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Privatização da Sabesp (SBSP3) avança: é hora de comprar a ação?

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo deverá pagar menos dividendos pelos próximos anos

Privatização da Sabesp (SBSP3) avança: é hora de comprar a ação?
A Sabesp atende 375 municípios e provavelmente após a privatização algumas cidades deixarão a base de clientes. (Foto: Freepik)
  • Trata-se da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo.
  • Os os deputados estaduais aprovaram o projeto de lei que trata da privatização.
  • A expectativa é que o processo seja concluído em seis meses.

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – Sabesp (SBSP3) será mesmo privatizada. Os deputados estaduais aprovaram o projeto de lei que trata do assunto na noite de quarta-feira (6). A sessão na Assembleia Legislativa (Alesp) foi conturbada, teve paralisação por mais de uma hora, mas, ao final, a iniciativa contou com 62 votos, frente aos 48 necessários, ou seja, foi apoiada por ampla maioria.

Para a XP Investimentos, o avanço da pauta entre os agentes políticos foi um marco significativo na agenda de desestatização, cuja conclusão está programada para meados de 2024, apesar dos desafios temporais. O PL 1.501/23 também permite que o Estado destine parte dos recursos e dividendos a um fundo para mitigar o impacto tarifário, especialmente para clientes de baixa renda.

Em relatório divulgado nesta quinta-feira (7), a corretora destaca que a legislação estabelece o uso desses recursos para serviços de água e esgoto em habitações informais, entre outras disposições. Embora esse passo tenha sido antecipado, é crucial na trajetória da privatização, que agora avançará para diversas fases até sua conclusão em meados de 2024, conforme planejado pelo governo estadual de São Paulo.

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O documento, assinado por Vladimir Pinto, head de energia e saneamento, e Maíra Maldonado, analista de energia e saneamento, detalha as próximas etapas, sendo:

  • A definição do novo modelo regulatório e do contrato de concessão, com expectativa de estabelecer diversas regras sobre taxas municipais, OPEX, RAB e reconhecimento de receitas, entre outras;
    a formulação das regras de governança para a futura empresa privatizada, com foco especial em limites ao direito de voto e a criação de comitês;
  • A aprovação final dos municípios em relação à adesão à URAE, especialmente pelo poder legislativo da cidade de São Paulo;
  • A aprovação pelo Tribunal de Contas do Estado e da Cidade de São Paulo.

Na sequência, referente ao mercado de capitais, o Estado de São Paulo pode manter uma participação minoritária na empresa, buscando vender uma parcela relevante a um parceiro estratégico. Considerando as eleições municipais em outubro, a expectativa é de que a privatização seja concluída até meados do próximo ano.

Para a XP, embora a aprovação seja uma notícia positiva para a Sabesp, ela era amplamente esperada pelo mercado. Serve como um indicador importante do comprometimento do governo com o processo de privatização, que, até o momento, está progredindo conforme o cronograma previsto. Portanto, mantemos nossa recomendação de compra das ações.

A corretora tem recomendação de compra, com preço-alvo em R$ 80.

Potencial de valorização

A Genial Investimentos, por sua vez, também divulgou relatório mantendo recomendação de compra, com preço-alvo em R$ 66. A empresa destaca que mesmo sem considerar a concretização da privatização, que está programada para meados de 2024, a ação ainda possui potencial de valorização. “Segundo nossas projeções, a empresa deveria valer pelo menos R$ 79 por ação se estivesse alinhada ao seu valor patrimonial”, ressalta.

A Genial afirma não esperar novos desdobramentos significativos até o final deste ano. No entanto, em 2024, será crucial monitorar alguns pontos relacionados à formatação da privatização, incluindo:

  • A regulação de tarifas pela ARSESP;
  • A adesão dos municípios ao URAE (com ênfase na necessidade de aprovação pelos vereadores da cidade de São Paulo);
  • E a estruturação da oferta em si.

“Caso a privatização seja concluída, acreditamos que terá um potencial transformador em termos de ganho de governança e eficiência operacional, como detalhado ao longo do documento”, diz. O relatório é assinado pelo analista Vitor Souza, que cobre o setor elétrico e saneamento.

Menos dividendos

O analista Phil Soares, da Órama, aponta que a expectativa de payout (índice de pagamento de dividendos) é por menos proventos nos próximos 12 ou 24 meses. Isso porque nesse período a companhia terá uma necessidade latente por investimentos.

Ainda assim, afirma ter uma prespectiva positiva para Sabesp, tanto no curto prazo quanto no longo prazo, e elenca que a privatização deverá ocorrer em, no máximo, seis meses.

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“O chamariz [do follow-on, para atrair novos investdores] será a possibilidade de ganho de eficiência com Programa de Demissão Voluntária (PDV), renovação de quadro, com renegociação de contratos de prestação de serviços”, destaca.

A Órama tem recomendação de compra com preço-alvo em R$ 72,50.

Atualização de target

A Ágora Investimentos e o Bradesco BBI aumentaram o preço-alvo da Sabesp, de R$ 87 para R$ 92, o que representa um potencial de alta de 33% em relação ao último fechamento. A recomendação para o papel é de compra.

Em relatório divulgado nesta data, os analistas Francisco Navarrete, do BBI, e Ricardo França, da Ágora, escrevem que as ações da companhia continuam entre suas principais opções entre as empresas de serviços públicos. “Dada a redução significativa do risco após a aprovação ontem do projeto de lei de privatização, pensamos que a probabilidade de privatização até meados de 2024 aumentou substancialmente”, avaliam.

Privatizar versus desestatizar

O economista Volnei Eyng, CEO da Multiplike, explica que a privatização é uma maneira de aprimorar a empresa e suas operações, transferindo-as para a iniciativa privada. Quando conduzida de forma adequada, resulta em prosperidade econômica para todos os participantes.

Para o executivo, uma das principais questões é que o governo está sujeito a um grande número de regulamentações, comprometendo a eficiência de uma estatal. As barreiras burocráticas e a lentidão inerentes às empresas públicas as tornam menos inovadoras. Em contraste, uma empresa privada é mais ágil e aberta a atrair investimentos de novos parceiros.

Em relação à responsabilidade fiscal, ele pontua que uma empresa privada é responsável perante seus acionistas, enquanto uma estatal pode operar com déficit por vários anos. Eyng salienta a importância da diversificação econômica para gerar riqueza e impulsionar o crescimento do PIB do País.

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