O dólar hoje fechou em alta, em um cenário ainda marcado pelas incertezas em relação ao pacote de corte de gastos do governo. Nesta quinta-feira (30), a moeda americana terminou o dia em valorização de 0,31% a R$ 5,7811, depois de variar entre máxima a R$ 5,7940 e mínima a R$ 5,7540, renovando novamente o recorde de encerramento do ano.
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Já o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de seis pares fortes, caiu nesta quinta-feira e encerrou o pregão em baixa de 0,10%, aos 103,895 pontos.
“Em relação ao dólar, podemos estar vendo um movimento de busca por proteção, tendo em visto as eleições dos Estados Unidos que se aproximam e a falta de credibilidade que o Palácio do Planalto tem transmitido ao investidor estrangeiro”, destaca Anderson Silva, head da mesa de renda variável e sócio da GT Capital.
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No exterior, a divulgação de um dos dados de inflação mais importantes dos Estados Unidos, o núcleo do índice de preços de gastos com consumo (PCE), também ajudou na tendência de dólar forte em relação ao real. Os números mostraram que a economia americana ainda está resiliente, o que pode atrasar o processo de corte de juros no país, iniciado em setembro.
O núcleo do PCE avançou 0,3% em setembro ante agosto, segundo pesquisa divulgada pelo Departamento do Comércio nesta quinta-feira. O resultado de setembro veio em linha com a previsão de analistas consultados pela FactSet.
Por ser o último dia do mês, o câmbio ainda sofreu com volatilidade extra, causada pela disputa para a formação da taxa Ptax. A taxa de câmbio de referência do dólar é utilizada como base em muitas operações ligadas à divisa americana. Isso significa que o valor deste dia 31 servirá de norte para os contratos de câmbio do próximo mês – por isso, ao longo do pregão, houve uma “briga” entre comprados e vendidos, que deixou a cotação mais volátil.
Dólar vai chegar a R$ 6?
Especialistas ouvidos nesta reportagem do E-Investidor afirmam ser difícil determinar para qual direção vai o câmbio. Na visão dos analistas, caso aconteça um ajuste das contas públicas, de forma crível e disposta a analisar os problemas do crescimento crônico das despesas obrigatórias, poderia haver uma apreciação do real.
Por outro lado, se a incerteza fiscal continuar, com as eleições presidenciais pressionando a moeda nos Estados Unidos, o câmbio pode continuar a subir. Em caso de vitória do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a divisa americana deve ganhar força em relação ao real, pois o candidato republicano defende políticas que limitam o comércio com países emergentes, o que afetaria as exportações do Brasil.
O dólar acumulou ganhos de 6,13% em outubro. No ano, a divisa registra valorização de 19,11%.
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*Com informações do Broadcast