B3, a bolsa de valores brasileira. (Foto: Adobe Stock)
O Bank of America (BofA) reitera recomendação neutra para a B3 (B3SA3), destacando que a ação subiu 35% no acumulado de 2025 e superou o desempenho do Ibovespa (+15%), com o mercado se antecipando a uma eventual queda da taxa Selic. Assim, houve uma reprecificação do múltiplo de valuation (valor do ativo) da ação, que passou de 11 vezes para 15 vezes a relação entre preço e lucro para 2025.
Em relatório, os analistas Mario Pierry e Antonio Ruette consideram que a valorização da B3 não foi impulsionada por uma alta nos lucros, já que as taxas de juros de longo prazo caíram cerca de 150 pontos-base.
“Fizemos uma análise aprofundada do modelo de negócios e do valuation histórico da B3, e concluímos que a correlação dos lucros com os movimentos das taxas de juros é menor do que no passado, e que o valuation atual já antecipa uma queda na taxa Selic”, ressaltam no documento.
Os profissionais dizem ainda que as receitas e o lucro líquido da B3 permaneceram relativamente estáveis nos últimos quatro anos, mesmo com a alta da Selic de 2% para 15%. “Assim, não esperamos uma melhora significativa na aceleração dos lucros, mesmo com a previsão dos nossos economistas de corte de 300 pontos-base nas taxas em 2026”, afirmam.
O BofA acrescenta que aumentou as estimativas de lucro líquido para 2025 e 2026, refletindo um maior volume financeiro médio diário (ADTV) em dinheiro, e um crescimento mais fraco das demais receitas. “Projetamos um crescimento modesto do lucro líquido de 3% em 2025 e 8% em 2026. Também elevamos nosso múltiplo da relação entre preço e lucro para 16 vezes sobre o lucro estimado de 2026, em linha com a média histórica da B3”, afirma.
O banco fixa ainda novo preço-alvo de R$ 16 para os papéis da B3, o que representa um potencial de valorização de 12,8% sobre o último fechamento.