O principal índice da B3 futuro inicia a semana ainda sob o efeito da desaceleração fim de ano: liquidez reduzida e agenda enxuta. Ainda nesta segunda-feira (29), está previsto o resultado primário do governo central de novembro, com entrevista virtual do secretário do Tesouro, Rogério Ceron.
Mesmo com a falta de ânimo nos mercados de ações, o Índice Bovespa e o real podem encontrar suporte nas fortes altas do petróleo (2,17%) e do minério de ferro (2,58%), após a China anunciar a expansão dos gastos fiscais em 2026, embora a cautela em Nova York limite movimentos.
No exterior, a escalada das tensões entre Estados Unidos e Venezuela, que reduzem o tráfego de petroleiros, e o noticiário sobre a guerra na Ucrânia, ganham destaque nos mercados internacionais.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia pode ser alcançado em algumas semanas, após reunião com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que disse que voltará a se encontrar com Trump em janeiro e que houve avanço nas negociações.
No câmbio, o dólar hoje avança levemente ante moedas fortes, enquanto sobe 0,29% ante o real, a R$ 5,56 na venda.
Ibovespa futuro: os destaques do mercado de ações nesta segunda-feira (29)
Boletim Focus corta previsão do IPCA abaixo do teto da meta
O boletim Focus do Banco Central (BC) atualizou, nesta segunda-feira (29), as previsões para os principais indicadores econômicos, incluindo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e taxa Selic.
A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2025 caiu de 4,33% para 4,32%. A taxa está 0,18 ponto porcentual abaixo do teto da meta, de 4,50%. A projeção para o IPCA de 2026 caiu de 4,06% para 4,05%.
A mediana do relatório Focus para a Selic no fim de 2026 segue em 12,25%. Já a projeção do boletim Focus para o fim de 2027 continuou em 10,50% pela 46ª semana seguida.
PT lidera preferência dos brasileiros, mostra Datafolha
O PT segue como o partido preferido dos brasileiros, citado por 24% dos entrevistados, feito que mantém desde o final da década de 1990. O PL vem em segundo lugar, citado por 12%, a sigla é alavancada na memória nacional pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que está preso, mostra pesquisa Datafolha, divulgada pelo Broadcast Político. Contudo, 46% dos brasileiros dizem não ter preferência por nenhum partido político. O MDB, que foi o terceiro colocado, registrou 2% da preferência do eleitorado.
De acordo com o instituto, o cenário é de estabilidade para o PT no terceiro governo Lula, cujos índices variaram de 23% a 27%. Já a legenda de Bolsonaro alcançou índice recorde na série histórica, iniciada em 1989.
A pesquisa foi feita com 2.002 pessoas com 16 anos ou mais entre os dias 2 e 4 de dezembro, em 113 municípios. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos.
O que mais repercute no Ibovespa hoje
No noticiário doméstico, repercutem a prorrogação por um mês da isenção de Imposto de Renda (IR) sobre lucros e dividendos e a acareação (pôr em causa a veracidade de um dos depoimentos) do diretor de Fiscalização do Banco Central, Aílton de Aquino, marcada para amanhã, com Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, e Paulo Henrique Costa, ex-presidente do BRB, ambos investigados.
Investidores avaliam também os dados locais. O mercado espera déficit primário do Governo Central de R$ 13,25 bilhões, depois de superávit de R$ 36,527 bilhões em outubro, pressionado por despesas discricionárias, Previdência e BPC.
Já o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou ligeira queda de 0,01% em dezembro, após ter subido 0,27% em novembro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). A variação no mês ficou abaixo do intervalo das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast, que ia de alta de 0,04% a avanço de 0,30% para o mês, com mediana de 0,17%.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou, com vetos, o PLP 128/2025, que corta benefícios tributários em 10% e amplia a tributação sobre apostas eletrônicas, fintechs e juros sobre capital próprio (JCP), com impacto superior a R$ 20 bilhões na meta fiscal de 2026, que prevê superávit de R$ 34,3 bilhões.
Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa futuro.
*Com informações de Silvana Rocha e Maria Regina Silva, do Broadcast