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Até onde o Ibovespa vai chegar após o recorde? Veja projeções para 2024

Corretoras revelam apostas ambiciosas para a Bolsa no ano que vem

Até onde o Ibovespa vai chegar após o recorde? Veja projeções para 2024
Projeções para 2024 variam de 138 mil pontos a 160 mil pontos. (Foto: Envato)
  • O Ibovespa está sendo negociado a um patamar recorde de 131 mil pontos, o maior da história da Bolsa brasileira
  • Mas isso não significa que não há espaço para maiores altas em 2024
  • O E-Investidor reuniu as projeções de oito casas de investimento para o índice no próximo ano; análises indicam que o otimismo está prevalecendo

O Ibovespa estabeleceu nesta segunda-feira (18) um novo recorde: é a primeira vez na história que o índice de referência da Bolsa de Valores brasileira encerrou um pregão acima dos 131 mil pontos. Impulsionado por uma série de fatores internos e, principalmente, externos, o índice engatou uma sequência de altas desde novembro e caminha para encerrar 2023 com um salto de quase 20%. E o mercado ainda vê espaço para mais.

As tradicionais projeções para o Ibovespa no próximo ano começaram a ser divulgadas, com casas de investimento e bancos projetando não só em qual patamar poderemos ver o índice ao final de 2024, como quais fatores precisam ser monitorados por investidores até lá.

Possibilidade de fim do ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos e início da queda de juros na maior economia do mundo, continuidade da redução da Selic no Brasil, discussão fiscal e desaceleração da economia da China. Alguns pontos são favoráveis, outros nem tanto. Mas pelas análises dá para entender que nessa balança o otimismo tem pesado mais.

O E-Investidor reuniu algumas das projeções para o Ibovespa em 2024 de bancos e corretoras. Elas estão organizadas em ordem, do menor para o maior patamar. Confira:

Ativa Investimentos

  • Projeção: 138 mil pontos

A Ativa tem a menor projeção para o Ibovespa em 2024: 138 mil pontos. A corretora destaca que, com o mercado cada vez mais convencido de que o ciclo de alta de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) chegou ao fim, o fluxo de capital estrangeiro para mercados emergentes deve continuar no curto e no médio prazos.

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O Brasil deve capturar parte desse movimento, dado a uma combinação de valuation (valor de ativos) atrativo e um cenário doméstico menos problemático quando comparado com outros mercados emergentes, como a Rússia e alguns países da América Latina.

Por outro lado, a casa vê “algumas preocupações” no cenário doméstico, “uma vez que o fluxo de notícias políticas têm piorado bastante, principalmente depois da declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que ‘dificilmente o governo atingiria a meta de déficit zero'”, diz o relatório da casa.

BB Investimentos

  • Projeção: 141 mil pontos

O BB Investimentos projeta que o Ibovespa encerre 2024 aos 141 mil pontos. Em relatório, o time de análise do banco destaca que o ambiente global segue complexo, com uma dinâmica de crescimento menor e, por consequência, menos visibilidade em relação aos resultados das companhias de commodities. Ainda assim, é esse contexto de desaceleração da atividade global que pode contribuir para a redução dos juros americanos, levando investidores globais a um maior apetite a risco.

“O Ibovespa reúne condições para oferecer um dos maiores retornos entre as classes de ativos em 2024, em nossa visão. Não apenas pelo nível elevado de desconto frente a bolsas de economias centrais e de países emergentes, mas pelo impulso que o ambiente de política monetária no Brasil e no exterior podem proporcionar”, diz o BB.

O banco traça ainda outros dois cenários, um mais positivo, outro mais negativo. Para que o otimismo se concretize, a dinâmica de preços do petróleo e do minério de ferro precisam contribuir para resultados mais fortes das companhias e o quadro de política monetária deve evoluir positivamente e sem sobressaltos. Nesse contexto, o BB vê espaço para que o Ibov alcance os 153 mil pontos. Caso as expectativas se frustrem, o modelo do banco aponta para 132 mil pontos.

XP Investimentos

  • Projeção: 142 mil pontos

A XP havia divulgado, no início de novembro, a estimativa de que o Ibovespa encerraria 2024 aos 136 mil pontos. Mas o cenário mudou bastante de lá para cá, levando a corretora a revisar o alvo para 142 mil pontos. O entendimento é que a melhora do cenário no exterior, somada aos valuations ainda atrativos das ações brasileiras, devem atrair fluxo de capital estrangeiro para a Bolsa, ajudando a sustentar altas no Ibovespa.

“O panorama de 15 anos do Ibovespa mostra que, fundamentalmente, as ações brasileiras ainda estão baratas. Olhando para os múltiplos de Preço/Lucro, Preço/Valor Patrimonial, valor da empresa sobre lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EV/EBITDA), vemos que esses indicadores negociam abaixo de suas médias históricas de longo prazo”, diz o relatório da casa.

Genial Investimentos

  • Projeção: 142,7 mil pontos

A Genial tem uma pontuação-alvo de 142.700 pontos para o Ibovespa ao final de 2024, uma projeção baseada na expectativa de melhoria no lado micro das empresas, impulsionada pela continuidade da queda da taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic. Ainda assim, a casa mantém na análise os riscos associados ao desempenho global e às incertezas em torno da política fiscal no Brasil.

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No cenário mais otimista da Genial, em que esses riscos estariam atenuados, o Ibovespa poderia alcançar uma valorização até 150 mil pontos. “Esse nível seria viável se, ao longo do próximo ano, o índice se movimentar para um cenário de expansão dos resultados corporativos”, diz no relatório Filipe Villegas, estrategista de ações.

No lado oposto, um cenário em que eventos negativos ganhem predominância, o Ibovespa poderia recuar para a região dos 115 mil pontos.

Warren Investimentos

  • Projeção: 143.294 pontos

A Warren divulgou três projeções para a Bolsa brasileira nos próximos um ano e meio. A corretora vê o Ibovespa aos 136.784 pontos em junho de 2024, aos 143.294 ao final do próximo ano e aos 150,113 pontos em junho de 2025.

O entendimento é que, depois de um ano sensível para a Bolsa, o cenário tende a melhorar em 2024 apoiado na queda da inflação e no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), ambos acima do esperado neste ano. “Vai dar para ‘pisar mais no acelerador’ com small caps (companhias de menor valor de mercado) e empresas de setores cíclicos que tendem a performar melhor”, explica Frederico Nobre, head de Análise de Investimentos da Warren.

Itaú BBA

  • Projeção: 145 mil pontos

O Itaú BBA foi um dos primeiros a divulgar sua projeção do Ibovespa para 2024: 145 mil pontos ao final do ano. A tese do banco se baseia em quatro pilares principais, diz o documento divulgado em meados de novembro. Um valuation atrativo de preço sobre lucro (P/L), abaixo da média histórica, o potencial de crescimento do lucro por ação das empresas brasileiras, o ainda leve posicionamento da indústria de fundos em ações e a continuidade do ciclo de queda da Selic.

O cenário alternativo do banco tem uma das projeções mais otimistas entre as projeções otimistas do mercado: 199 mil pontos ao final de 2024. No cenário negativo, o índice poderia recuar para os 100 mil pontos.

Guide Investimentos

  • Projeção: 155 mil pontos

Na visão da Guide, 2024 será marcado por duas discussões principais: queda de juros e desaceleração econômica. O primeiro ponto joga a favor do Ibovespa, enquanto o segundo, não. Ainda assim, o cenário-base da casa entende que a redução da Selic prevalecerá como um impulsionador da Bolsa, levando o índice aos 155 mil pontos ao final do próximo ano.

“Historicamente, períodos de quedas de juros foram positivos para os investimentos, incluindo ações (e também renda fixa pré-fixada, fundos imobiliários e fundos de infraestrutura). Acreditamos que em 2024 não será diferente”, diz o relatório escrito por Fernando Siqueira, head de Research da Guide. “Até agora a queda dos juros teve pouco impacto no mercado, particularmente não vimos entrada de recursos nos fundos de ações e nos fundos multimercados.”

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O cenário otimista da casa vê o Ibov aos 175 mil pontos ao final de 2024, enquanto o pessimista projeta o índice aos 134 mil pontos.

Santander

  • Projeção: 160 mil pontos

O Santander tem a projeção mais otimista para o Ibovespa em 2024, vendo o índice alcançar os 160 mil pontos ao final de 2024. Em relatório, Aline de Souza Cardoso, Luane Fontes e Guilherme Bellizzin Motta destacam que as ações brasileiras viveram um “bull market” (termo que indica os períodos de cotações em alta por um tempo prolongado) desde junho de 2023 na esteira do início do ciclo de queda da taxa de juros no País, mas que ainda há espaço para uma recuperação mais além.

O time do banco destaca a continuidade do ciclo de queda de juros no Brasil, o aumento da possibilidade de que o banco central dos Estados Unidos comece a reduzir os juros por lá em 2024, a melhora dos lucros das empresas brasileiras e os valuations ainda atrativos das ações como fatores que jogam a favor da alta da Bolsa no próximo ano.

“Apesar da recuperação, os valuations continuam atrativos. O Ibov agora está sendo negociado a 8x o preço/lucro futuro, ainda um padrão abaixo da média de 15 anos”, diz o relatório.

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