Publicidade

Marco Saravalle é analista CNPI-P e sócio-fundador da BM&C e da MSX Invest. Foi estrategista de Investimentos do Banco Safra, estrategista de Investimentos da XP Investimentos, analista e co-gestor de fundos de investimentos na Fator Administração de Recursos e GrandPrix e analista de ações na Coinvalores e Socopa. Formado em Ciências Econômicas pela PUC-SP, Pós-graduado em Mercado de Capitais pela USP e Mestrando em Economia e Finanças pela FGV/EESP. Iniciou sua carreira no programa de Trainee do Citibank. Atualmente é Diretor Administrativo/Financeiro da Apimec Nacional, membro do comitê de
educação da CVM e presidente do Conselho da ONG de educação financeira,
Multiplicando Sonhos.

Escreve quinzenalmente, às segundas-feiras

Marco Saravalle

Mercados globais: investimentos racionais, oportunidades no ouro e a importância da relação Brasil-China

Hoje, o cenário dos mercados globais mostra um ambiente bem diferente do observado em períodos de bolha

Mercados globais: investimentos racionais, oportunidades no ouro e a importância da relação Brasil-China
Mercado financeiro (Foto: Adobe Stock)
  • Nos últimos dez anos, as ações dos EUA superaram o desempenho de outras regiões em oito ocasiões
  • Políticas monetárias expansivas e estímulos econômicos locais têm mantido o mercado americano atrativo para investidores globais, buscando retorno e segurança
  • O pacote de estímulos da China pode impactar positivamente o Brasil, uma vez que a China representa mais de 30% das exportações brasileiras

Atualmente, o cenário dos mercados globais mostra um ambiente bem diferente do observado em períodos de bolha, como o auge da bolha de tecnologia dos anos 2000. O nível de P/L (Preço/Lucro) atual do mercado dos EUA, embora alto, ainda está bem abaixo dos picos observados naquele período. Isso reflete uma abordagem mais cautelosa e conservadora dos investidores, que reconhecem o valor das empresas, especialmente nos setores de Tecnologia e Serviços de Comunicação, mas sem a euforia que inflou os múltiplos de forma desproporcional no passado. Hoje, os ganhos são mais sustentados por bases de lucro sólidas e um crescimento mais maduro.

Essa racionalidade do mercado americano tem sido recompensada: nos últimos dez anos, as ações dos EUA superaram o desempenho de outras regiões em oito ocasiões. Parte desse sucesso pode ser atribuída ao crescimento e à liderança das empresas de tecnologia, que têm impulsionado a inovação e compõem uma parcela significativa dos principais índices do país. Além disso, políticas monetárias expansivas e estímulos econômicos locais têm mantido o mercado americano atrativo para investidores globais, buscando retorno e segurança.

Neste contexto atual de investimentos, outro aspecto relevante é o aumento da dívida pública federal dos EUA, que pode manter a pressão sobre o preço do ouro até 2029. O ouro, tradicionalmente visto como um porto seguro, tende a se valorizar em cenários de incerteza e pressões inflacionárias, e analistas apontam a possibilidade de o metal ultrapassar os US$ 4.000 por onça nesse período. Esse movimento é motivado por uma busca por ativos de proteção, consolidando o ouro como uma reserva de valor em meio à instabilidade econômica.

No cenário internacional, o pacote de estímulos da China pode impactar positivamente o Brasil, uma vez que ao país asiático representa mais de 30% das exportações brasileiras. Com foco em setores como infraestrutura, construção e consumo, esses estímulos devem aquecer a demanda chinesa por commodities, como soja, minério de ferro e petróleo, favorecendo a balança comercial brasileira e dando suporte ao crescimento econômico nacional em um contexto global desafiador. A força da demanda chinesa reforça a importância desse mercado para o Brasil, que pode se beneficiar desse cenário para manter a estabilidade de suas exportações e, consequentemente, de sua economia.

Esse contexto mostra que, embora o mercado apresente desafios, ele oferece oportunidades sólidas tanto em ações quanto em ativos de proteção, como o ouro, enquanto o comércio internacional, especialmente com a China, se mantém como um vetor essencial de crescimento para economias emergentes como a brasileira.

Publicidade

Informe seu e-mail

Faça com que esse conteúdo ajude mais investidores. Compartilhe com os seus contatos