O dólar deve seguir operando em tendência de baixa no curto prazo, diz Gilberto Coelho, analista da XP Investimentos, em relatório publicado nesta quarta-feira (29). O especialista faz análises gráficas diárias dos ativos de risco e traça suas estimativas para o pregão.
Segundo o especialista, o dólar futuro está em tendência de baixa no curto prazo pela média de 21 dias. Como a moeda perdeu o suporte de R$ 5,87 na terça-feira (28), encerrando o pregão a R$ 5,86, ela pode pode recuar para R$ 5,80, uma queda de 1%. Caso a moeda apresente perda do patamar dos R$ 5,80, pode recuar para a casa dos R$ 5,70, recuo de 2,73%.
“O sinal de alta seria retomado com um fechamento acima dos R$ 5,93. Neste caso, projetamos alta para R$ 6,07 (alta de 3,58%) e R$ 6,35 (salto de 8,36%)”, diz Gilberto Coelho. Ontem, o dólar terminou o dia em queda pelo sétimo pregão consecutivo. A moeda americana fechou em baixa de 0,74% a R$ 5,8696, foi o menor desde 26 de novembro, quando a divisa finalizou o pregão sendo negociada a R$ 5,8081.
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Mesmo com a alta do dólar no exterior, o real conseguiu se valorizar por aqui, com dados positivos da economia brasileira. A arrecadação de impostos e contribuições federais fechou 2024 em R$ 2,653 trilhões, informou a Receita Federal. O volume representa uma alta real (descontada a inflação) de 9,62% na comparação com o resultado de 2023, quando o recolhimento total de tributos havia somado R$ 2,318 trilhões, em valores nominais.
As reuniões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos também ficaram no radar dos investidores. Por aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) deve elevar a Selic em 1 ponto percentual, para 13,25% ao ano, como já havia sinalizado no encontro anterior. Lá fora, a expectativa é que o Federal Reserve (Fed), o BC americano, mantenha a taxa de juros inalterada.
Por que dólar está caindo em janeiro?
O dólar já acumula, em janeiro, perdas de 5,03%. Na última semana, a moeda americana fechou abaixo de R$ 6 pela primeira vez no ano, retomando os patamares observados em novembro. A avaliação do mercado é de que as propostas apresentadas por Donald Trump, até o momento, foram mais brandas do que as inicialmente previstas.
Na última terça-feira (21), o republicano afirmou a jornalistas que está discutindo a imposição de uma tarifa de 10% sobre os produtos importados da China em 1º de fevereiro. A taxa planejada, no entanto, é mais branda do que a anteriormente prometida durante a campanha, quando Trump chegou a dizer que a tributação seria de 60%.
Além de se beneficiar do tom mais brando adotado pelo republicano, o real também tem ganhado força com a falta de notícias turbulentas na área fiscal no Brasil. Com o recesso parlamentar, que se estende até fevereiro, a agenda doméstica tem sido mais tranquila. Agora o foco deve ficar na Super-Quarta, com decisões de juros nos EUA e por aqui.
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“Acompanharemos os desdobramentos, com foco nos discursos e comunicados do Fed e do Copom, que podem fornecer diretrizes para os próximos passos nas políticas monetárias. Como sabem, o mercado se antecipa a essas decisões, e são essas expectativas que influenciam o preço do câmbio”, destaca Elson Gusmão, diretor de operações da Ourominas, sobre a cotação do dólar.
*Com informações do Broadcast