A Azul passou a ser negociada de uma forma diferente na Bolsa brasileira nesta terça-feira (23). O ticker (código de negociação) AZUL4 deu lugar ao AZUL54. Mas não foi só o nome que mudou: o modelo como os papéis operam também foi alterado.
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A Azul passou a ser negociada de uma forma diferente na Bolsa brasileira nesta terça-feira (23). O ticker (código de negociação) AZUL4 deu lugar ao AZUL54. Mas não foi só o nome que mudou: o modelo como os papéis operam também foi alterado.
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Os ativos passaram a ser negociados em um novo lote padrão de 10 mil ações. Com isso, o preço exibido na tela deixa de ser unitário e passa a representar uma cesta de papéis. Na prática, para encontrar o valor real de cada ação, o investidor precisa dividir o preço de tela por 10 mil.
Às 13h51, as ações AZUL54 aparecem cotadas R$ 4.999,99, o que representa um valor unitário de R$ 0,499999, uma queda de 38,27% em relação ao preço de fechamento de segunda-feira (22), quando os papéis AZUL4 terminaram o dia a R$ 0,81.
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Em relação aos bônus de subscrição já existentes, que negociavam sob o código AZUL11, eles foram automaticamente convertidos em AZUL80, passando a operar em lotes de 10 mil ativos.
Um processo semelhante aconteceu com a Gol (GOLL54) em junho deste ano. A empresa trocou o ticker GOLL4 por GOLL54, passando a operar em lotes padrão de 1 mil ações. Agora o preço de tela do papel é de R$ 6, que corresponde, na verdade, ao valor unitário de R$ 0,006.
Como explicamos aqui, essa dinâmica, adotada automaticamente pela própria B3, ocorre para evitar que os ativos de uma empresa sejam negociados a preços muito pequenos, abaixo de centavos. A medida busca evitar especulações e tornar o ambiente de negociação mais seguro, principalmente para investidores de varejo.
A mudança faz parte de uma oferta pública de distribuição primária de ações ordinárias e preferenciais, protocolada na segunda-feira (22) pela aérea. A operação integra o plano de reorganização da empresa sob o Chapter 11 (plano de recuperação judicial nos Estados Unidos).
A oferta envolve a distribuição de 723,9 bilhões de ações ordinárias, ao preço de R$ 0,00013527 cada, e outros 723,9 bilhões de ações preferenciais, ao preço de R$ 0,01014509 por papel.
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A operação envolve R$ 7,44 bilhões. A maior parte desse volume, cerca de R$ 7,34 bilhões, está concentrada nas ações preferenciais, enquanto aproximadamente R$ 97,9 milhões correspondem às ações ordinárias.
Na prática, a empresa converterá títulos de dívida emitidos no exterior em participação acionária. O processo, no entanto, dilui os atuais investidores minoritários que não participarem da oferta.
“A captação de recursos para a conversão da dívida é mais um passo rumo à saída da Azul do Chapter 11 no início de 2026. No entanto, observamos que, dado o preço de conversão, espera-se uma grande diluição de patrimônio para os acionistas já existentes”, destacam os analistas André Ferreira, do Bradesco BBI, e Larissa Monte, da Ágora Investimentos, que têm recomendação de venda para a aérea.
Segundo a Azul, as novas ações preferenciais da oferta passarão a ser negociadas a partir do dia 8 de janeiro de 2026.
As ações ordinárias começarão a ser negociadas na mesma data, com o código AZUL53, em um lote padrão ainda maior, de 1 milhão de ações. Ou seja, para calcular o valor unitário dos ativos AZUL53, o investidor deverá dividir o preço de tela por 1 milhão.
A empresa irá garantir prioridade de subscrição aos acionistas. Esse direito de subscrição se dá sempre que uma companhia decide colocar mais ações à venda na Bolsa de Valores. Nesse caso, ela é obrigada a dar preferência de compra dessas novas ações aos seus atuais investidores.
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Na prática, funcionará assim:
Na oferta, as ações da Azul não poderão ser compradas em qualquer quantidade. A subscrição deverá ser feita em lotes mínimos (cestas de ações), definidos da seguinte forma:
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