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Caos no Tesouro Direto: Prefixados e IPCA+ desvalorizam até 26% com disparada dos juros

Papéis perdem por efeito do mecanismo conhecido como "marcação a mercado"; entenda

Caos no Tesouro Direto: Prefixados e IPCA+ desvalorizam até 26% com disparada dos juros
Aumento nas taxas indica as preocupações do mercado com a política fiscal e as expectativas de inflação. Foto: Adobe Stock
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  • Os títulos públicos Prefixados e IPCA+ acumulam desvalorizações de até 26% nos últimos 30 dias em função das disparada dos juros na esteira do desconforto dos investidores com a dívida pública
  • Com exceção do pós-fixado Tesouro Selic, que segue a variação da taxa Selic, os demais papéis da plataforma do Tesouro Direto possuem "marcação a mercado". Isto significa que os preços desses ativos variam diariamente conforme as expectativas econômicas e tendem a acumular baixas quando as perspectivas para os juros sobem
  • A maior perda, de 26,3%, foi observada no Tesouro RendA+ Aposentadoria Extra 2065, cuja remuneração é IPCA+

Os títulos públicos Prefixados e IPCA+ acumulam desvalorizações de até 26% nos últimos 30 dias em função das disparada dos juros na esteira do desconforto dos investidores com a dívida pública. Com exceção do pós-fixado Tesouro Selic, que segue a variação da taxa Selic, os demais papéis da plataforma do Tesouro Direto possuem “marcação a mercado”. Isto significa que os preços desses ativos variam diariamente conforme as expectativas econômicas e tendem a acumular baixas quando as perspectivas para os juros sobem – como está ocorrendo agora.

Em termos gerais, essa dinâmica acontece porque quando a projeção é de que os juros ficarão mais altos no futuro, o Tesouro Nacional passa a emitir Prefixados e IPCA+ com rendimentos maiores. Desta forma, quem já tinha esses papéis na carteira, mas com retornos menores, irá sofrer um deságio se quiser vender os títulos antes do vencimento. Para fugir dessa volatilidade, entretanto, o investidor deve manter o capital aplicado até o vencimento. Desta forma, terá exatamente a rentabilidade acordada no momento da compra. Caso contrário, correrá o risco de sofrer prejuízos.

Para quem não conhece, os Prefixados oferecem uma taxa fixa ano, que hoje está no pico de 15% ao ano. Já os títulos IPCA+ pagam a variação da inflação mais uma taxa prefixada acima dessa inflação, o chamado “juro real“, que também estão em nível recorde, de quase 8% ao ano. Essa escalada rápida dos juros engatilhou as fortes perdas de marcação a mercado nos últimos 30 dias.  A maior perda, de 26,3%, foi observada no Tesouro RendA+ Aposentadoria Extra 2065, cuja remuneração é IPCA+. Esse papel tem o maior prazo vencimento entre os títulos disponíveis na plataforma e, por isso, sofre maior volatilidade. O título que teve a melhor performance, um leve ganho de 0,8%, foi o Tesouro Prefixado com juros semestrais para 2025, que não está mais disponível para compra e possui o vencimento mais curto.

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Entre os papéis disponíveis para compra na prateleira do Tesouro, as perdas entre os prefixados 2027, 2031 e com juros semestrais para 2035 foram de 3,11%, 9,85% e 9,43%, respectivamente, nos últimos 30 dias, enquanto os títulos do Tesouro IPCA+ tradicional com vencimentos entre 2029 e 2055 perderam entre 3% e 6,69%. Veja a tabela com as rentabilidades:

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