Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) cortou os juros em 25 pontos-base, para a faixa entre 3,50% e 3,75% ao ano, conforme esperado. A medida não foi unânime. O diretor Stephen Miran votou para reduzir as taxas em 50 pontos base. Já Austan D. Goolsbee, presidente do Fed de Chicago, e Jeffrey R. Schmid, presidente do Fed de Kansas, votaram para manter os juros estáveis.
O presidente do banco central americano, Jerome Powell, afirmou que, a despeito das divergências entre os membros do Fed, a possibilidade de elevação dos juros nos Estados Unidos não está no cenário base de nenhum dos dirigentes. “Discussão está entre manter ou cortar mais os juros”, disse ao falar a jornalistas, nesta tarde, acrescentando que a alta “não está no horizonte”.
Enrico Gazola, economista pelo Insper e sócio-fundador da Nero Consultoria, avalia que o espaço para novos cortes pelo Fed é limitado. “A própria votação dividida sinaliza que parte dos dirigentes teme que uma flexibilização mais agressiva comprometa o controle inflacionário, enquanto outra ala considera que a desaceleração já exige uma postura mais acomodatícia”, afirma.
Para Felipe Tavares, economista-chefe da BGC Liquidez, Powell manteve um discurso cauteloso, dizendo que o Fed irá tomar decisões capítulo a capítulo. “O risco de uma desaceleração forte do mercado de trabalho aparentemente passou ou pelo menos diminuiu bastante. Por outro lado, a inflação está em patamar elevado, sendo o principal desafio do Fed agora”, avalia.
Em Nova York, S&P 500, Dow Jones e Nasdaq subiram 0,67%, 1,05% e 0,33%, respectivamente. Operando sem direção única, mas perto da estabilidade, durante boa parte do dia, os índices ganharam força e renovaram as máximas diárias logo após a divulgação da decisão do Fed. Entre os destaques do noticiário corporativo, a Amazon (AMZN) subiu 1,69% com o anúncio de que vai ampliar o número de cidades dos Estados Unidos com entregas de compras de supermercado no mesmo dia.
No mercado local, o dólar hoje fechou em alta de 0,6% cotado R$ 5,4686, contrariando o movimento da moeda americana no exterior. “A moeda brasileira segue pressionada pela busca de posições cambiais defensivas após o aumento das incertezas políticas com a confirmação da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro”, diz Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.
As maiores altas do Ibovespa hoje
As três ações que mais valorizaram no dia foram CSN (CSNA3), Usiminas (USIM5) e Fleury (FLRY3).
CSN (CSNA3): 6,41%, R$ 9,63
As ações da CSN (CSNA3) registraram a maior alta do Ibovespa hoje e saltaram 6,41% a R$ 9,63. O dia foi de alta para o minério de ferro na China e em Cingapura.
A CSNA3 está em alta de 14,1% no mês. No ano, acumula uma valorização de 8,69%.
Usiminas (USIM5): 4,06%, R$ 6,15
Quem também se saiu bem foi a Usiminas (USIM5), que avançou 4,06% a R$ 6,15.
A USIM5 está em alta de 13,68% no mês. No ano, acumula uma valorização de 15,6%.
Fleury (FLRY3): 2,85%, R$ 14,82
Entre os destaques positivos, figurou ainda a Fleury (FLRY3), que registrou alta de 2,85% cotada a R$ 14,82.
A FLRY3 está em baixa de 2,5% no mês. No ano, acumula uma valorização de 37,6%.
As maiores quedas do Ibovespa hoje
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram C&A (CEAB3), Vamos (VAMO3) e GPA (PCAR3).
C&A (CEAB3): -3,98%, R$ 13,51
Os papéis da C&A (CEAB3) sofreram a pior queda do Ibovespa hoje e derreteram 3,98% a R$ 13,51.
A CEAB3 está em baixa de 23,93% no mês. No ano, acumula uma valorização de 74,77%.
Vamos (VAMO3): -3,71%, R$ 3,63
As ações da Vamos (VAMO3) estenderam as perdas do último pregão, quando já haviam tombado 3,33%, e recuaram 3,71% a R$ 3,63.
A VAMO3 está em baixa de 5,22% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 23,58%.
GPA (PCAR3): -3,01%, R$ 3,87
Completando os destaques negativos do Ibovespa hoje, as ações do GPA (PCAR3) fecharam em queda de 3,01% a R$ 3,87, após terem saltado 3,91% na véspera e liderado as altas do índice da B3.
A PCAR3 está em baixa de 5,15% no mês. No ano, acumula uma valorização de 51,76%.
*Com Estadão Conteúdo