- O cobre atingiu uma máxima de quase 10 anos nesta semana na bolsa de Londres, com um aperto na oferta no curto prazo
(Reuters) – A boas perspectivas vistas hoje para um novo ciclo do cobre, com forte demanda e avanço dos preços, traz grande oportunidade para que as mineradoras trabalhem em conjunto com a sociedade e mudem a sua imagem, muito comprometida com grandes desastres recentes, afirmaram executivos nesta sexta-feira.
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A indústria vê hoje fundamentos consistentes para o mercado de cobre, matéria-prima para a fabricação de baterias, cuja demanda tem crescido diante de iniciativas rumo à eletrificação, com avanços na indústria de energias renováveis e carros elétricos.
Ao participar de seminário virtual “The Fastmarkets Copper Seminar”, Ruben Fernandes, CEO de metais básicos da Anglo American, destacou que o metal vermelho tem um “futuro brilhante”.
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“Precisamos do cobre para o futuro… É uma grande oportunidade para mudar a percepção da sociedade com as mineradoras”, disse Fernandes, destacando a importância de trabalhar em conjunto e explicando a necessidade da utilização do cobre.
“Nós precisaremos da mineração pelos próximos cinco mil anos e agora o mundo mudou. A sociedade não vai tolerar a forma como nós operávamos antes, então nós precisamos trabalhar junto com eles. E esse é o desafio que temos que ter na nossa mente, na nossa estratégia e no nosso plano de negócios”, disse Fernandes.
O executivo disse não ser possível dizer se o mundo está diante de um “super ciclo do cobre”, mas frisou que o mercado entende que os fundamentos são “muito fortes” e frisou que a companhia está trabalhando para ser bastante competitiva e estar pronta para os desafios que uma indústria de commodities traz.
O cobre atingiu uma máxima de quase 10 anos nesta semana na bolsa de Londres, com um aperto na oferta no curto prazo.
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A imagem da mineração, que já sofria resistência, foi bastante manchada após dois grandes desastres com barragens de rejeitos no Brasil, nos últimos anos, envolvendo a Vale, uma das principais exportadoras globais de minério de ferro.
Além dos desastres, outras questões complicadas também envolvem o imaginário sobre a mineração em todo mundo, como poluição, desmatamento, exploração de trabalhadores e do meio ambiente e diversos outros temas complexos.
Também presente no evento, Mark Travers, diretor executivo de Metais Básicos da Vale, foi na mesma direção de Fernandes e destacou os importantes programas criados pela companhia em busca de uma transformação cultural, que a aproximem da sociedade, além de destacar os fortes fundamentos vistos na indústria de cobre.
Segundo ele, a Vale tem um grande número de projetos para o metal básico e significativa sinergia com projetos de minério de ferro, que permite compartilhar infraestruturas, dentre outros pontos.
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“Indústria, consumidores, todos estamos na direção correta, que é respeitar… comunidades locais… Essa é uma oportunidade fantástica de fazer a coisa certa e realmente impulsionar a sustentabilidade”, afirmou.
Recentemente, o presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, afirmou que a companhia tem uma “visão muito bullish” (“altista”) para o metal vermelho, cujos projetos podem ser acelerados na região de Carajás, no Pará.