- Os primeiros seis meses de 2024 foram marcados por quedas expressivas na Bolsa, resgates nos fundos de ações e multimercados, e a volta da renda fixa ao posto de queridinha dos portfólios
- Mas os movimentos do início do ano abriram boas oportunidades de alocação para quem souber ajustar os ponteiros
- A XP publicou um relatório mostrando onde investir no 2º semestre de 2024, indicando as preferências na renda fixa e em ações
Os primeiros seis meses de 2024 foram marcados por quedas expressivas na Bolsa, resgates nos fundos de ações e multimercados, e a volta da renda fixa ao posto de queridinha dos portfólios. Em resumo, dá para dizer que foi um semestre marcado por busca por proteção em meio a um cenário de juros mais altos por mais tempo no exterior e um noticiário turbulento no Brasil. Todos esses fatores permanecem no radar para o 2º semestre de 2024, mas os movimentos do início do ano abriram boas oportunidades de alocação para quem souber ajustar os ponteiros.
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É o que diz a XP Investimentos, no relatório “Onde Investir no 2º Semestre de 2024“, divulgado nesta segunda-feira (8). O documento dá destaque a um cenário macro “mais turvo do que gostaríamos”, com desancoragem das expectativas de inflação, a interrupção no processo de cortes na taxa Selic, e o câmbio no maior patamar dos últimos anos.
“Podemos definir então o problema da seguinte forma: em um país em que o governo compete por capital pagando mais de 6,30% de juros reais, o ambiente de negócios se torna mais inóspito, mas a solução para alocação de capital é relativamente óbvia. Criar um portfólio diversificado para coletar esses prêmios de risco elevados, levando em conta a aversão ao risco de cada investidor, parece ser a solução correta”, diz o time de Alocação e Macro da XP, responsável pelo relatório.
As melhores opções da renda fixa para o 2º semestre
A renda fixa voltou a tomar conta do portfólio dos investidores brasileiros, em meio a uma série de mudanças regulatórias nos ativos isentos, interrupção no ciclo de cortes da Selic e emissões recordes no mercado. Para o 2º semestre, a visão positiva para a classe de ativos se mantém.
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A XP explica que, dado a desconfiança do mercado em relação ao equilíbrio das contas do governo e a inflação ainda persistente nos EUA, a abertura na curva de juros brasileira abriu oportunidade para investir em títulos de renda fixa a níveis de retornos históricos. E esse call por proteção favorece principalmente ativos indexados ao IPCA, que têm sido oferecidos a um juro real acima de 6%. Esta é a principal preferência da XP no momento.
O time da corretora também dá atenção aos pós-fixados, que voltam a aparecer como opções interessantes devido à perspectiva de manutenção da Selic em dois dígitos até o final de 2025. A cautela maior fica por conta dos prefixados, ainda que os títulos estejam sendo negociados a taxas próximas a 12% ao ano.
“Apesar de enxergamos oportunidade, reforçamos incertezas que podem levar a volatilidades adicionais na curva de juros. Por este motivo, recomendamos que os prazos para esses ativos sejam de cerca de três anos (ou menos)”, diz o relatório.
Para além da renda fixa local, a XP também mantém a visão positiva para a renda fixa internacional. As melhores oportunidades estão nos Estados Unidos, onde os títulos públicos soberanos, as Treasurires, estão pagando taxas entre 4,5% e 5,5% ao ano e em dólar.
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Mas vale atenção aos prazos: “Devido aos juros altos por mais tempo nos EUA, títulos mais longos pagam hoje rentabilidades mais baixas do que os curtos e, uma vez que Treasuries e bonds são prefixados em sua maioria, apresentam maior volatilidade antes do vencimento (marcação a mercado)”.
As 6 melhores ações para o 2º semestre
Depois de uma queda de quase 8% no Ibovespa no primeiro semestre do ano, a expectativa da XP é por uma recuperação da Bolsa brasileira nos meses finais de 2024. O entendimento é que o início do ciclo de corte de juros nos Estados Unidos, somado a um melhor fluxo de notícias sobre política fiscal e monetária no Brasil, há espaço para o IBOV voltar a subir.
Por causa disso, a XP mantém a projeção de 145 mil pontos para o Ibovespa ao final de 2024. Trata-se de um potencial de alta de 17% em relação aos 123 mil pontos a que o índice era negociado ao final de junho.
E as empresas brasileiras também pode ver seus múltiplos melhorarem. Apesar do macro ter ditado o ritmo no primeiro semestre, o lado micro das companhias vem melhorando na avaliação da XP. “Temos visto uma melhora nas empresas brasileiras: (i) o valuation do Ibovespa continua barato, com o Preço/Lucro em 7,4x; (ii) os níveis de alavancagem do Ibovespa ainda estão sob controle, perto de 2,4x Dívida Líquida/EBITDA; (iii) as empresas estão gerando bastante caixa e com dividend yield acima da média histórica em 6,7%, e (iv) os resultados estão melhorando após uma temporada do 1T24 melhor do que o esperado e o consenso continua revisando os lucros das empresas para cima”, destaca o documento.
Ainda assim, a preferência para os seis meses finais de 2024 são ações de qualidade e geradores de caixa em detrimento das teses de crescimento, que até podem oferecer um beta mais elevado, mas também são mais arriscadas. Os analistas da corretora selecionaram 6 papéis; todos são considerados como “qualidade” nos modelos quantitativos de análise da casa, tiveram um retorno total negativo nos últimos 3 meses, viram uma revisão positiva nos lucros no mesmo período, e têm recomendação de compra na cobertura da XP.
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São eles:
Empresa | Ticker | Setor | Preço-alvo |
Vulcabras | VULC3 | Varejo | R$ 24.0 |
C&A | CEAB3 | Varejo | R$ 12,0 |
Marcopolo | POMO4 | Bens de Capital | R$ 8,0 |
Banco do Brasil | BBAS3 | Bancos | R$ 36,5 |
Lavvi | LAVV3 | Construtoras | R$ 9,4 |
Itaú | ITUB4 | Bancos | R$ 42,0 |