Viajar, estudar ou comprar um carro? Nenhuma das alternativas. Um a cada três investidores brasileiros tem como objetivo conquistar a casa própria. E, ao contrário do que se imagina, o sonho está longe de se tornar obsoleto. Ele só cresce há, pelo menos três anos, e é a ambição dos mais jovens (‘Geração Z’ e ‘Millennials’), das classes ‘C’, ‘D’ e ‘E’, e entre as pessoas ‘Pretas e Pardas’.
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A constatação pode ser feita a partir dos dados do Raio-X do Investidor Brasileiro, da Anbima, levantamento anual que chega à sua sétima edição em 2024. A intenção de comprar um imóvel em 2021 correspondia a 29% dos investidores ouvidos; em 2022, o número oscilou para os 30%; até subir de forma expressiva em 2023: nada menos que 33% de todos os consultados (ou um terço deles).
Se filtrados por idade e classe social, os números são ainda mais reveladores: os jovens e as camadas menos abastadas da sociedade brasileira levam ainda mais a sério a questão. Entre os integrantes da Gen Z (de 16 a 28 anos), o intuito de adquirir a casa própria representa 36% dos investidores ouvidos.
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Ainda maior é a vontade dos ‘Millennials’ (de 29 a 42 anos): 38% — quantidade mais expressiva entre todas as faixas etárias analisadas. Vale comparar com a geração ‘Baby Boomer’ (de 59 a 77 anos), considerada a mais abastada, e que corresponde aos pais da geração Millennial. Para os Boomers, manter o dinheiro aplicado (29% das respostas) é mais relevante do que investir em um imóvel (24% do total). Já possuir a casa própria talvez explique o menor interesse no investimento— enquanto os mais jovens não conseguem fazer o mesmo.
No recorte de classes sociais, as classes ‘D’ e ‘E’ são as que mais ambicionam a compra de um imóvel: 36% da amostra. Na classe ‘C’, o resultado apresenta diferença muito pequena: 35% dos consultados. A título de comparação, são 29% dos investidores das classes ‘A’ e ‘B’ que compartilham o mesmo desejo. Para as duas classes mais ricas, o desejo de manter a quantia aplicada (22%), usar para se aposentar (14%) ou para fazer uma viagem (14%) são as respostas mais comuns.
O sonho de comprar a casa própria ainda se destaca entre ‘Pretos e Pardos’ ouvidos pelo levantamento: 35% contra 30% de ‘Brancos’ e 31% de ‘Outros’. Entre todas as faixas de ensino, a vontade de adquirir um imóvel ficou acima dos 30%: ‘Fundamental’ marcou 32% das respostas; ‘Médio’ ficou em 35%; e ‘Superior’ também registrou 32%.
Outras ambições dos investidores
Considerando outras opções para além de comprar uma casa, ‘Manter Aplicado’ merece destaque por registrar 20% de todas as respostas, no quadro geral. O número se manteve estável nos últimos três anos, tendo chegado a 20% em 2021 e 2023; e leve oscilação em 2022, com 21% das respostas. ‘Fazer uma viagem’ (10%) e ‘Comprar um carro’ (10%) ficam empatados na terceira colocação.
Entre as que registraram as maiores quedas de 2022 para 2023, estão ‘Investir em um Negócio Próprio’ (de 10% para 8%) e ‘Educação’ (de 8% para 6%). Entre todos os investidores consultados, 5% disseram não saber ou não ter planejado ainda o que fazer com o dinheiro investido.
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