Tempo Real

Americanas (AMER3) anuncia R$ 3,5 bi em debêntures. Veja como vai funcionar

Medida integra o Plano de Recuperação Judicial para reduzir os danos contábeis das fraudes do ano passado

Americanas (AMER3) anuncia R$ 3,5 bi em debêntures. Veja como vai funcionar
Fachada das Lojas Americanas. (Foto: Tiago Queiroz / Estadão)

A Americanas (AMER3), em recuperação judicial, informou na noite de terça-feira (5), que assinou a escritura de uma emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, para colocação privada, no valor de até R$ 3,5 bilhões.

Com a emissão, a empresa dará início ao desembolso dos montantes necessários para o cumprimento do Plano de Recuperação Judicial (PRJ) aprovado pela Assembleia Geral de Credores em dezembro e homologado pela 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro em 26 de fevereiro.

Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa afirma que a debênture é o instrumento utilizado para operacionalizar o financiamento extraconcursal na modalidade debtor-inpossession (financiamento DIP, quando o devedor permanece na posse dos bens em meio ao pedido de recuperação judicial).

Publicidade

Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos

“O Financiamento DIP foi estruturado de forma a viabilizar a entrada de recursos que são imprescindíveis para que a companhia possa cumprir suas obrigações de pagamento previstas no PRJ antes mesmo do aumento de capital nele previsto. Trata-se, assim, da antecipação de parte dos recursos que virão a ser aportados pelos acionistas de referência da Companhia em tal aumento de capital”, explica.

Segundo a empresa, o Financiamento DIP contará com garantia real e terá prazo de vencimento de 24 meses contados da data de emissão, ressalvadas as hipóteses de resgate e/ou vencimento antecipado.

A Americanas entrou em recuperação judicial em janeiro do ano passado, após a descoberta de fraudes contábeis de R$ 25,2 bilhões cometidas durante administrações anteriores. O plano de recuperação prevê uma capitalização da empresa em R$ 24 bilhões, o que deve reduzir a dívida bruta de mais de R$ 38 bilhões para cerca de R$ 1,9 bilhão.