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Méliuz (CASH3) está perto de sair do Ibovespa. O que o investidor deve fazer?

A empresa protagoniza a terceira maior queda do mês e do ano; veja o que os analistas pensam sobre as ações

Méliuz (CASH3) está perto de sair do Ibovespa. O que o investidor deve fazer?
(Foto: Reprodução/Méliuz)
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  • Ao que tudo indica, Méliuz (CASH3) deixará o Ibovespa a partir do dia 4 de setembro
  • Só em agosto, ela desvalorizou 30,72%, cotada a R$ 6,88. A empresa protagoniza a terceira maior queda do mês e do ano
  • Para analistas, é possível que a empresa tenha algum ganho positivo, caso a parceria com o Banco Votorantim renda bons frutos

Para quem acompanha o fechamento de cada sessão do Ibovespa, a Méliuz (CASH3) protagonizou, por diversas vezes, as maiores quedas do dia em 2023. Por conta da desvalorização, baixa de liquidez, entre outros fatores, a empresa pode deixar o principal índice acionário da B3 a partir do dia 4 de setembro, segundo a última prévia.

A notícia não parece uma das melhores para os investidores que apostam no setor de tecnologia. No ano, a empresa de cashback acumula queda de 41,6% até o pregão desta quarta-feira (30). Só em agosto, ela desvalorizou 30,72%, cotada a R$ 6,88. A empresa protagoniza a terceira maior queda do mês e do ano.

Ao E-Investidor, Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research, explica que o recuo está relacionado com o cenário macro, como o estresse gerado na curva de juros americana. Segundo ela, quando o movimento ocorre, os ativos de risco de países emergentes, principalmente small caps do setor de tecnologia, acabam sendo afetados.

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Leonardo Piovesan, CNPI e analista fundamentalista da Quantzed, acrescenta que a queda de 2023 pode ser explicada pelo esfriamento do e-commerce. “A Méliuz é um player que os clientes são as grandes varejistas, sendo que ela é uma empresa voltada para vendas online desses clientes. Até então, o e-commerce está indo muito mal e isto tem feito os resultados dela serem decepcionantes”, afirma.

Além disso, o especialista cita a Selic alta como um fator que impacta negativamente a empresa. Apesar da queda de 0,50 ponto porcentual na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a principal taxa de juros brasileira segue em dois dígitos (13,25%), o que interfere em empresas como a Méliuz que, segundo Piovesan, anda “queima caixa”.

Saída de investidores

As duas últimas prévias do Ibovespa mostraram que os papéis CASH3 sairá em setembro. Desde então, os especialistas explicam que muitos investidores, tanto institucionais como físicos, começaram a vender o ativo.

“Com a saída do Ibovespa, CASH3 tende a ser menos negociada marginalmente, diminuindo a sua liquidez. Isso ocorre porque muitos ETFs e fundos-índice buscam replicar o Ibovespa, e, com a saída do índice, esses fundos tendem a vender o papel. Não tem relação com os fundamentos da empresa, trata-se de um movimento técnico”, comenta Quaresma.

Segundo Marco Monteiro, analista CNPI da CM Capital, o que o investidor deve ficar de olho, caso a empresa saia da composição do índice, é se terá uma diminuição brusca na liquidez do ativo, podendo assim, a pessoa ou instituição com grandes posições no ativo ter uma dificuldade para sair. A CM Capital tem recomendação neutra para o papel, com preço-alvo de R$ 6 (menor do que a atuação cotação). Já na Empiricus, Quaresma diz que a casa tem recomendação de compra em uma de suas carteiras de risco mais alto.

Parceria com Banco Votorantim

A recomendação de compra da Empiricus, segundo a especialista, é baseada na tese do papel poder ter um upside pela parceria com o Banco Votorantim. Para entender mais afundo, Piovesan explica que houve uma venda relevante do braço serviços financeiros da Méliuz para o BV – a plataforma Bankly.

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Segundo fato relevante, o banco comprou a operação por R$ 210 milhões. Contudo, o acordo ainda precisa ser aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e o Banco Central.

“Ela tem se mostrado otimista com esse acordo, mas ainda é muito cedo para saber como os números da Méliuz vão ficar após a venda do Bankly e qual vai ser a rentabilidade da empresa a partir dessa parceria com o BV. A gente tem uma grande incerteza de como os números vão ser daqui para frente”, pontua Piovesan.

Em relação aos números citados pelo especialista, Monteiro enfatiza que a empresa, segundo o site Status Invest, vem desde o 2T21 apresentando prejuízo. “Com isso, Méliuz vem perdendo valor de mercado, com uma forte tendência de baixa sem nenhuma demonstração de uma possível reversão até o momento”, salienta.

Para ele, o mercado não viu com bons olhos os últimos dois resultados divulgados pela empresa, apesar da melhora no prejuízo líquido consolidado. “Podemos ver nos preços que a empresa está em mínimas históricas, mostrando a deterioração do seu valor de mercado”, finaliza.

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