

As bolsas de Nova York fecharam em forte baixa nesta segunda-feira (10), com o índice Nasdaq chegando a computar perda de quase 5% no pior momento do pregão, sob o impacto da crescente apreensão com o risco de uma recessão nos Estados Unidos. Ainda que tenha reduzido as perdas no fim da sessão, o índice teve a maior queda desde 2022.
O Nasdaq fechou em queda de 4%, aos 17.468,32 pontos. Na mínima do dia, tocou 17.291,82 pontos. O índice chegou a computar perda de quase 5% no pior momento do pregão, sob o impacto da crescente apreensão com o risco de uma recessão nos Estados Unidos diante da imposição de tarifas pelo presidente Donald Trump. Ainda que tenha reduzido as perdas no fim da sessão, o índice teve a maior queda desde 2022
O Dow Jones encerrou com baixa de 2,08%, aos 41.911,71 pontos, após cair mais de mil pontos no pior momento da sessão. O S&P 500 terminou em queda de 2,70%, aos 5.614,56 pontos.
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Os temores de uma recessão nos Estados Unidos voltaram à cena com força, após o presidente Donald Trump não descartar o cenário durante o final de semana e afirmar que a economia do país está passando por um “período de transição”.
Destaque hoje, as ações dos bancos americanos enfrentaram fortes perdas. O Morgan Stanley derreteu 6,37% e Wells Fargo caiu 6,01%. O Goldman Sachs perdeu 5%, enquanto JPMorgan (-4,15%) e Citigroup (-4,33%) também enfrentam quedas expressivas. O Bank of America teve baixa de 3,79%.
A Tesla despencou 15,4%, apagando o ganho registrado desde a eleição presidencial. Na China, as vendas da companhia caíram 49% em relação ao ano anterior e 51% em relação a janeiro. As ações caíram por sete semanas consecutivas, desde que o CEO Elon Musk se juntou à administração Trump como parte do Departamento de Eficiência Governamental.
Além da Tesla, as demais empresas que formam as “Sete Magníficas” caíram em bloco. A Meta e a Apple perderam mais de 4% e Alphabet teve queda de 4,49%. A Microsoft, Amazon.com e Nvidia fecharam em baixa de mais de 2%.
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No mercado de câmbio, o dólar operou de lado a maior parte desta sessão, com os investidores ponderando os efeitos da política tarifária de Trump, que alimentaram uma nova rodada de temor de recessão nos Estados Unidos. A euforia inicial com as promessas de cortes de impostos e desregulamentação deu lugar a preocupações com a inflação alta e baixo crescimento.
O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de seis moedas fortes, subiu 0,15%, aos 103,997 pontos, neste fim de tarde.
E os rendimentos dos Treasuries – os títulos do Tesouro americano – operam em queda, com as expectativas de que a economia dos Estados Unidos pode desacelerar com a guerra comercial e abrir espaço para afrouxamento adicional da política monetária do país. Neste fim de tarde, o juro da T-note de 2 anos cedia a 3,896%, o rendimento de 10 anos recuava a 4,221% e a taxa da T-bond de 30 anos regredia a 4,547%.
Juros dos EUA recuam
Os rendimentos dos Treasuries operam nesta segunda-feira (10) em queda com as expectativas de que a economia dos Estados Unidos pode desacelerar com a guerra comercial e abrir espaço para afrouxamento adicional da política monetária do país.
Neste fim de tarde, o juro da T-note de 2 anos cedia a 3,896%, o rendimento de 10 anos recuava a 4,221% e a taxa da T-bond de 30 anos regredia a 4,547%.
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Os rendimentos dos Treasuries devolveram boa parte do aumento registrado na sexta-feira, após as declarações do presidente dos EUA, Donald Trump. Segundo o mandatário, a economia americana estaria passando por um “período de transição”. A entrevista durante o final de semana derrubou os ativos de risco, assim como os juros dos Treasuries e as bolsas de Wall Street, com o investidor em busca de proteção. Os investidores ponderam os efeitos da política tarifária de Trump que alimentaram uma nova rodada de temor de recessão no país.
Com o mercado monitorando a guerra comercial, os investidores aguardam também os dados econômicos dos EUA, que podem fornecer mais pistas sobre o caminho do Federal Reserve em relação à redução da taxa de juros. A atenção está voltada para o índice de preços ao consumidor (CPI), que será divulgado na quarta-feira, e para o índice de preços ao produtor (PPI), previsto para quinta-feira.
Moedas globais: dólar fica de lado
O dólar operou de lado a maior parte desta sessão e chegou ao fim desta tarde perto da estabilidade ante outras moedas fortes, com os investidores ponderando os efeitos da política tarifária do presidente dos EUA, Donald Trump, que alimentaram uma nova rodada de temor de recessão no país. A euforia inicial com as promessas de cortes de impostos e desregulamentação deu lugar a preocupações com a inflação alta e baixo crescimento.
O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de seis moedas fortes, subia 0,15%, aos 103,997 pontos neste fim de tarde. A moeda americana caía a 147,41 ienes, o euro baixava a US$ 1,0827, e a libra esterlina recuava a US$ 1,2874.
A recente fraqueza do dólar tem sido um tanto surpreendente para o mercado, afirma Tim Baker, estrategista do Deutsche Bank. Segundo ele, isso pode estar relacionado ao risco de investidores reequilibrarem seus portfólios para fora dos EUA, algo que não faziam há anos. Além disso, a desvalorização da moeda também é impulsionada por outros fatores, como preocupações com o crescimento dos EUA e quedas nos rendimentos dos Treasuries de 10 anos.
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Para os especialistas da TD Securities, o dólar deve se recuperar no segundo trimestre, pois, segundo eles, as preocupações com o enfraquecimento do crescimento econômico dos EUA são “exageradas”. Os dados de inflação do país nesta semana serão fundamentais para o desempenho da moeda, após o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmar que o banco central não está com pressa para cortar as taxas de juros, afirmam.
O euro se consolida após o rali da semana passada contra o dólar, enquanto os mercados acompanham notícias sobre a política fiscal da Alemanha e as negociações de paz na Ucrânia. O dólar canadense recuava, diante da expectativa de que o país seja “desproporcionalmente afetado” pelas tarifas devido aos seus altos volumes de exportação para os EUA. O novo líder do Partido Liberal do Canadá e primeiro-ministro do país, Mark Carney, afirmou que Donald Trump está tentando enfraquecer a economia canadense.
Bitcoin opera em queda
O bitcoin chegou ao fim da tarde desta segunda-feira (10) com uma queda significativa, em meio às incertezas regulatórias nos Estados Unidos e diante de um cenário global de aversão ao risco, diante de renovados temores de recessão nos EUA e novos sinais de fraqueza na economia chinesa. Com o declínio, a criptomoeda mais negociada do mundo opera abaixo de US$ 80 mil.
Por volta das 16h00 (de Brasília), o bitcoin caía 5,88%, a US$ 77.659,93, enquanto o Ethereum cedia 9,18%, a US$ 1.836,46, de acordo com a Binance.
Investidores promoveram uma liquidação de ativos de risco nesta sessão, de bolsas a criptoativos, depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, evitou descartar uma recessão no país e ressaltou que a economia americana estaria passando por um “período de transição”. As dúvidas sobre os impactos da política tarifária americana, associadas a novos sinais de fragilidade da economia chinesa – que registrou deflação maior que o esperado pelo mercado em fevereiro – levaram os investidores a trocarem ativos agressivos por opções mais seguras.
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A reunião de cúpula sobre criptomoedas realizada na sexta-feira (7) pela Casa Branca não trouxe detalhes sobre os planos do governo Trump para a regulação do setor. O anúncio desapontou os investidores, que esperavam aquisições agressivas de novos bitcoins.
Para Marion Laboure, do Deutsche Bank, a volatilidade das criptomoedas deve permanecer elevada enquanto não houver clareza sobre os planos do presidente Trump para uma reserva estratégica de bitcoin, como cronograma de execução, os mecanismos de financiamento e a alocação de ativos. “O mercado acompanha os desdobramentos, ponderando o potencial de valorização das criptomoedas caso o plano ganhe força, e o risco de perdas caso a iniciativa estagne ou se revele apenas simbólica”, diz Laboure.
*Com informações da Dow Jones Newswires