A Taesa (TAEE11) reportou um lucro líquido regulatório de R$ 294 milhões no segundo trimestre de 2024, alta de 22,9% na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo a companhia, o lucro aconteceu devido a uma melhora nos custos operacionais, resultado financeiro, além do imposto de renda e contribuição social. Analistas do mercado financeiro comentam que os números vieram dentro do esperado e revelam suas projeções de dividendos.
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Segundo a equipe do BTG Pactual, a Taesa entregou um “resultado suave” neste trimestre. Os analistas comentam que a receita de R$ 580 milhões ficou 2% abaixo das expectativas do banco, que era de R$ 592 milhões. “Os números foram impactados pela deflação medida pelo Índice Geral de Preços — Mercado (IGP-M), que é o indicador utilizado pela empresa para reajustar os seus contratos”, explicam João Pimentel, Gisele Gushiken e Maria Resende, que assina o relatório do BTG.
Os especialistas comentam também que a geração de caixa da empresa, medida pelo Ebitda, ficou com R$ 485 milhões, próximo dos R$ 492 milhões esperados pelo banco de André Esteves. Já a Genial Investimentos comenta que não achou o resultado ruim, mas lembrou o alto endividamento da companhia, que está em 4 vezes a dívida líquida sobre o Ebitda. O número está 0,2 vezes acima da média dos pares, que costumam pagar bons dividendos.
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“Com relação aos custos e despesas, houve uma redução de 3,7%, totalizando R$ 94 milhões, explicado por uma ligeira redução na contratação de serviços de terceiros. O resultado financeiro totalizou menos R$ 202 milhões, 17,6% abaixo da comparação anual, explicado por uma variação cambial decorrente da contratação do IPCA nos períodos analisados”, explicam Vitor Sousa e Israel Rodrigues, que assinam o relatório do Genial.
Como ficam os dividendos da Taesa?
Analistas do BTG lembram que o temido momento em relação aos dividendos da companhia chegou. A empresa revelou que pagará seus dividendos com base no lucro líquido regulatório e não o lucro líquido da norma padrão internacional, que tende a ser maior que o regulatório. Além disso, a empresa estimou o payout (proporção do lucro a ser paga em proventos) será de 75% do lucro líquido regulatório em 2024 e planeja distribuir de 90% a 100% nos próximos anos.
“Considerando o pagamento mínimo de 75% mencionado, o rendimento do dividendo em relação ao valor da ação para 2024 seria de 6,5%. Portanto, mantemos nossa classificação de venda, pois vemos o nome negociado a uma Taxa Interna de Retorno (TIR) pouco atraente de 6,7%”, dizem João Pimentel, Gisele Gushiken e Maria Resende.
O BTG tem recomendação de venda para Taesa com preço-alvo de R$ 35 para os próximos 12 meses, uma queda de 1,07% na comparação com o fechamento de segunda-feira (12), quando a ação encerrou o pregão a R$ 35,38. A Ágora Investimentos também tem recomendação de venda para as ações da Taesa, a corretora diz que a companhia está muito alavancada e os dividendos não devem ser atrativos.
Já a Genial é menos dura em sua colocação. A corretora diz para o investidor, que já tem o papel, continuar com o ativo sua carteira. No entanto, os analistas não recomendam compra para a ação.
Um dos motivos para essa recomendação é pelo fato de a empresa se encontrar precificada e sem justificativas para negociar acima de seu valor justo. Essa estimativa é feita com base na alavancagem da elétrica, que se encontra relativamente alta. Entretanto, os especialistas comentam que acreditam na expertise da Taesa para navegar por esse cenário desafiador, se desalavancar ao mesmo tempo, em que continua a recompor sua receita, sem afetar muito o pagamento de dividendos.
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“Os dividendos devem continuar, eles são um dos principais atrativos para os investidores da empresa. Apesar disso, com a empresa negociando com uma Taxa Interna de Retorno de 8,3% em termos reais, contra 5,96% dos títulos do Tesouro com vencimento para 2045. Por isso, não vemos razões para uma recomendação mais agressiva ao papel”, argumentam Vitor Sousa e Israel Rodrigues.
A Genial tem recomendação de manter para Taesa com preço-alvo de R$ 35, uma queda de 1,07% na comparação com o fechamento de segunda-feira (12), quando a ação encerrou o pregão a R$ 35,38. Mesmo que menores, a corretora estima que para quem comprou o papel a um preço menor que o atual, vale a pena ficar no ativo para receber os dividendos.