- A Selic em 10,50% ajuda a manter a inflação sob controle, explicam economistas
- Aumentar a Selic pode enfraquecer o crescimento e o mercado de trabalho
- Reduzir a Selic poderia estimular consumo e investimentos
A possibilidade de recessão econômica nos Estados Unidos, que influenciou tanto o Ibovespa quanto o dólar na segunda-feira (5), não é capaz de deixar velha a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta terça-feira (6), segundo especialistas. “O mercado já melhorou um pouco hoje e segue bastante dinâmico. A volatilidade está muito grande e o Copom tenta endereçar isso”, diz o economista do Asa, Leonardo Costa. Ao analisar os pontos da ata, o mercado aponta expectativas variadas quanto à decisão sobre a taxa básica de juros, a Selic, nas próximas três reuniões do Copom deste ano, em setembro, em novembro e dezembro.
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Para alguns analistas financeiros, se o órgão resolver tomar uma decisão diferente daquela da última reunião, de julho, quando anunciou a manutenção da Selic em 10,50%, a probabilidade do comitê optar por voltar a subir a taxa básica de juros parece bem maior e mais clara do que a de optar pelo corte. Mas outros especialistas apontam que o fator que deverá definir esse caminho é a inflação, muito mais do que os recentes movimentos dos mercados globais. Segundo eles, as projeções inflacionárias para os próximos meses indicam uma tendência de desaceleração do indicador, o que pode levar o mercado a esperar uma possível redução na taxa.
“Manter a taxa Selic no nível atual pode ser visto como uma forma de garantir que a inflação permaneça controlada, mas também pode continuar a pressionar o consumo e os investimentos. Um aumento adicional na Selic poderia ter o efeito de enfraquecer ainda mais a atividade econômica, impactando negativamente o crescimento e a recuperação do mercado de trabalho”, diz o operador de renda variável da Manchester Investimentos, André Luiz Rocha. Por outro lado, segundo ele, uma redução na taxa Selic poderia estimular o consumo e os investimentos, ajudando a acelerar a recuperação econômica, mas com o risco de pressões inflacionárias se não for acompanhada por um controle rigoroso dos preços.
Até agora, de acordo com o professor da Fia Business School, Arnóbio Durães, a economia brasileira apresenta um quadro dualista: a inflação está sendo controlada, mas continua a representar desafios, especialmente no setor de serviços. O Produto Interno Bruto (PIB) tem mostrado um crescimento moderado e a taxa de desemprego tem diminuído, embora ainda permaneça elevada em comparação com níveis históricos, explica o professor.
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Segundo ele, o mercado de trabalho tem mostrado sinais de recuperação, com um aumento nas contratações formais e informais, mas o setor agropecuário enfrenta dificuldades devido a condições climáticas adversas e questões logísticas, o que pode complicar a inflação. Durães diz que a situação fiscal do País, com as contas públicas com saldo negativo de R$ 43,4 bilhões no primeiro semestre, também continua sendo um motivo de alerta, especialmente no que diz respeito ao gerenciamento da dívida pública.
Além da inflação, o Copom considera o PIB e a taxa de desemprego. O crescimento do PIB serve para avaliar a saúde geral da economia e, quando potente, pode justificar uma política monetária mais restritiva para evitar o superaquecimento, enquanto um crescimento fraco pode levar a políticas mais acomodatícias. A taxa de desemprego também é importante porque, conforme Durães, altas taxas podem reduzir o consumo e a confiança dos consumidores, impactando negativamente o crescimento econômico.
Outros indicadores relevantes incluem a taxa de câmbio, o cenário internacional e as contas públicas. “A redução da Selic estimula o crédito, tornando empréstimos e financiamentos mais acessíveis para consumidores e empresas, o que incentiva o consumo e os investimentos. Isso ajudou, nos últimos meses, a impulsionar o crescimento econômico em setores como o imobiliário e o varejo. No entanto, a redução dos juros também pressionou a inflação, exigindo monitoramento contínuo para evitar descontrole dos preços”, diz.
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Na contramão de Durães, o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, avalia que o cenário inflacionário no Brasil é preocupante. Ele aponta que o Índice Geral de Preços (IGP) subiu 0,61% e o Índice de Preços ao Produtor (IPP) registrou um aumento de 1,2% na última leitura mensal. “Um IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de 4,5% para este ano não é impossível, o que seria bem acima da meta de 3%”, projeta. “A possibilidade de estouro do teto da banda de inflação está se tornando provável”.
Em contrapartida, ele analisa que o relatório de criação de empregos do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, surpreendeu positivamente ao revelar 2,7 milhões admissões, mostrando a criação de 200 mil vagas formais em junho, totalizando 1,3 milhão de vagas formais no ano. “O mercado de trabalho no Brasil está bastante forte, com o desemprego podendo cair abaixo de 7%”, destaca.
Os dois cenários da Selic
Para o economista Pedro Paulo Farias, as decisões das reuniões anteriores do Copom afetam as próximas de várias maneiras. Mudanças passadas na taxa Selic influenciam a inflação e o crescimento econômico, criando um contexto que o Copom deve avaliar. “Se as reduções na Selic não controlarem a inflação como esperado, o Copom pode reconsiderar sua postura. Além disso, as decisões passadas moldam as expectativas do mercado e a confiança dos investidores, afetando o ambiente econômico geral. A comunicação do Copom sobre suas decisões também orienta as expectativas futuras”, analisa.
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Na mesma linha, o economista do Asa, Leonardo Costa, disse ao Broadcast que o Copom vê as duas principais condicionantes de inflação, o câmbio e as expectativas, num cenário pior. Em sua análise. Costa pontua que, caso não haja melhora desses vetores, o Copom deverá elevar a Selic. “O comitê, unanimemente, reforçou que não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado”, escreveu o colegiado na ata. Falar em unanimidade, segundo Costa, serve para abafar um ruído gerado na reunião de maio do comitê, quando a decisão dividida nos votos desagradou o mercado financeiro.
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Costa afirma que o texto da ata, de maneira geral, mostra o Copom tentando “ganhar tempo” antes de tomar qualquer decisão. O Asa prevê a Selic estável em 10,5% até o final de 2025, mas o viés é de alta. Entre os pontos da ata divulgada hoje, o economista do Asa ainda destaca que o colegiado “tentou endereçar” algumas questões, como a grande volatilidade dos mercados globais.
Ao avaliar os dois possíveis cenários em decisão do Copom nas próximas três reuniões deste ano, o operador de renda variável da Manchester Investimentos, André Luiz Rocha, pontua que uma Selic mais alta torna o crédito mais caro, reduzindo o consumo das famílias e a demanda agregada. “Isso pode desestimular os investimentos empresariais, afetando a confiança dos investidores e as decisões de expansão das empresas. No mercado imobiliário, juros altos aumentam os custos de financiamento, o que pode desacelerar o setor e impactar negativamente os fundos de investimento imobiliário (FIIs)”, analisa.
Por outro lado, aponta ele, uma redução da Selic pode estimular o crédito e os investimentos, promovendo um crescimento econômico mais forte. “Em contraste, uma redução da Selic pode incentivar investimentos mais arriscados, como ações, atraindo capital estrangeiro para a Bolsa brasileira e potencialmente impulsionando os preços dos ativos. Vale lembrar que no ciclo de juros, o Ibovespa sempre performou melhor que o Certificado de Depósito Interbancário (CDI)”, argumenta.
Fatores que podem mudar o jogo
Se a economia global mostrar sinais de recuperação, com a inflação em queda e uma ausência de recessão severa, as incertezas geopolíticas devem continuar gerando volatilidade nos mercados. É o que analisa o economista-chefe da XP, Caio Megale. Para ele, as condições para cortes de juros nos Estados Unidos e na Europa estão se cristalizando, mas o cenário político ainda é uma fonte de incerteza. Essa volatilidade externa tem impactos diretos na taxa de câmbio brasileira, um fator crítico a ser monitorado nos próximos meses.
No cenário doméstico, o Brasil tem apresentado indicadores econômicos positivos, avalia o economista. Segundo ele, a atividade econômica está em crescimento, a inflação, embora ainda acima da meta do Banco Central, permanece baixa em comparação aos valores históricos e a arrecadação de impostos continua alta. Além disso, o mercado de trabalho está aquecido, com níveis de desemprego em queda. “Apesar das altas taxas de juros, o crédito está se expandindo e a economia está superando expectativas a cada novo indicador. Isso sugere que a economia não está sentindo os efeitos negativos de juros elevados como poderia se esperar”, explica Megale.
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Essa resiliência econômica, de acordo com ele, dá ao Banco Central um espaço maior para focar na sua principal meta, que é o controle da inflação. Entretanto, há um risco de que as pressões inflacionárias possam levar a uma revisão na política monetária. Megale enfatiza a importância da taxa de câmbio como uma variável fundamental para determinar os próximos passos da política monetária. “Nosso cenário base é a manutenção da Selic em 10,5% até o final do ano, mas o risco de um aumento nas taxas é maior do que a possibilidade de cortes neste momento”, afirmou.
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O BC, diz ele, deve adotar uma postura mais cautelosa nas próximas reuniões, podendo sinalizar ajustes na política monetária caso as pressões inflacionárias persistam. “Se o processo de desinflação estagnar ou se surgirem novas pressões inflacionárias, o Banco Central pode voltar a subir as taxas de juros”, acrescenta.
Não é à toa que o operador de renda variável da Manchester Investimentos, André Luiz Rocha, alerta os investidores: “Acompanhar as expectativas para a taxa Selic é essencial para entender como os investimentos podem ser ajustados. Isso porque adaptar a carteira de investimentos com um especialista de acordo com as expectativas e da taxa básica de juros é fundamental para aproveitar as oportunidades e minimizar os riscos ao longo do ano”.
Para o o economista-chefe da Suno Research, Gustavo Sung, a redução das taxas de juros nos EUA, prevista para o terceiro ou quarto trimestre deste ano ano, pode favorecer a economia brasileira e proporcionar um ambiente mais favorável para investimentos. “Se os juros nos EUA diminuírem, isso pode ajudar a reduzir a taxa de câmbio e estabilizar as expectativas econômicas internas”, explica Sung.
A redução do dólar poderia, por sua vez, criar um cenário mais atrativo para investidores estrangeiros e potencialmente elevar o interesse no mercado acionário brasileiro. Sung observa que a relação entre a política monetária dos EUA e o mercado brasileiro é complexa, mas a queda nas taxas de juros pode ajudar a aliviar pressões econômicas locais. “Se as expectativas de inflação se ancorarem e o câmbio se estabilizar, o Brasil pode ver um aumento no apetite por investimentos na bolsa de valores, sem a necessidade de ajustes adicionais nas taxas de juros internas”, afirma.
Para onde vai o Ibovespa após a decisão do Copom?
O preço ideal para o Ibovespa ao final de 2024 está na faixa dos 135 mil a 147 mil pontos, conforme as atuais projeções das corretoras. Os analistas são unânimes em dizer que os principais fatores que têm pesado sobre o índice são as preocupações fiscais e, consequentemente, uma maior percepção de risco.
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Para Cristian Pelizza, economista-chefe da Nippur Finance, um ajuste nos gastos que direcionasse o resultado primário para mais próximo da meta de déficit zero traria efeitos positivos para a Bolsa brasileira nos próximos meses. “A perspectiva de um resultado fiscal deteriorado em 2024 e 2025 gera uma pressão maior sobre a inflação e sobre juros. Nesse sentido, surge uma migração natural para ativos de menor risco, como a renda fixa, e a saída de ativos mais voláteis, como ações”, explica.
Uma notícia que contribuiu para impulsionar os ganhos do Ibovespa em julho foi o anúncio de congelamento de R$ 15 bilhões no Orçamento de 2024. A medida representa um esforço do governo federal para cumprir o novo arcabouço fiscal. Do montante total a ser congelado, serão R$ 11,2 bilhões de bloqueio, pelo aumento de despesas obrigatórias, e R$ 3,8 bilhões de contingenciamento, devido à frustração de receitas, já considerando as pendências no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Senado.
Apesar de reduzir o cenário de maior estresse, o congelamento por si só não cessa as preocupações com a condução da política fiscal brasileira. Em agosto, a principal medida econômica do governo a fazer preço no Ibovespa deve ser a elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2025, que tem o prazo limite até o dia 31 do mês para ser enviada ao Congresso.
Lucas Farina, analista econômico da Genial Investimentos, acredita que, além das projeções de receitas e despesas para o ano que vem, o governo ainda pode aproveitar a data para revisar a meta fiscal de déficit zero deste ano para um resultado primário negativo. “Isso ainda não está totalmente precificado pelo mercado e pode desencadear uma nova pernada de queda do Ibovespa”, afirma.
O analista considera que, de meados de abril para cá, a correlação entre o cenário externo e o principal índice da B3 diminuiu, com os ativos domésticos passando a responder mais aos acontecimentos internos. “É diferente do que aconteceu ao final de 2023, quando a divulgação de dados mais promissores de atividade econômica, mercado de trabalho e inflação nos Estados Unidos levou a um afrouxamento das condições financeiras globais que, por sua vez, impulsionou as principais bolsas, inclusive a brasileira”, diz Farina.
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Apesar da maior independência do Ibovespa em relação às notícias externas, um fator que pode contribuir para o humor do índice é a ancoragem das expectativas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) iniciará sua trajetória de corte de juros em setembro. Essa projeção favoreceu uma ligeira alta das ações já no mês de julho, embora, internamente, essa melhora seja confrontada pelas persistentes preocupações fiscais.
Na opinião da Ágora Investimentos, a dúvida que resta agora é se o iminente alívio da política monetária nos Estados Unidos será suficiente para levar a uma melhor performance da Bolsa brasileira. “Acreditamos que a queda de juros americanos é sim um gatilho favorável para os preços no Brasil, mas um movimento de alta expressivo é limitado por fatores relacionados à economia local”, reforça a casa em relatório.
Quanto ao futuro da Selic, as expectativas majoritárias são por uma manutenção da taxa básica de juros brasileira no mesmo patamar até o final do ano. Na última edição do Boletim Focus, a projeção para a Selic ao fim de 2024 continuou em 10,50% pela sexta semana consecutiva. Já a mediana para a taxa ao final de 2025 permaneceu em 9,50%, também pela sexta semana consecutiva.
Ao pensar no comportamento das ações do Ibovespa em agosto, Bruna Sene, analista de renda variável do Research da Rico, entende que o mercado já está precificando a manutenção da Selic por aqui, mas segue de olho nos dados de inflação. “O risco seria uma piora nos números de inflação que podem levar à nova alta dos juros lá na frente. Por isso, vale a atenção nos dados de agosto e principalmente no comportamento do dólar, que impacta diretamente os preços”, diz.
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Segundo Pedro Serra, gerente de research da Ativa Investimentos, se as decisões monetárias do Banco Central forem pautadas em fundamentos, elas impactam positivamente, porque ajudam a conduzir a inflação para a meta. “Obviamente que quando você está num período de aperto monetário, isso no início é ruim para a Bolsa, mas no longo prazo, acaba sendo positivo, porque você traz tudo para a meta e, aliviando, tem o início do ciclo de cortes nos juros”, pontua.
Veja a seguir as projeções das principais casas para o Ibovespa ao final de 2024:
Corretoras | Projeção atual |
Ativa Investimentos | 135 mil pontos |
Empiricus Gestão | 145 mil pontos |
Genial Investimentos | 139,1 mil pontos |
Guide Investimentos | 140 mil pontos |
Monte Bravo | 145 mil pontos |
Santander Corretora | 145 mil pontos |
XP Investimentos | 147 mil pontos |
Ata aponta que investidores devem diversificar carteiras
Com a manutenção da Selic, investidores brasileiros enfrentam um cenário marcado por incertezas econômicas tanto no âmbito doméstico quanto internacional. Especialistas recomendam uma alocação estratégica de recursos, abrangendo desde produtos de renda fixa até fundos multimercado e investimentos imobiliários, ajustados conforme o perfil de risco e os objetivos individuais dos investidores.
A ata desta vez apresentou uma abordagem mais severa do que o comunicado inicial, algo que não é comum, segundo o superintendente de economia e research da Ágora Investimentos, Dalton Gardimam. Em vez de apenas mencionar condições gerais para uma possível elevação da taxa de juros, a ata incluiu referências específicas a condições que poderiam levar a um aumento das taxas, como a não convergência da inflação e a deterioração das expectativas econômicas.
“Os investidores que esperavam uma ata mais branda ficaram surpresos com a inclusão de termos mais duros e condicionantes mais explícitos para um aumento das taxas de juros”, comenta. A mudança na ata, portanto, pode ser um indicativo importante para o mercado financeiro. A possibilidade de um aumento futuro das taxas de juros poderá influenciar as expectativas dos investidores e afetar o comportamento dos mercados financeiros e da economia real, dependendo da evolução do cenário econômico nacional e internacional.
O CEO da gestora Multiplike, Volnei Eyng, diz que, com a taxa Selic elevada, produtos de renda fixa, como Tesouro Selic e Certificado de Depósito Bancário (CDBs) de bancos sólidos, oferecem segurança e retornos ajustados pela taxa de juros básica. Além disso, fundos de crédito privado e títulos do Tesouro IPCA+ são alternativas que proporcionam retornos superiores com um risco controlado e proteção contra a inflação.
O sócio da Ipê Avaliações, Fábio Murad, considera que fundos multimercado são fundamentais nesse contexto. Esses fundos permitem uma diversificação maior, investindo em diferentes classes de ativos, ajustados conforme as condições de mercado. Em tempos de alta volatilidade, estratégias como exchange-traded fund (ETFs) e opções ajudam a reduzir a vulnerabilidade a flutuações específicas.
Para o CEO da Swiss Capital, Alex Andrade, a taxa Selic influencia tanto o crédito quanto os investimentos. A Selic elevada aumenta o custo dos empréstimos, freando o consumo e inibindo investimentos empresariais. No entanto, ela oferece estabilidade para produtos tradicionais como títulos públicos e CDBs. Andrade sugere que a diversificação, incluindo investimentos em incorporadoras ou loteadoras, pode ser uma estratégia eficaz para maximizar retornos.
O analista CNPI da Ouro Preto Investimentos, Sidney Lima, ressalta a importância de ativos de renda fixa, especialmente aqueles atrelados ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI) ou à inflação. Tesouro Selic e Tesouro IPCA oferecem maior segurança e previsibilidade em tempos de incerteza. Lima também destaca o fundo Ouro Preto Real Fic FIRF, que acumulou ganhos de 11,99% nos últimos 12 meses, superando o CDI.
O CEO da Smart House Investments, André Colares, alerta que com o dólar atingindo R$ 5,73, a pressão inflacionária adicional pode levar o Copom a considerar um aumento na Selic. Fundos Imobiliários (FIIs) são uma opção atrativa, pois tendem a oferecer retornos consistentes em um cenário de juros altos. Colares menciona o fundo SMRE11 como uma escolha inteligente para geração de renda estável.