“Eu nunca tive um cartão de débito”. Por mais estranha que pareça, a afirmação pertence a um dos maiores fraudadores da história dos Estados Unidos, Frank Abagnale, que inspirou o filme “Prenda-Me Se For Capaz”, com Leonardo DiCaprio no papel principal.
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Condenado a 12 anos de prisão na juventude por aplicar golpes em série, Abagnale passou a prestar consultoria para a Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) e ao Departamento Federal de Investigação (FBI, em inglês), para crimes de fraude, falsificação e golpes financeiros.
Em evento da Unico, empresa especializada em identidade digital, realizado no Allianz Parque nesta terça-feira (14), Abagnale palestrou por cerca de 40 minutos e participou de coletiva de imprensa. Durante sua fala, afirmou que o cartão de crédito é a forma mais segura de se gastar dinheiro — além de rechaçar o uso de cartões de débito.
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“Todos os dias eu gasto o dinheiro da operadora de cartões”, ironiza Frank. A razão para não desembolsar um centavo de sua conta bancária é simples: o risco e a exposição dos dados são da empresa — não dele. Enquanto isso, Abagnale jura que as informações de sua conta bancária estão a salvo e livre de vazamentos. “Vou fazer compras? Passo no crédito. O avião que me trouxe até aqui? Foi pago no crédito”, resume ele.
De acordo com o consultor de segurança, se o cartão de crédito for clonado, e US$ 1 milhão de dólares ‘torrados’ do dia para a noite, o dinheiro comprometido é da operadora. Mais do que isso: juridicamente, ele não pode ser responsabilizado pela fraude a partir do momento em que o crime for denunciado. Passa a ser um problema da empresa, que tem mais recursos para reaver a quantia gasta de forma indevida do que o cliente teria.
Além disso, se a conta bancária de um correntista for hackeada, e o saldo disponível zerado, o dinheiro afetado pela ação dos criminosos é do próprio cliente do banco. Isto é, ele ficará sem recursos imediatos para pagar contas ou fazer compras.