- O início do ciclo de queda na taxa de juros tem levado alguns investidores a movimentar as carteiras de investimento
- Mas, para especialistas, é preciso manter a reserva de emergência em um ativo seguro e com liquidez. Mesmo que isso signifique um retorno mais baixo com a queda do CDI
- Tesouro Selic e CDBs ainda são as melhores opções
O início do ciclo de queda na taxa de juros tem levado alguns investidores a movimentar as carteiras de investimentos. Afinal, com a perspectiva de uma Selic mais baixa, não vai ser mais tão fácil garantir uma rentabilidade perto de 1% ao mês na renda fixa como acontecia nos meses em que a taxa ficou estacionada em 13,75% ao ano.
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Atualmente, a Selic está em 12,75% ao ano, mas ainda deve ser reduzida até 11,75% até o final de 2023. Para 2024, a projeção do mercado é que os juros caiam para 9% ao ano.
Como mostramos nesta reportagem, para otimizar os retornos nesse cenário de CDI em queda, muitos especialistas têm recomendado que investidores priorizem títulos prefixados ou híbridos, especialmente os indexados ao IPCA. Mas isso não significa que os títulos pós-fixados perderam o seu lugar no portfólio – especialmente quando falamos da reserva de emergência.
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A reserva de emergência é, assim como diz o nome, uma quantia financeira que deve ser separada para eventuais imprevistos ou objetivos de curto prazo. Separar essa quantia costuma ser um dos primeiros passos recomendados para quem está começando a investir e, no geral, recomenda-se que o montante seja suficiente para cobrir todos os gastos essenciais de um período de pelo menos 6 meses.
Como é uma quantia destinada a imprevistos, a reserva de emergência deve sempre estar investida em algum ativo que ofereça liquidez e baixo risco ao investidor. E é aí que entra a renda fixa pós-fixada – mesmo no cenário de queda da Selic.
“Ativos de renda fixa pós-fixados sempre seguirão como o recomendado para sua reserva de emergência independente do patamar da taxa básica de juros. Afinal, não é na quantia destinada a imprevistos que devemos procurar obter maiores retornos em nossa carteira de investimento; nela, devemos priorizar a previsibilidade, segurança e a liquidez”, explica Rachel de Sá, chefe de economia da Rico.
Onde investir
Um dos investimentos mais indicados quando o assunto é reserva de emergência é o Tesouro Selic. O título público acompanha o rendimento do CDI, tem liquidez diária e é considerado um dos investimentos de menor risco no mercado brasileiro, por serem emitidos pelo governo.
Lucas Rufino, CEO e fundador da Simpla Invest, explica que mesmo com a queda da rentabilidade o Tesouro Selic ainda cumpre os dois requisitos fundamentais para a reserva: liquidez e segurança e é a melhor opção mesmo com a queda da Selic.
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Os CDBs, Certificados de Depósito Bancário, também podem ser os escolhidos. Mas, para isso, é preciso analisar bem as características do ativo e da instituição emissora. “Se o investidor conseguir um CDB que tenha liquidez diária com uma taxa acima de 100% do CDI, já vale mais a pena pensando em rentabilidade escolher o CDB”, destaca Apolo Duarte, planejador financeiro e sócio da AVG Capital.
Vale lembrar que essa classe de ativos tem garantia do FGC para aplicações de até R$ 250 mil no caso de problemas com a instituição bancária emissora; o que dá certo respaldo ao investidor. “Mesmo que em banco menores, por ter a garantia do FGC, o CDB é um investimento conservador e se encaixa para reserva de emergência”, diz Duarte.
Uma simulação feita pelo C6 Bank mostra o rendimento de aplicações de R$ 1 mil, R$ 10 mil e R$ 25 mil por 12 meses nos dois ativos, assim como na poupança. Esta última que, embora seja o investimento mais popular do País, não é recomendada por especialistas por causa da baixa rentabilidade. Nesta outra reportagem, mostramos também o rendimento de outros ativos da renda fixa.
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