- O Nubank (ROXO34) reportou um lucro líquido de US$ 1 bilhão no acumulado de 2023. O número é uma reversão do prejuízo de US$ 9,1 milhões obtido em 2022
- Para os analistas ouvidos pelo E-Investidor, o resultado foi muito positivo. No entanto, há discordâncias entre eles sobre ter ou não a ação do Nubank na carteira
O Nubank (ROXO34) reportou um lucro líquido de US$ 1 bilhão no acumulado de 2023, um recorde. O número é uma reversão do prejuízo de US$ 9,1 milhões obtido em 2022. Na base ajustada, a mais utilizada pelos grandes bancos, o lucro foi de US$ 1,19 bilhão.
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Para os analistas ouvidos pelo E-Investidor, o resultado foi muito positivo. No entanto, há discordâncias entre eles sobre ter ou não a ação do Nubank na carteira.
Na visão de Acilio Marinello, professor da Trevisan Escola de Negócios, o lucro teve crescimento robusto. O Nubank encerrou 2023 com uma receita de US$ 8 bilhões em 2023, alta de 67% na comparação com a receita de US$ 4,79 bilhões de 2022. “Isso mostra que o banco conseguiu rentabilizar sua base de clientes, o que era um ponto importante. O sucesso dessa etapa foi graças aos novos produtos que o banco foi trazendo ao longo dos últimos anos”, afirma Marinello.
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A rentabilidade do banco foi maior que a de bancos tradicionais. O Nubank teve um Retorno Sobre o Patrimônio Líquido (ROE) de 23%. O número é maior que o ROE de 21,2% do de Itaú e superior ao ROE de 22,5% do Banco do Brasil, que tiveram os maiores ROEs do último trimestre de 2024 até o momento.
Ainda que o banco tenha apresentado um lucro atrativo com a maior rentabilidade entre os bancos brasileiros, o mercado penaliza a empresa com queda de 3,09% na pré-abertura do mercado nesta sexta-feira (23).
Para Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research, a queda está atrelada às expectativas do mercado, que esperava um resultado ainda melhor do que o apresentado. Artur Horta, especialista em investimentos da GTF Capital, diz que embora o banco tenha apresentando uma boa rentabilidade com um lucro interessante, a inadimplência ainda é um fator preocupante. “Grande parte disso se deve à facilidade e a praticidade para abrir conta na instituição, inclusive para aqueles que, normalmente, não teriam um perfil de crédito para outros bancos”, afirma Horta.
A inadimplência do Nubank encerrou o quarto trimestre em 6,1%, maior que inadimplência de 2,8% do Itaú, de 2,9% do Banco do Brasil, de 5,2% do Bradesco e de 3,1% no Santander.
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Ainda assim, o especialista comenta que o nível de inadimplência é controlado e o banco não apresenta nenhuma fragilidade nesse sentido, visto que a companhia possui um nível de capital adequado. “Certamente, no futuro, o Nubank colherá frutos de ser uma instituição que universaliza a bancarização das pessoas”, conclui Horta.
O que esperar do Nubank em 2024?
Na visão de Matheus Nascimento, analista da Levante Corp, o Nubank deve seguir se expandindo ao longo de 2024, pois possui uma gama de serviços e produtos com alta penetração na operação no Brasil. Ele reforça que, embora as operações estejam em fase mais embrionária no México e Colômbia, são importantes avenidas de crescimento.
Para Milton Rabelo, analista da VG Research, esse crescimento no México e na Colômbia deve pressionar as margens do banco. “Isso deve continuar demandando muitos investimentos, mas a gestão parece ter uma estratégia clara de rentabilização para as operações brasileiras”, afirma Rabelo.
O analista lembra que o aumento da oferta de empréstimo pessoal com garantia no Brasil com opções de crédito consignado para pensionistas do INSS podem ser prioridades para o Nubank até o fim de 2024. “Além disso, vemos a implementação do que a gestão chama de ‘money platform’ que seria uma plataforma tecnológica de consumo, que incluiria atividades financeira e não-financeira, como ecommerce e soluções de inteligência artificial”, detalha Rabelo.
Vale a pena ter a ação do Nubank?
Para Acilio Marinello, Arthur Horta e Matheus Nascimento, o papel é atrativo para o investidor.
Marinello comenta que o Nubank tem uma grande vantagem em relação aos demais grandes bancos, visto que a companhia não tem agências, o que reduz drasticamente os custos da operação. “Com isso, o banco acaba tendo essa maior rentabilidade que os concorrentes e o ano de 2023 mostrou a empresa se consolidou e que vai buscar cada vez mais um aumento das receitas, o que na minha opinião mostra que o investidor pode ter esse papel na carteira”, aponta.
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Os outros dois analistas, Milton Rabelo e Larissa Quaresma, acreditam que o papel não está em um preço atrativo. Ela acredita que a ação está em um patamar muito próximo ao do IPO, o que deixa a ação cara. “A ação hoje está negociando a 10 vezes o seu valor patrimonial, o que deixa a margem de segurança muito apertada. As expectativas para a companhia já estão muito altas e isso levou o valor da ação para um patamar muito esticado, por isso, a gente não tem recomendação nem de compra e nem de venda. Temos uma visão neutra sobre o papel”, argumenta Quaresma.
Rabelo afirma que essa nova visão do Nubank como empresa lucrativa e rentável é algo muito recente, por isso, ele prefere esperar os banco divulgar resultado ainda melhores para justificar uma compra para o papel. No momento, ele não recomenda compra para a ação do Nubank. “Caso o banco consiga seguir essa tendência de bons resultados, o que é o cenário-base, o investidor pode avaliar a possibilidade de se expor ao papel”, conclui Rabelo