Mudar de emprego em busca de melhores salários pode parecer uma estratégia promissora para aumentar os ganhos ao longo da carreira, mas uma pesquisa recente aponta que essa prática pode prejudicar o planejamento para a aposentadoria.
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Conforme informado pela Business Insider, um levantamento realizado pela Vanguard revelou que trabalhadores que mudam de emprego com frequência tendem a aumentar seus salários, mas também acabam economizando menos para o futuro.
De acordo com o estudo, que analisou dados de mais de 54 mil trabalhadores entre 2015 e 2022, a média de aumento salarial para quem troca de emprego é de 10%. Contudo, essa melhoria vem acompanhada de uma queda de 0,7% na taxa de economia para a aposentadoria, especialmente nos planos de contribuição voluntária. O resultado é que mais da metade dos trabalhadores analisados (55%) terminaram com uma parcela menor de suas economias alocada em planos de aposentadoria.
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A pesquisa ainda aponta que essa tendência é mais evidente entre aqueles que mudam para empresas que oferecem inscrição voluntária nesses planos. Nesse caso, a queda na taxa de economia chega a 1%. Já para os trabalhadores que ingressam em empregadores com inscrição automática, a redução é de 0,3%, o que demonstra o impacto negativo dessa escolha.
A inscrição automática é um mecanismo utilizado por empresas para facilitar a participação dos funcionários em planos de aposentadoria em diversos países. Quando uma empresa adota esse sistema, os empregados são automaticamente inscritos no plano de poupança para a aposentadoria assim que são contratados, sem a necessidade de fazerem um cadastro ou escolha ativa.
Neste modelo, uma porcentagem padrão do salário do funcionário é automaticamente direcionada para o plano de aposentadoria, a menos que o próprio trabalhador opte por modificar ou cancelar sua participação. Embora facilite a adesão, a taxa de contribuição inicial costuma ser baixa, o que pode limitar o crescimento das economias ao longo do tempo se não for ajustada.
Apesar da inscrição automática oferecer uma certa proteção, o estudo identificou que o problema persiste. Isso ocorre porque, em muitos casos, a taxa de contribuição inicial estabelecida pelas empresas é baixa, frequentemente em torno de 3%. A maioria dos trabalhadores mantêm essa contribuição mínima, o que compromete a capacidade de acumular um montante significativo para a aposentadoria.
Outro ponto levantado pelo estudo é que trabalhadores que obtêm aumentos salariais inferiores a 10% ao mudar de emprego são os mais prejudicados, pois acabam economizando menos ao longo do tempo. No entanto, mesmo aqueles que conseguem aumentos acima dessa faixa também enfrentam desafios, já que muitas vezes não ajustam suas contribuições de forma adequada.
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A pesquisa simulou a trajetória de um profissional que muda de emprego oito vezes durante sua carreira, começando com um salário de US$ 60 mil aos 25 anos.
Se esse trabalhador redefinir sua taxa de economia para os 3% padrão a cada novo emprego, ele pode acumular US$ 300 mil a menos em sua conta de aposentadoria até os 65 anos, cerca de R$ 1,6 bilhões na cotação atual. Essa perda pode representar até seis anos a menos de conforto financeiro nos anos de aposentadoria.
Existe alguma solução para evitar perdas?
Para evitar que essa tendência continue, o estudo sugere que os empregadores reavaliem suas políticas de contribuição para a aposentadoria. Uma das recomendações é aumentar a taxa de economia padrão para novos funcionários, além de personalizar as contribuições com base em fatores como idade e tempo de serviço.
Outra solução seria facilitar a transferência das taxas de contribuição de um emprego para outro, sem que o funcionário precise reiniciar o processo.
Contudo, o estudo enfatiza que os próprios trabalhadores também devem adotar uma postura mais ativa no gerenciamento de suas economias. Ao mudar de emprego, é crucial revisar e ajustar a taxa de contribuição para evitar perdas financeiras no longo prazo.
Por exemplo, elevar a contribuição de 3% para 6% poderia reduzir significativamente as perdas, diminuindo o impacto negativo em centenas de milhares de dólares.
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Para quem está prestes a assumir um novo cargo ou acaba de ser contratado, a recomendação é clara: revise sua taxa de economia para a aposentadoria e ajuste-a de acordo com seus objetivos de longo prazo.
Colaborou: Gabrielly Bento.