- Em 1º de janeiro, a moeda norte-americana era negociada a R$ 5,19, atingindo seu pico de R$ 5,87 em 8 de março
- De lá para cá, o dólar entrou em tendência de queda e já se desvalorizou ante o real em 13,85%, ficando perto da faixa dos R$ 5
- Por conta da vacinação, que já está mais avançada lá fora, especialista acredita que é um bom momento para investir no exterior
Ainda é muito cedo para afirmar se a viagem para Disney voltou ao radar dos brasileiros, mas é fato que o dólar variou muito ao longo de 2021. Em 1º de janeiro, a moeda norte-americana era negociada a R$ 5,19, atingindo seu pico de R$ 5,87 em 8 de março.
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De lá para cá, o dólar entrou em tendência de queda e já se desvalorizou ante o real em 13,85%, ficando perto da faixa dos R$ 5. Nesta segunda-feira (14), a moeda norte-americana fechou em queda de 0,05% cotada a R$ 5,06.
Segundo informações da Reuters, fundos e especuladores do mercado futuro dos Estados Unidos estariam tomando posições compradas no real, ou seja, estão apostando na valorização da nossa moeda. É a primeira vez em dois anos que isso acontece.
Por que a moeda se desvalorizou?
Para Sandra Blanco, estrategista-chefe da Órama Investimentos, os principais motivos da queda da moeda norte-americana foram a melhora das contas públicas e a retomada das pautas de reforma, principalmente a administrativa e a tributária.
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Além disso, a especialista ainda cita como um dos motivos a elevação da taxa básica de juros Selic, feita pelo Banco Central nas duas últimas reuniões do Copom. Vale lembrar que, em maio, a autoridade monetária subiu a Selic de 2,75% para 3,50% ao ano. “O que atrai mais investidores estrangeiros para o País”, afirma Blanco.
Outro fator que teve um peso relevante na desvalorização do dólar foram os resultados do Produto Interno Brasileiro, o PIB, que cresceu em 1,2% no primeiro trimestre de 2021, superando as expectativas do mercado.
Para Thiago Vitorello, analista CFA e CFP e gestor da Taler Gestão de Patrimônio, os principais motivos que fizeram o dólar baixar estão relacionados à melhora do ambiente político e também à balança comercial.
“Com toda essa ascensão das commodities no ambiente internacional, você começa a ver que o ambiente para as exportadoras está muito propício. Mas grande parte dos exportadores está mantendo o dólar lá fora”, diz Vitorello.
Investimento na moeda ou em ativos do exterior?
Para aqueles que desejam aproveitar o momento para investir em dólar, há uma série de produtos que possuem exposição à moeda. Entre eles os fundos cambiais BV Usd Short Cambial FIC e Trend Short Dólar FI Cambial, fundos de investimentos internacionais, como Trend Bolsa Americana Dólar FIM.
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Por conta da vacinação, que já está mais avançada lá fora, Blanco acredita que é um bom momento para investir no exterior. “Para investidores que não têm uma carteira global, mas têm ações, ter dólar via fundo cambial ou derivativo pode fazer mais sentido, mas vai depender muito do tipo de investidor e do seu objetivo”, diz Blanco.
Vitorello afirma que é sempre um bom momento para investir no mercado internacional. “Como vivemos em um país muito indefinido, com muita insegurança jurídica, principalmente quando vemos os acontecimentos políticos dos últimos 20 anos, investir no mercado internacional acaba sendo uma bela proteção para a carteira”, diz.
Perspectivas para 2021
De acordo com os especialistas, o que vai mexer com a cotação do dólar ao longo de 2021 e que os investidores precisam ter atenção são os gastos do governo, a continuidade da agenda de reformas e os preços das commodities. “Trabalhamos com uma projeção de R$ 5,40 a R$ 5,60 até o final do ano”, afirma Blanco.