões registrado no mesmo período de 2022. “A companhia pretende otimizar a sua estrutura de capital e o mercado especula um follow-on (oferta subsequente de ações), que não foi bem digerido pelos acionistas em decorrência do alto potencial de diluição com as ações negociando a esse preço”, diz Breno Francis de Paula, analista de Varejo do Inter.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
O Grupo Soma (SOMA3) também acompanhou as outras varejistas e entrou na lista das maiores quedas do Ibovespa com um tombo de 33,3%. A depreciação do papel reflete os resultados fracos entregues no segundo trimestre. Durante os meses de abril a junho, a companhia reportou um lucro líquido de R$ 85,4 milhões. O volume foi 27,6% menor em relação aos ganhos do mesmo período do ano passado. “A margem bruta da unidade de negócios Soma foi decepcionante. O único destaque positivo foi a indicação de que as vendas da Hering estão crescendo a uma taxa de dois dígitos em julho no comparativo anual, o que parece ser bom”, diz a Ágora Investimento que possui uma visão construtiva para a companhia.
A situação para a Méliuz (CASH3), empresa especializada em cashback, também segue delicada, o que pesou de forma negativa na performance das ações. Ainda de acordo com os dados da Ágora Investimentos, a varejista sofreu uma queda de 32,3% no acumulado mensal. O tombo está relacionado com as expectativas de um ritmo lento das taxas de juros. Além disso, a possibilidade da companhia sair do Ibovespa a partir da próxima segunda-feira (4), por conta da intensa desvalorização do papel e da baixa liquidez, ajudou a intensificar a desvalorização.
Confira o ranking completo das dez ações menos rentáveis do Ibovespa em agosto.
Publicidade