Os fundos de investimento tiveram R$ 8,5 bilhões de entradas líquidas em novembro, de acordo com dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). Esse foi o terceiro melhor resultado mensal de 2023 e reduziu a saída líquida acumulada no ano para R$ 63,4 bilhões.
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No entanto, para os multimercados, o mês não foi tão positivo.
Novembro foi o período em que esses fundos tiveram a maior perda do ano, com R$ 30,7 bilhões de resgates líquidos. O montante foi 129% superior ao observado em outubro, quando as saídas líquidas foram de R$ 13,4 bilhões. No acumulado de 2023, os resgates dos multimercados totalizam R$ 99,1 bilhões.
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Segundo a Anbima, não houve saída concentrada em nenhum tipo específico em novembro, com resgates pulverizados por toda a classe. No período, o tipo Multimercados Investimentos no Exterior sofreu a maior queda, de R$ 12,6 bilhões, seguido do Multimercado Livre e do tipo Multimercado Macro, com R$ 9,7 bilhões e R$ 6,4 bilhões, respectivamente.
Em termos de retorno, por outro lado, o tipo Livre avançou 1,69% no mês, enquanto o Macro valorizou 2,44% e o Investimento no Exterior rendeu 1,55%. Vale lembrar que os fundos multimercados misturam diferentes classes de investimentos, como ações, Certificados de Depósito Bancário (CDBs) e títulos públicos ou privados, a fim de promover maior rentabilidade.
De acordo com a caracterização da Anbima, o tipo Livre representa fundos que não possuem obrigatoriamente o compromisso de concentração em nenhuma estratégia específica. O Macro, por sua vez, engloba fundos que realizam operações em diversas classes de ativos, definindo as estratégias de investimento baseadas em cenários macroeconômicos de médio e longo prazos.
Por fim, o Investimento no Exterior, como o próprio nome sugere, traz fundos que têm a possibilidade de adquirir ativos no exterior.
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Conforme divulgado pela Anbima, os fundos de renda fixa encerraram novembro com sua maior captação do ano – foram R$ 25,4 bilhões de entradas líquidas, mesmo resultado registrado em agosto. Mais da metade dos aportes ficou com os fundos que investem em títulos públicos de curto prazo, que somaram R$ 16,5 bilhões.
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Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) aparecem em seguida, com saldo positivo de R$ 6,1 bilhões. Aproximadamente R$ 4,5 bilhões do total vieram do tipo Agro, Indústria e Comércio, fundos que aplicam em direitos creditórios desses segmentos.
Outro destaque positivo de novembro foram os Exchange Traded Funds (ETFs) que, após três meses no negativo, registraram entrada líquida de R$ 1,2 bilhão.
Para Pedro Rudge, vice-presidente da Anbima, a melhora em diferentes classes de fundos ocorreu em meio à desaceleração dos juros dos Treasuries (títulos públicos americanos). “Também observamos uma melhora considerável nos resultados da indústria: quase a totalidade das classes fecharam o mês com captação líquida positiva e quase todos os tipos de fundos apresentaram rentabilidade positiva”, acrescenta.