Os retornos dos Treasuries caíram hoje (23), em um dia de agenda econômica esvaziada nos Estados Unidos. O movimento corrige o viés de alta de ontem, quando o apetite por risco dominou no exterior por causa do balanço positivo da Nvidia – grande aposta para os segmentos de inteligência artificial (IA) e chips.
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Às 18h (de Brasília), o rendimento da T-note de 2 anos caía a 4,681%, o da T-note de 10 anos recuava a 4,253% e o do T-bond de 30 anos baixava a 4,374%. Em relação à sexta-feira passada (16), a ponta curta subiu, enquanto a ponta longa caiu, numa semana marcada pela consolidação de apostas em corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em junho.
Hoje, os rendimentos subiram pela manhã e foram perdendo fôlego ao longo do dia, invertendo o sinal no início da tarde. Estrategista do BMO, Ian Lyngen apontou que o juro da T-note de 2 anos chegou a ultrapassar 4,74% de ontem para hoje. Ele disse que o yield não chegava a esse nível desde dezembro, quando o presidente do Fed, Jerome Powell, adotou uma linguagem mais dovish e os mercados passaram a precificar cortes de juros agressivos em 2024.
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Lyngen acredita que a inflação persistente impedirá o Fed de cortar juros neste primeiro semestre. Isto é, pelo menos até que apareça alguma confirmação de que o índice de preços ao consumidor (CPI) forte de janeiro foi uma anomalia, e não o novo normal. Na semana que vem, os investidores acompanharão a divulgação do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos EUA, o indicador de inflação preferido do Fed. Para a Capital Economics, uma surpresa no PCE poderia impulsionar uma alta nos rendimentos dos Treasuries e no dólar – embora esse não seja o cenário-base da consultoria.