Embora sejam negociadas por meio da Bolsa de Valores, como as ações, as debêntures são ativos privados de renda fixa que têm baixo nível de risco. Por isso, são indicadas para investidores moderados e conservadores. Elas são uma opção para quem desejam diversificar a carteira de renda fixa e como alternativa aos títulos bancários como Certificados de Depósito Bancário (CDBs), Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs).
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A vantagem das debêntures é que elas podem oferecer um rendimento maior, entre as opções de renda fixa. “Se a gente fizer um contraponto com títulos públicos, as debêntures pagam um prêmio adicional ao investidor para compensar o risco de crédito que eles estão expostos”, explicou Eduardo Lobo, gestor de renda fixa da Somma Investimentos. O risco de crédito é o risco de um emissor não realizar o pagamento no valor e no cronograma previamente acordado.
O investidor deve ainda estar ciente que o preço dos ativos pode variar de acordo com a percepção de valor da dívida de cada companhia. “Então, mesmo sendo ativo de renda fixa no qual as condições de pagamentos são conhecidas previamente, esses ativos estão sujeitos à marcação a mercado e podem ter alguma volatilidade, no período entre a data de emissão até seu vencimento”, afirma Lobo. Para quem quer reduzir esses riscos, é possível encontrar boas oportunidades em companhias de alta qualidade de crédito.
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No entanto, assim como os demais títulos de renda fixa, as debêntures são suscetíveis a riscos de mercado. “Do mesmo jeito que a taxa de juros pode impactar negativamente o valor das debêntures, essa mesma taxa pode impactar positivamente trazendo oportunidades para o investidor se desfazer do papel antes do vencimento com um ágio na venda. Por isso é preciso uma estratégia e paciência”, pontua o gestor da Somma.
As debêntures se tornaram ainda mais atrativas após as restrições na emissão de títulos como LCI e LCA, impostas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em fevereiro. As medidas acarretaram uma queda na emissão desses papéis. “Com a diminuição das emissões dos títulos bancários isentos, as empresas enxergam nas debêntures uma forma mais barata de emitir uma dívida, de alongar essa dívida em seus balanços e poder remunerar o investidor a uma taxa de juros relevante”, afirma Josias Bento, educador financeiro, especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital.
Debêntures podem ter isenção de Imposto de Renda
O investidor encontra no mercado dois tipos de debêntures: as tradicionais, que geralmente são indexadas ao CDI, e são tributadas; e as debêntures incentivadas, que oferecem isenção de imposto de renda para o investidor pessoa física.
Ao avaliar apenas a rentabilidade oferecida, as incentivadas podem parecer menos rentáveis, mas isso é compensado pelo desconto no IR: “As debêntures incentivadas costumam oferecer um prêmio menor investidor, mas como se trata de um ativo isento, é como se elas apresentassem um prêmio adicional de cerca de 2% com relação a um ativo de renda fixa tributável”, explica Lobo.
Para demonstrar o potencial de rendimento de uma debênture, o educador Josias Bento fez uma simulação (veja abaixo), que compara um CBD com 100% do CDI e uma debênture incentivada indexada em CDI +1%.
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Na rentabilidade bruta, a diferença entre o resultado dos dois ativos seria de R$ 50, em um ano. Mas por conta da isenção de imposto de renda a diferença no valor final, nesse período, fica em R$ 180,40.
Uma outra forma de investir em debêntures é por meio de fundos, afirma Eduardo Lobo: “É recomendado montar uma carteira de crédito com uma diversificação grande, para mitigar os riscos. Olhando dessa forma, também são encontradas boas oportunidades nos fundos de investimento em crédito privado, que carregam carteiras diversificadas e podem ou não ter estratégias que oferecem isenção de Imposto de Renda pro investidor pessoa física.”, concluiu.
CDB versus debênture:
Veja a simulação de rentabilidade de uma aplicação de R$ 5 mil.
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