O BTG (BPAC11) avalia que as ações da Embraer (EMBR3) são negociadas a um múltiplo de 7,5 vezes o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) previsto para 2025, valor abaixo de seus principais pares da indústria, o que a casa considera “injustificado”. O banco manteve a recomendação de compra para o American Depositary Receipts (ADR, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da empresa, com preço-alvo de US$ 32,00, o que representa um potencial de valorização de 15,4% sobre o fechamento da última segunda-feira (22).
Em relatório, os analistas Lucas Marquiori, Fernanda Recchia e Marcelo Arazi destacam que a companhia levou vantagem sobre seus pares ao anunciar que firmou um contrato com o Ministério de Defesa holandês para adquirir nove aeronaves C-390 Millennium, durante o Farnborough Air Show, que teve início ontem no Reino Unido.
Apesar da notícia, as ações da Embraer caíram 7% durante a sessão, cenário que, segundo o banco, destaca os riscos de exagerar nesses shows aéreos. Além disso, eles avaliam que a queda provavelmente se deve às expectativas excessivamente otimistas dos investidores por novos contratos.
A queda também é atrelada ao fato de que o mercado já estava ciente do pedido após extensa cobertura da mídia e já havia precificado este fato. “A assinatura do acordo significa que a aeronave agora pode ser incluída no backlog do terceiro trimestre da empresa. Assumindo um preço unitário de aproximadamente US$ 110 milhões e uma margem Ebitda de 10%, estimamos que o pedido significará em torno de US$ 1 bilhão em receita e US$ 100 milhões em Ebitda”, finalizou o BTG.
