O Dia dos Solteiros é comemorado todo 15 de agosto. Apesar de ser um status de relacionamento considerado solitário por alguns, quem não possui companhia romântica podem ter uma dinâmica diferente no que se refere às finanças. Por isso, o E-Investidor procurou planejadores financeiros para entender melhor quem gasta mais ou se organiza melhor nessa área da vida: solteiros ou casados.
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A resposta para essa pergunta é mais simples do que parece: depende. Segundo Clay Gonçalves, planejadora financeira da SuperRico, o estado civil não determina quem tem mais despesas, e sim o estilo de vida.
“Um casal com um estilo de vida social agitado, que sai bastante, viaja, come fora várias vezes por semana, pode ter mais despesas que uma pessoa solteira com uma vida social mais tranquila”, explica.
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Paula Bazzo, planejadora financeira CFP pela Planejar, ainda destaca que os gastos variam também de acordo com o lugar que alguém mora e os hábitos de consumo. Para aqueles que não têm filhos, ela comenta que a despesa mensal de um casal tende a ser levemente maior porque ele pode, por exemplo, morar em um apartamento maior. No entanto, é bem possível que o casal divida os gastos de alguma forma.
“Ou seja, no pessoal isso acaba se tornando financeiramente ‘mais barato’ para cada uma das partes do casal do que para o solteiro que precisa bancar um aluguel sozinho, a internet, água, luz e telefone, por exemplo”, revela Bazzo. Em compensação, os custos podem ser um pouco mais altos para os casais, mas como dividem por dois um valor mais pesado, como um aluguel, a compra de uma casa ou um financiamento, o gasto pesa menos no bolso para o casal.
Na perspectiva de quem possui filhos, a conta muda para encaixar essas despesas também, exigindo uma melhor análise. “Para a quantidade de filhos que for, tem o pagamento de escola, plano de saúde, atividades extraclasse, materiais escolares, vestuário e mais uma série de despesas que elevam significativamente os custos. Então eu diria que solteiros tendem a ter um desembolso maior individual em comparação ao casal, mas não necessariamente ele tem uma despesa maior”, explica.
Quando o assunto são investimentos, também não há resposta certa. Isso porque a flexibilidade para investir está ligada a uma boa gestão do dinheiro, planejamento financeiro e disciplina, o que abre espaço para separar objetivos e metas de aplicação, segundo a planejadora da SuperRico.
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Uma pessoa solteira pode ter mais flexibilidade para investir porque ela não tem tantas obrigações com dependentes como casais, e por consequência mais recursos à disposição. Porém a especialista da Planejar alerta que essa não é uma verdade absoluta porque ser solteiro não é sinônimo de não ter um dependente: “Se essa pessoa paga as contas dos seus pais ou, de repente, ela tem vários animais de estimação e tem um desembolso alto com isso, ou até mesmo um filho, pode ser que o custo de vida dela esteja elevado de um jeito que não sobram recursos para investir”.
Como funciona o planejamento financeiro para os solteiros?
Para os casais, o diálogo e a manutenção de combinados são muito importantes para ninguém se sentir injustiçado. Já com os solteiros, esse acordo pode ser resolvido de forma mais simples, já que os objetivos financeiros não precisam ser alinhados com os de outra pessoa.
Ao mesmo tempo, Gonçalves ressalta que dependerá somente de o solteiro manter-se fiel aos objetivos, além de cuidar do orçamento para poupar o necessário para alcançar as metas estabelecidas. “A organização é fundamental nos dois cenários: pessoas solteiras e casadas. Automatizar pagamentos, diminuir a quantidade de contas correntes e de cartões de crédito são maneiras de simplificar o cuidado com as finanças e, com isso, ter maior controle do dinheiro”, indica a especialista.
Bazzo acrescenta a importância do processo de educação financeira em ambos os casos. Para ela, buscar conhecimento sobre finanças para tomar decisões e manter a sua autonomia, em todos os cenários, é essencial. Além disso, a profissional destaca a reserva de emergência como uma tranquilidade, assim como a reserva de aposentadoria.
Gonçalves também listou algumas dicas para os solteiros aprenderem a se organizar financeiramente: conheça suas despesas, invista em autocontrole para gastar com o que realmente trará realização para sua vida e simplifique ao máximo sua vida financeira. Nesse último, ela explica: “Uma conta corrente e um cartão de crédito já dão bastante trabalho. Quanto mais extratos e faturas, mais difícil se torna a organização. Adquira e mantenha o hábito de poupar, ele será muito importante ao longo do tempo”, finaliza.
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Pensando ainda na possibilidade de um solteiro que eventualmente entre em um relacionamento para a construção da vida em união, Bazzo releva ser essencial uma boa comunicação e alinhamento de objetivos. Isso porque, ao combinar receitas e planejamentos, mantendo sempre o diálogo aberto, o patrimônio tende a ser potencializado de forma mais eficaz.
Ainda que você comemore o Dia dos Solteiros com alegria ou não, saber cuidar e manter um bom controle da vida financeira pode fazer um grande efeito a longo prazo e a sensação de tranquilidade com o seu patrimônio.