A WeWork e o fundo imobiliário Rio Bravo Renda Corporativa (RCRB11) entraram em um acordo após meses de negociação e ameaças de despejo por ordem judicial. Segundo o fundo, a empresa de escritórios compartilhados vai quitar todos os valores em atraso e multa pela rescisão antecipada de contrato de parte do edifício onde ocupa. As informações foram divulgadas pelo fundo nesta quinta-feira (3) em fato relevante.
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A empresa de escritórios compartilhados é locatária de um imóvel do fundo, que fica localizado na Vila Madalena, na cidade de São Paulo, e possui três aluguéis em atraso referentes aos meses de maio, junho e julho. Agora, com o acordo, a WeWork terá que realizar o pagamento integral das multas e atrasos de aluguel em até 24h e desocupar uma das três salas comerciais locadas. Já em relação aos outros espaços, o Rio Bravo Renda Corporativa informou que empresa terá descontos pontuais no valor do aluguel durante um período de 12 meses.
“As receitas extraordinárias mencionadas acima equivalem a um impacto positivo de R$ 0,49/cota na receita imobiliária do Fundo no semestre corrente. Em relação à receita recorrente, deverá haver uma redução na receita imobiliária de cerca de R$ 0,01/cota referente à repactuação pontual da locação para os Blocos A e B, com duração de 12 meses, e de cerca de R$ 0,06/cota na devolução do Bloco C”, informou o fundo em fato relevante.
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Com o acordo comercial, a vacância física do fundo passa a ser de 7,9%. Vale lembrar que a busca por uma negociação dos alugueis atrasados se arrasta há meses entre o Rio Bravo e a WeWork. Em setembro, o fundo conseguiu na Justiça uma liminar de despejo contra a WeWork. Na época, a decisão daria um prazo de 15 dias para a empres quitar todas as pendências financeiras. Caso contrário, seria despejada do imóvel. No entanto, os gestores do RCRB11 decidiram voltar atrás e pediram a suspensão temporária da liminar judicial a fim de encontrar uma solução para o problema.
Em nota ao E-Investidor, a WeWork informou que tem buscado acelerar as conversas para encontrar soluções que atendam o interesse de todo o ecossistema da empresa e alinhadas às condições atuais do mercado. ” As negociações já resultaram em acordos com locadores em mais da metade de nossas unidades no Brasil. Seguimos comprometidos em prestar o excelente serviço que nossos membros esperam”, ressaltou a empresa em comunicado.
Inadimplência da WeWork afeta outros FIIs
A inadimplência da WeWork atinge outros fundos imobiliários. O Vinci Offices (VINO11), por exemplo, informou que também conseguiu uma liminar na Justiça no último dia 4. A empresa de escritórios compartilhados é locatária de um imóvel do fundo imobiliário localizado na Rua Oscar Freire, também na Capital paulista, mas segue com os aluguéis atrasados referentes aos meses de maio, junho e julho deste ano.
Assim como a Rio Bravo, a gestão do fundo está em conversa com potenciais novos locatários para ocupar o espaço caso a WeWork não regularize a situação. Já os fundo Torre Norte (TRNT11) e Multi Renda Urbana (VVMR11) conseguiram receber os valores dos aluguéis atrasados pela WeWork. A regularização do status financeiros da empresa foi comunicada ao mercado no último dia 5 e 13 de setembro, respectivamente.