- Na última quarta-feira (21), veio à tona um processo sancionador movido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para investigar a suposta fraude contábil que ocorreu no IRB Brasil Resseguros (IRBR3) em 2020
- Entre os 11 acusados na peça, está Ivan Monteiro, atual diretor-presidente da Eletrobras (ELET3) e ex-CEO da Petrobras
- O executivo era presidente do Conselho de Administração do ressegurador, na época em que as irregularidades se tornaram públicas
Na última quarta-feira (21), veio à tona um processo sancionador movido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para investigar a suposta fraude contábil que ocorreu no IRB Brasil Resseguros (IRBR3) em 2020. Entre os 11 acusados na peça, está Ivan Monteiro, atual diretor-presidente da Eletrobras (ELET3) e ex-CEO da Petrobras.
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O executivo era presidente do Conselho de Administração do ressegurador, na época em que as irregularidades se tornaram públicas e provocaram uma queda vertiginosa nos papéis IRBR3. Nesta manhã, as ações da Eletrobras abriram a sessão em queda. Até às 12H37, os papéis acumulavam desvalorização de 0,82%, aos R$ 41,16. Entretanto, no pior momento da manhã, chegaram a ceder 1,6%.
“O escândalo envolvendo o CEO da empresa acabou tendo impacto reputacional, que ocasionou a queda da ações da Eletrobras hoje”, diz Rafael Lage, analista da CM Capital. Essa também é a visão de Sidney Lima, da Ouro Preto Investimentos. Ele explica que, inicialmente, o movimento negativo dos papéis nesta manhã estava diretamente relacionado à notícia da investigação, uma vez que há incertezas sobre possíveis consequências legais e institucionais para a Eletrobras caso as acusações avancem. Contudo, o dia é negativo também para o Ibovespa, que cedia 0,97% até às 13h34.
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“Vale lembrar que ELET3 chegou a subir mais de 12% do dia 6 de agosto até hoje, então qualquer notícia poderia impactar negativamente o papel, que já recuperou boa parte da queda vista na manhã”, ressalta Lima. “A investigação pode, sim, ser motivo de preocupação para os investidores da Eletrobras. Contudo, devido a reação vista no movimento da ação, o mercado não precificou isso como algo grave. De qualquer forma, o investidor deve ficar atento, já que uma investigação que envolve o CEO pode afetar a imagem e a governança da companhia, criando um ambiente de maior aversão ao risco.”
Já Flávio Conde, analista da Levante Ideias de Investimento, não vê motivos para os investidores da Eletrobras se preocuparem e entende a queda de hoje como uma movimentação natural, não relacionada ao caso do IRB. “Não tem impacto. Ivan Monteiro fez um ótimo trabalho no Banco do Brasil e na Petrobras, não acho que tenha nada contra ele.”
O ex-presidente da Caixa, Pedro Guimarães, também está entre os acusados no processo da CVM. Os demais executivos são: Fernando Passos, ex-CFO da empresa; José Carlos Cardoso, ex-presidente; Lucia Maria da Silva Valle, vice-presidente executiva de riscos; Werner Suffert, vice-presidente Executivo Financeiro e de Relações com Investidores; e os ex-conselheiros Alexsadro Broedel Lopes, Marcos Bastos Rocha, Maria Elena Bidino, Roberto Dagnoni e Vinicius Albernaz.