O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), considerado a prévia da inflação, registrou alta de 0,30% na última quinta-feira (25), ficando acima das expectativas e indicando uma possível aceleração maior para o mês de julho. Diante do cenário, os títulos de renda fixa do Tesouro acompanham o movimento e oferecem retornos acima do esperado.
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A isso, se soma o contexto dos juros no país: em menos de uma semana, na próxima quarta-feira (31), o Comitê de Política Monetária (Copom) decidirá os rumos da taxa Selic. As apostas majoritárias é de manutenção no patamar atual, de 10,5% ao ano.
Vale lembrar que o Banco Central (BC) interrompeu os cortes na principal referência dos juros, sob o receio de avanço da inflação. Além disso, os ativos de renda fixa tendem a se valorizar em períodos de taxas de juros elevadas. O resultado da combinação dos fatores pode ser observada nesse mercado.
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Dadas as conjunturas, os produtos do Tesouro IPCA+, com vencimento para 2029 e 2035, ofereciam retornos de 6,38% e 6,24%, respectivamente, às 8h10. Esses títulos combinam uma parte dos rendimentos atrelada às variações da inflação (medida pelo IPCA) com outra parte prefixada (no caso do IPCA+ 2029, aqueles 6,38%).
A oportunidade é vista no mercado como incomum e gera interesse em quem pode aproveita-la. O retorno é considerado por especialistas como ‘juros de crise’. Em outras palavras, são taxas atrativas a médio e longo prazo e podem ser usadas em favor de um plano de aposentadoria, por exemplo. Se comparados a títulos que retornam 1% ao mês, o ganho do IPCA+ 6% se destaca.
No começo deste ano, foi observado movimento semelhante: o IPCA registrou variação mensal de 0,83%, em fevereiro de 2024. Aquele investidor que obteve ganho nominal de 1% ao mês auferiu lucro real de 0,17%. Na faixa dos 6% ao ano, oferecidos pelo Tesouro, o retorno real mensal fica em torno de 0,49% — acima da inflação e mais vantajoso do que os concorrentes.
Por outro lado, considerando os movimentos dos últimos cinco anos, a oferta de taxas acima de 6% foi mais exceção do que a regra, seja para os títulos de renda fixa públicos ou privados.
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É importante ressaltar que esses produtos entregam aquilo que prometem, desde que o contratante os mantenha até o vencimento. Ninguém está isento de imprevistos financeiros, e investidores podem se ver obrigados a vender o título antes do tempo. Nesses casos, porém, a chance de prejuízo é real.
Cabe outro exemplo: um investidor que tenha adquirido em 2022 um Tesouro IPCA+ com vencimento para 2030, com juros reais de 4% ao ano, receberá exatamente aquilo que contratou, se mantiver seu título até a data combinada — a variação da inflação no período + 4% ao ano.
Mas se precisasse vender seu título hoje, o cenário indica que ele teria perdas. Isso porque os títulos estão sendo negociados com taxas superiores a 6% de juro real ao ano, remunerando mais do que aqueles 4% ao ano, contratados em 2022. Assim, não haveria razão para investir nesse título (pelo menos, não por um preço que cobrisse o prejuízo do titular).
Portanto, antes de adquirir produtos de renda fixa, o investidor deve buscar aconselhamento de profissionais capacitados da área de finanças. Além de apontarem o perfil de cada pessoa (e os ativos mais adequados), um assessor de investimentos pode ajudar a entender as necessidades e urgências que tem o cliente.
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