

A Boa Safra (SOJA3), produtora brasileira de sementes de soja, obteve lucro líquido de R$ 80,263 milhões no quarto trimestre do ano passado. O resultado representa queda de 62,68% ante igual período do ano anterior.
No balanço da Boa Safra, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado no período recuou 7,36%, para R$ 131,4 milhões. Já a receita líquida cresceu 13,78%, para R$ 957 milhões, impulsionada pela concentração das vendas no fim do ano.
A Boa Safra encerrou 2024 com lucro líquido de R$ 160,51 milhões, queda de 53,47% em relação ao ano anterior. O recuo, segundo a empresa, refletiu a redução nas vendas e na rentabilidade, refletindo fatores climáticos, mudanças no mix de produtos e maior carga tributária.
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O Ebitda ajustado no ano passado caiu 35,45% em relação a 2023, para R$ 183,3 milhões. A receita líquida somou R$ 1,841 bilhão, recuo de 11,43% frente a 2023. A margem operacional ficou em 9,96%, abaixo dos 13,66% registrados no ano anterior.
A empresa destacou que as perdas climáticas – seca no início do plantio e excesso de chuvas na colheita – afetaram diretamente a produção. No total, a Boa Safra vendeu 161 mil sacas industriais de sementes em 2024, uma redução de 4% ante 2023. Essas sacas, também conhecidas como big bags, são unidades de comercialização de sementes com grande volume, destinadas a produtores rurais. A participação de mercado recuou de 8,5% para 8,0%, com impacto mais forte em regiões como Mato Grosso, Pará e Goiás.
Mesmo com tíquete médio menor, a empresa aumentou a participação em sementes tratadas com proteção contra pragas e doenças. A diversificação também avançou: a fatia de outras culturas e serviços dobrou, passando de 5% para 10% da receita em 2024. As vendas de sementes de feijão, por exemplo, cresceram 64% em relação ao ano anterior.
A Boa Safra reforçou sua estrutura com a abertura de dois centros de distribuição em Mato Grosso e ampliação das fábricas em Minas Gerais. Para 2025, a empresa projeta aumento da capacidade de produção para 280 mil sacas industriais, ante 240 mil em 2024, e contratou área de plantio com produtores parceiros equivalente a 274 mil hectares, 20% acima do ano anterior.
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A companhia terminou o ano com posição de caixa líquida de R$ 171,2 milhões e dívida bruta de R$ 414 milhões. Um dos destaques foi a captação de R$ 500 milhões por meio da emissão de um Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA), mecanismo financeiro usado para antecipar receitas futuras com base em contratos firmados com clientes.
“O aprendizado obtido em um ano desafiador como 2024 nos permitiu aprimorar nossos processos e reforçar nosso compromisso com a eficiência operacional”, disse em comunicado o CEO da Boa Safra (SOJA3), Marino Colpo. Segundo ele, a Boa Safra seguirá ajustando sua estratégia para “buscar margens mais saudáveis e um crescimento sustentável no longo prazo”.