O Ibovespa hoje aprofundou o ritmo de queda após a abertura dos negócios desta sexta-feira (29). Às 12 horas, o índice recua 0,40%, aos 124.106 pontos.
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O principal índice da B3 hoje deve encerrar em forte queda em contraste com a alta de 12,54% do penúltimo mês de 2023. “Há um pessimismo completo, uma crise de credibilidade no governo e o mercado tende a perpetuar esses choques de curto prazo”, pontua Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.
O recuo parece acompanhar o mau humor da véspera, quando o Índice Bovespa hoje fechou a sessão ao menor nível desde junho após decepção com pacote fiscal de Haddad – veja detalhes aqui.
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Segundo Spiess, o pacote fiscal “foi uma reviravolta de algo que o mercado estava esperando”. “Não é que não foi na direção correta. Além de desnutrir algumas medidas em relação à ideia inicial, a retórica foi ruim”, completa o analista da Empiricus.
O que direciona o Ibovespa hoje
Dólar
Dos ativos brasileiros, o indicador hoje é o que sofre menos as continuadas elevadas incertezas fiscais. O índice só não cai mais por conta do sinal de elevação das bolsas americanas, na volta do ferido de Ação de Graças, e devido ao avanço de papéis de empresas exportadoras.
Nesta sexta-feira, o dólar voltou a subir acima dos R$ 6,00, após testar a marca na véspera. Na máxima intradia, teve alta de mais de 2,00% e foi a R$ 6,1155, pressionando os juros futuros para cima.
- Veja aqui a cotação atualizada da moeda hoje
Incerteza fiscal
As incertezas fiscais só aumentaram, mesmo após o detalhamento do pacote fiscal pela equipe econômica ontem. Além de especialistas considerarem que algumas medidas no programa ficaram aquém do esperado, avaliam que dificilmente a economia de R$ 70 bilhões será alcançada.
Ao mesmo tempo, dizem que o anúncio da isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil foi feito em momento inapropriado. Isso porque tende a estimular mais o consumo e consequentemente a inflação, em um cenário de dólar acima R$ 6,00 que pode levar o IPCA a ficar acima do teto da meta também em 2025.
Juros futuros
Este cenário coloca mais pressão para que o Banco Central (BC) aumente o ritmo de alta da Selic, de meio ponto para 0,75 ponto porcentual no Comitê de Política Monetária (Copom) em dezembro. Atualmente, o juro básico está em 11,25% ao ano.
Por isso, as atenções do mercado estão nas contas públicas do País em meio encontro da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e Gabriel Galípolo, futuro presidente do Banco Central. Confira aqui a agenda completa do dia.
Destaques na Bolsa
As ações mais sensíveis ao ciclo econômico são destaques de baixa, diante das pressões por aumentos maiores da Selic. Liderando as perdas do índice da B3 hoje, estão as ações da MRV (MRVE3) que caem 5,28%, a R$ 5,02.
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Na contramão, as empresas frigoríficas operam em alta, estendendo a valorização da véspera e em linha com a apreciação do dólar. Na ponta positiva do Ibovespa hoje está a Minerva (BEEF3), valorizada em 6,62%, a R$ 5,81.
* Com informações do Broadcast