Sem resposta há mais de três meses, o fundo imobiliário Mognos Hotéis (MGHT11) quer expulsar o Grupo Selina dos seus imóveis por falta de pagamento de aluguel. Em fato relevante divulgado na última sexta-feira (1º), os gestores encaminharam uma notificação extrajudicial para constituição em mora (quando uma das partes de um contrato é formalmente notificada de que não cumpriu as suas obrigações) e solicitação de desocupação dentro de um prazo de 30 dias.
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Procurada pelo E-Investidor, o Grupo Selina não respondeu à solicitação de posicionamento sobre o assunto. O espaço continua aberto para manifestação.
A decisão se baseia no descumprimento dos contratos de locação de imóveis para fins não residenciais. A rede hoteleira é locatária de dois imóveis do Mognos Hoteis, localizados nas cidades de São Paulo (SP) e Búzios (RJ), por meio das empresas Selina Brazil Hospitalidade S.A e Selina Operations Hospedagem Eireli. Os ativos correspondem a 64% do patrimônio líquido do MGHT11.
A marca também é devedora dos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) detidos pelo fundo imobiliário (FII), que respondem pelo restante do patrimônio líquido do MGHT11. Em agosto, quando Collective Hospitality PTE LTD comprou os ativos da Selina Hospitality PLC, surgiu uma esperança de que a situação de inadimplência fosse normalizada. Mas desde o anúncio da compra, os gestores do Mognos Hoteis não receberam nenhuma proposta ou plano de recuperação das operações do grupo no Brasil.
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“Tão pouco tivemos oportunidade de discutir um plano específico de recuperação da operação brasileira, o que aumenta nossa preocupação em relação à capacidade creditícia da Selina Brasil, assim como a retomada do pagamento dos aluguéis e de suas obrigações com os CRIs”, informou o fundo em seu último relatório gerencial.
Enquanto uma solução para o problema não surge, o FII decidiu suspender a distribuição de dividendos a partir de agosto até que a situação seja normalizada.
A última distribuição de proventos do Mognos Hotéis (MGHT11) aconteceu em julho, quando os cotistas receberam R$ 0,13 por cota.