O dólar hoje fechou em alta, após ter oscilado entre o campo positivo e o negativo na sessão. Nesta quarta-feira (30), a moeda americana terminou o dia em valorização de 0,03% a R$ 5,7634, variando entre máxima a R$ 5,7927 e mínima a R$ 5,7549, no maior valor de encerramento do ano. Na véspera, a divisa havia finalizado o pregão em alta de 0,92% a R$ 5,7616.
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O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de seis pares fortes, caiu nesta quarta-feira e encerrou o pregão em baixa de 0,24%, aos 104,067 pontos.
No cenário doméstico, o mercado ainda aguarda o anúncio de medidas de corte de gastos pelo governo federal. O entendimento é de que, se não revisar as despesas, o Executivo não será capaz de entregar as metas de resultado primário estabelecidas pelo arcabouço fiscal, o que levaria ao descontrole das contas públicas e à volta da inflação.
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Declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o pacote de aperto fiscal até trouxeram algum alívio ao mercado nesta quarta-feira, mas não foram suficientes para conter a alta do dólar. Segundo ele, a reunião realizada na noite de terça-feira (28) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva firmou uma convergência “importante” em torno da necessidade de reforçar o arcabouço fiscal.
“A dinâmica das despesas obrigatórias tem de caber dentro do arcabouço, para que as partes não comprometam o todo e o arcabouço tenha sustentabilidade de médio e longo prazo, que é hoje a dúvida que preside as incertezas no mercado”, repetiu.
O ministro também foi questionado sobre a reação ruim do mercado à falta de anúncio concreto sobre o corte de gastos. Ele ponderou que é preciso ter tempo para não cometer equívocos. “O arcabouço fiscal demorou dez dias a mais do que o previsto, que foram importantes para fazer uma redação adequada. Você está lidando com finanças públicas, não dá para errar”, destacou.
Eleições nos EUA seguem no radar
Outro fator que tem pressionado o câmbio são as expectativas pelo resultado das eleições nos Estados Unidos. Crescem as apostas dos investidores por uma vitória do ex-presidente Donald Trump, ainda que as pesquisas de intenção de voto mostrem uma disputa acirrada com a candidata democrata Kamala Harris. Caso o candidato republicano seja eleito, o mercado espera que ele adote uma política protecionista na economia americana, o que tende a favorecer o dólar.
Em discurso durante evento de campanha em Rocky Mount, na Carolina do Norte, Trump disse que a economia do país está um “desastre”, mas indicou que, caso vença as eleições, irá trazer os juros para baixo. Na ocasião, o candidato também reforçou que se a China ou qualquer outro país taxar os Estados Unidos, eles serão taxados na mesma medida.
O dólar avança 5,80% em outubro. No ano, a divisa acumula valorização de 18,75%.
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*Com informações do Broadcast