

A Natura (NTCO3) fez uma reunião fechada com analistas do mercado financeiro para explicar e detalhar os planos para 2025 após a companhia fazer uma reorganização corporativa, dizem analistas do Itaú BBA em relatório enviado à imprensa nesta quarta-feira (26). Segundo os especialistas, a companhia continua comprometida com melhorias operacionais, apesar dos desafios macro e de negócios em andamento.
Para 2025, os analistas esperam que a empresa tenha seu último ano de custos de transformação, com uma mudança de despesas de rescisão para investimentos em TI. “Os custos da Natura com transformação permanecerão relevantes em 2025, mas não devem superar os níveis de 2024, mesmo considerando a mudança de despesas relacionadas com investimentos em software”, dizem Rodrigo Gastim, Vinicius Pretto, Victor Rogatis e Kelvin Dechen, que assinam o relatório do Itaú BBA.
A Natura reportou prejuízo líquido consolidado de R$ 438,3 milhões no balanço do quarto trimestre de 2024. A empresa teve suas margens de lucratividade pressionadas pelos custos de transformação, o que fez as ações da companhia caírem cerca de 30% após o balanço.
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No relatório desta quarta-feira, os analistas pontuam que a concentração de custos de transformação no quarto trimestre de 2024 foi impulsionada pelo fechamento do centro de distribuição da Argentina (que resultou em mais de 300 demissões) e o desmantelamento do modelo de vendas multinível no México, adicionou mais de R$ 100 milhões em despesas.
A administração da Natura afirmou para os analistas que não espera picos de despesas semelhantes. Mesmo assim, eles estimam que o primeiro trimestre de 2025 terá custos vinculados à preparação para a integração do México, enquanto o terceiro trimestre de 2025 incluirá a preparação para a reestruturação da Argentina, o que pode ser um dos fatores que tendem a influenciar as ações da Natura.
Quando a Avon, controlada pela Natura, deve ser recuperar?
Eles também comentam que a participação de mercado foi defendida em toda a América Latina, com a Natura ganhando participação, enquanto a Avon continua sendo o ponto fraco do grupo. Os executivos da empresa afirmaram para os analistas que o reposicionamento da Avon está agora totalmente sob o controle da equipe da América Latina. Isso passou a ser válido após a companhia entrar em recuperação judicial nos Estados Unidos, conhecido com o Chapter 11.
“O plano de reposicionamento da Avon continua em desenvolvimento, com foco em alinhar os investimentos em marketing com áreas que geram retornos mais altos. No entanto, a gerência não prevê uma reviravolta material para a Avon em 2025, com melhorias mais significativas esperadas somente no final do ano ou em 2026”, explicam Gastim, Pretto, Rogatis e Dechen.
Em meio a esses pontos, de redução significativa de custos e de melhora da Avon a partir de 2026, os analistas do Itaú BBA mantiveram a classificação de outperform para Natura (NTCO3), que é equivalente à recomendação de compra. O preço-alvo é de R$ 14 para o fim de 2025, uma alta de 41,6% na comparação com o fechamento de terça-feira (25), quando a ação encerrou o pregão a R$ 9,89.
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