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Até quanto a ação da Sabesp (SBSP3) pode subir com a privatização?

Companhia deve emitir novas ações em breve para entrar um acionista de referência no lugar do Estado

Até quanto a ação da Sabesp (SBSP3) pode subir com a privatização?
A Sabesp atende 375 municípios e provavelmente após a privatização algumas cidades deixarão a base de clientes. (Foto: Freepik)
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  • A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp, SBSP3) está em vias de ser privatizada. A Assembleia Legislativa (Alesp) aprovou nesta quarta-feira (6) o projeto de lei que trata do assunto
  • A companhia atende 375 municípios
  • A estrutura tarifária da empresa está defasada, dizem analistas

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp, SBSP3) está em vias de ser privatizada. A Assembleia Legislativa (Alesp) aprovou nesta quarta-feira (6) o projeto de lei que trata do assunto. A matéria foi analisada em regime de urgência e recebeu 62 votos a favor da privatização da companhia e 1 contrário. Ela precisava de 48.

A ação SBSP3 encerrou o rali do dia em alta de 1,18%, cotada a R$ 68,78. O papel foi influenciado positivamente pelas expectativas de mercado. A ação reporta alta de 27,68% no acumulado dos últimos seis meses e de 21,32% nos últimos doze meses.

De acordo com Gabriel Meira, sócio da Valor Investimentos, a recomendação é de compra, com preço-alvo em R$ 80, conforme estabelecido pela XP Investimentos, corretora sob a qual a Valor está associada. Esse patamar leva em consideração estimativas positivas para a receita da companhia. “Quando a gente fala de uma empresa que vai privatizar, isso tende a melhorar”, diz.

  • Veja mais: Avanço de Lula sobre estatais de MG é banho de água fria no mercado. Por quê?

Segundo o analista, ao diminuir a participação do Estado a tendência é de maior economia de recursos, bem como otimização de projetos. “A partir de agora, a empresa irá visar o lucro e, consequentemente, acabar com cabide de emprego”, declara.

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Meira destaca que o próximo passo será a organização de um follow-on, um processo de emissão de novas ações para levantar capital. “Com esse movimento, entra um acionista de referência no lugar do Estado e, desta forma, a empresa passa a ter um controlador privado”, frisa.

Ele ressalta, como pontos positivos do projeto de privatização, o fato de o Estado subsidiar as tarifas por um período, de maneira que o novo controlador tenha tempo para se adequar à operação. “É bom também para o governo, porque tira mais um elefante branco da reta”, afirma.

Vai perder contratos

O analista Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos, lembra que atualmente a Sabesp atende 375 municípios e provavelmente após a privatização algumas cidades deixarão a base de clientes.

Acontece que há um trecho do contrato que prevê essa possibilidade, que trata de uma discordância entre as partes e possibilita que o município possa buscar outra empresa de saneamento. Isso impacta, inclusive, no preço da tarifa.

Para ele, a Sabesp vem melhorando sua performance operacional ao longo dos últimos anos, mas ainda existe um hiato entre o resultado regulatório e o que de fato vem conseguindo executar.

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Dentre as razões para esse hiato, Arbetman destaca a estrutura tarifária defasada. “Foi proposta uma nova estrutura, mas esta não chegou a ser implementada”, afirma. Quanto a custos e despesas, a natureza estatal da companhia não permite que ela tenha a flexibilidade necessária para manter uma relação de mercado com todos os seus stakeholders (partes interessadas), sejam eles colaboradores ou parceiros comerciais.

O especialista ressalta que na parte de contingências processuais, uma companhia privatizada acaba tendo uma melhor abordagem. A Ativa tem recomendação de compra para SBSP3, com preço-alvo de R$ 65.

Gestão de custos

O analista de Utilities do Inter, Rafael Winalda, afirma que a nova administração concentrará seus esforços na gestão de custos, seguindo o exemplo da Eletrobras (ELET3; ELET6), com ênfase em eficiência operacional e melhoria de margens.

Além disso, diz esperar que os investimentos na base de ativos em São Paulo se expandam, representando um importante impulsionador de crescimento. “A empresa poderá participar de novas concorrências por concessões”, destaca.

“Em nosso relatório que aborda a privatização, atribuímos uma probabilidade de 60%, resultando em um preço-alvo de R$ 65 para a ação. Consideramos um valor de R$ 76 em caso de privatização e R$ 45,6 se a empresa permanecesse estatal”, explica.

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