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Bitcoin já sobe após ataque a Trump: veja o que esperar do dólar e do Ibovespa

Como o ataque vai impactar os mercados? Chance maior de vitória do republicano pode levar à corrida de uma moeda

Bitcoin já sobe após ataque a Trump: veja o que esperar do dólar e do Ibovespa
Mercado financeiro (Foto: Adobe Stock)

Como o atentado a Donald Trump vai impactar os mercados? O candidato à presidência dos EUA pelo partido republicano sofreu uma tentativa de assassinato neste sábado, em um comício Butler, na Pensilvânia. O ex-presidente passa bem. A imagem de Trump ferido, com os punhos cerrados e amparado por agentes de segurança, correu o mundo e fortaleceu a previsão de que ele pode vencer as eleições contra o presidente Joe Biden.

Foi a primeira percepção do mercado. Grande parte dos investidores já dá como certa a vitória de Trump. É o caso do que aportaram recursos no bitcoin, que apresenta ganhos firmes e supera a marca de US$ 60 mil neste domingo, após o ataque contra o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump ampliar as chances de o republicano voltar à Casa Branca. Por volta das 14h10 (de Brasília), o bitcoin já subia 2,14%, a US$ 60.082,32, enquanto o ethereum ganhava 1,77%, a US$ 3.167,06, de acordo com cotações da Binance.

Já a memecoin MAGA disparava 47,27%, a US$ 9,338 – o acrônimo é uma referência ao slogan Make America Great Again (Faça a América Grande Outra Vez, em tradução livre). Nas bolsas de apostas, a probabilidade de Trump derrotar o atual presidente americano, Joe Biden, nas eleições de novembro disparou imediatamente após os primeiros relatos de disparos em um comício na Pensilvânia. As chances do democrata já vinham em baixa desde o desempenho negativo no debate contra o rival no final de junho.

Durante a campanha, Trump tem adotado discurso favorável aos criptoativos e chegou a dizer que pretende acabar com a “guerra” deflagrada pelo atual presidente americano, contra o setor. Após a notícia, o bitcoin liderou o rali e quebrou importantes barreiras técnicas. O popular trader Rekt Capital escreveu no X (antigo Twitter) que, agora, a principal criptomoeda do mundo mira a marca de US$ 60,6 mil, que representa um importante nível de resistência.

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As chances de o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump derrotar o atual presidente, Biden, nas eleições de novembro dispararam nas bolsas de apostas, após o ataque contra o provável candidato republicano. Na plataforma PredictIt, especializada em eventos políticos, a probabilidade de vitória de Trump subiu para 66%, comparado com cerca de 60% antes do atentado. Por outro lado, a possibilidade de um triunfo de Biden estava em 25%. Já na Polymarket, o republicano aparece com 69% de chances, um salto de 9 pontos porcentuais em relação à véspera, enquanto o democrata tem 19%.

Trump decidiu manter os planos de viagem a Milwaukee, no Estado americano do Wisconsin, onde acontecerá a Convenção Nacional Republicana a partir de amanhã, apesar do atentado ao qual foi alvo ontem. Em publicação na rede social Truth Social, Trump informou que viajará hoje às 16h30 (horário de Brasília). Trump explicou que, após os “terríveis eventos de ontem”, havia escolhido adiar a partida em dois dias. “Mas eu acabei de decidir que não posso permitir que um ‘atirador’, ou potencial assassino, force uma mudança no cronograma, ou qualquer outra coisa”, escreveu.

Por que após o ataque a Trump investidores devem correr ao dólar

Investidores devem adotar uma postura defensiva após o ataque contra o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, prevê o estrategista-chefe de mercados da empresa global de pagamentos Corpay, Karl Schamotta, em análise exclusiva ao Broadcast.

Para Schamotta, o aumento das incertezas provavelmente se traduzirá em fortalecimento do dólar nos primeiros negócios na Ásia neste domingo, 14. O estrategista avalia ainda que o avanço da divisa americana pode se estender para a segunda-feira, 15, com abertura das mesas de operações na América do Norte.

Schamotta explica ainda que o atentado amplia a chance de Trump voltar à Casa Branca com controle integral do Congresso pelos republicanos. Neste cenário, o mandato seria marcado pela implementação de uma agenda que inclui redução de impostos e elevação de tarifas contra parceiros comerciais, de acordo com estrategista.

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“É uma combinação de políticas que poderá ampliar a inflação nos EUA, piorar a posição fiscal do país e prejudicar os fluxos comerciais globais, mesmo que apoie as valuations mais elevadas do mercado de ações americano”, estima.

O presidente da Steno Research, Andreas Steno Larsen, estima que o ataque ao ex-presidente dos Estados Unidos pode gerar reação no mercado semelhante à que se seguiu à tentativa de assassinato do então presidente americano, Ronald Reagan, em 1981.

À época, os juros dos Treasuries avançaram, o dólar subiu e os mercados acionários ficaram estagnados por três semanas. “Eu apostaria em uma tendência semelhante aqui, presumindo que o episódio tenha algum impacto”, afirmou Larsen, em nota. Larsen avalia ainda que o atentado deve melhorar ainda mais a posição de Trump nas pesquisas de intenções de voto. Segundo ele, o quadro potencialmente tornará inúteis os esforços de democratas para salvar a campanha de Biden, já debilitada após o debate no final do mês passado

“Proteção virá com o dólar”

Segundo Vitor Miziara, sócio da Performa Ideias, empresa de análise de mercado, a leitura de como o mercado deve reagir ao ataque a Trump é divergente. Há quem veja um período de aversão ao risco pela incerteza do resultado e de como Trump lidará com uma economia inflacionada, com juros altos: “Mas grande parte do mercado está projetando que a provável eleição do Trump vai impactar positivamente a economia americana e do mundo. O bitcoin já abriu em alta e agora deve ocorrer uma corrida ao dólar, aos títulos públicos e ao ouro por causa de dois grandes motivos.”

Segundo Miziara, o mercado entende que a economia americana, com Trump eleito, seria mais forte, resiliente, com pouco mais de proatividade no caso de enfrentamento de uma recessão. “Se um cenário de recessão realmente ocorrer, com o ex-presidente no poder teremos pouso suave, uma recuperação mais tranquila da economia no ano que vem”, observa ele.

Por isso, argumenta Miziara, a tendência nos próximos dias – com a certeza de vitória de Trump – é de corrida de investidores ao dólar e de compra de ativos americanos, como ações. “Também por isso, o Bitcoin já subiu. As pessoas buscam proteção e ela virá com o dólar nos Estados Unidos. O consenso geral é de que o dólar deve ter uma apreciação contra todas as outras moedas.”

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Miziara prevê valorização de ativos de risco, mas reforça a maior busca pelo dólar. “Quem não acredita muito na valorização de outros ativos irá para o dólar. A moeda terá alta frente ao real e a outras divisas globais, mas e a Bolsa? O ataque ao candidato republicano não deve fazer muito preço na B3“, diz ele. “Mas, se o mercado acionário nos EUA cair, o Ibovespa deve acompanhar – o que não será exclusivo do mercado no Brasil. As pessoas irão para os Estados Unidos. A tendência é de que países emergentes sofram um pouco mais”, prevê.

Provável vitória de Donald Trump pode animar mercados?

Os ativos brasileiros negociados em Nova York já devem reagir positivamente no início desta noite no pré-mercado americano, após o atentado ao ex-presidente norte-americano Donald Trump.

Desta forma, tendem a iniciar em campo positivo na abertura dos mercados no Brasil nesta segunda-feira, segundo o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus. O mercado tem demonstrado incômodo com a persistência do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que concorre à reeleição, em continuar a disputa, em meio a dúvidas a respeito do seu quadro de saúde.

Assim, pode dar tranquilidade aos mercados, com eventualmente o Ibovespa testar a importante marca psicológica dos 130 mil pontos. Na sexta-feira, na máxima, marcou 129.014,75 pontos, fechando aos 128.896,98 pontos (alta de 0,47%).

Na opinião do estrategista, o mercado de renda variável brasileiro pode se beneficiar um pouco mais após a tentativa de assassinato de Donald Trump à presidência dos EUA. “Juros futuros e dólar estão olhando mais para as movimentações políticas. O fiscal ainda incomoda. Do dólar ainda tende seguir na faixa dos R$ 5,40 e os juros pressionados”, estima.

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C0m Estadão Conteúdo e André Marinho