A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad, na sigla em inglês) calculou que o fluxo de investimentos estrangeiros diretos totalizou um valor estimado de US$ 1,37 trilhão em 2023, o que representou crescimento de 3% ante 2022. O avanço, contudo, foi alavancado sobretudo por recursos maiores direcionados para um pequeno grupo de “economias conduítes”, um termo para países pequenos que servem como ponte para os recursos e oferecem isenção fiscal ou baixa tributação para os capitais. Excluindo o grupo, o fluxo de investimentos estrangeiro direto global encolheu 18% na comparação anual.
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A Europa foi a que mais sentiu o baque. Os fluxos de investimentos estrangeiros diretos (IED) na Europa, excluindo aqueles voltados para as economias conduítes da região, caíram 25% em 2023 ante 2022, com declínio em vários grandes países beneficiários. Os fluxos de entrada de investimentos em outros países desenvolvidos também estagnaram, com crescimento nulo na América do Norte.
Os fluxos de IED para os países em desenvolvimento caíram 9%, para cerca de US$ 841 bilhões. O IED diminuiu 12% nos países em desenvolvimento da Ásia e 1% em África. Na América Latina e no Caribe, o IED ficou estável.
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O financiamento de projetos internacionais e as fusões e aquisições foram os que mais sofreram com custos de financiamento mais elevados em 2023, com 21% e 16% menos negócios, respectivamente. Os anúncios de projetos iniciados do zero, os chamados greenfield, também foram 6% menores em número. No entanto, o seu valor subiu 6% puxado pela indústria transformadora, em um possível sinal inicial de recuperação após uma longa tendência de queda.
Os setores mais dependentes de cadeias de valor viram um aumento de 16% do IED, especialmente os dos segmentos automotivo, têxtil, maquinários e de eletrônico. Em contrapartida, o número de projetos nas indústrias de infraestruturas, incluindo transportes, energia, água, telecomunicações, caiu 4%, de acordo com a Unctad.