- Com a aprovação da privatização da Eletrobras na Câmara Federal nesta segunda-feira (21), por 258 votos a favor e 136 contra, o mercado está otimista com a possibilidade de investimento na elétrica
- Os papéis da Eletrobras fecharam a segunda-feira valorizados. As ações preferenciais (ELET6) cresceram 3,86%, custando R$ 47,62. Já as ordinárias (ELET3) tiveram alta de 2,99%, cotadas a R$ 47,60
- A votação da MP foi recheada de discussões entre partidos governistas e opositores
Com a aprovação da privatização da Eletrobras na Câmara Federal nesta segunda-feira (21), por 258 votos a favor e 136 contra, o mercado está otimista com a possibilidade de investimento na elétrica. Depois de ter passado pelo Senado na última quinta-feira (17), a Medida Provisória (MP 1031/21) segue agora para sanção presidencial um dia antes de perder a validade.
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Os papéis da Eletrobras fecharam a segunda-feira valorizados. As ações preferenciais (ELET6) cresceram 3,86%, custando R$ 47,62. Já as ordinárias (ELET3) tiveram alta de 2,99%, cotadas a R$ 47,60.
Na sexta-feira (18), após aprovação no Senado, o Goldman Sachs apresentou novos preços-alvos das ações para os próximos 12 meses. Os valores são de R$ 48 para os papéis ELET3 e R$ 53 para ELET6.
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Nas duas casas legislativas, o texto original havia sido alterado com emendas que causaram polêmicas entre os parlamentares. Apesar de vários “jabutis” do Senado terem sido recusados pelo relator, o deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), a medida foi aprovada com alterações que incluem aumento de gastos para a empresa e consumidores.
Para o head de research da Ágora Investimentos, José Cataldo, o preço atual já é reflexo do cenário positivo para a empresa. Entretanto, ainda estão pendentes “outros obstáculos” como o cálculo de investimentos para as usinas nucleares de Angra e a finalização do processo de capitalização pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
“Nesse curtíssimo prazo, não avaliamos grandes quedas ou crescimentos bruscos. Quando todos os obstáculos forem ultrapassados, podemos calcular os papéis entre R$ 65 e R$ 70”, destaca Cataldo. Ele ressalta que a expectativa é que o processo seja finalizado ainda no começo de 2022, antes do período de campanhas eleitorais.
De acordo com Gustavo Akamine, analista da Constância Investimentos, o mercado está otimista apesar da espera pelos próximos passos. “A estimativa é que, com a efetivação da privatização, os papéis cheguem em torno de R$ 65”, comenta Akamine. Entretanto, ele destaca que o valor esperado pode ser alterado com diferentes variáveis. “Uma questão é saber o valor que o governo federal vai receber porque é uma quantia paga diretamente da Eletrobras para o governo. Outra variável é saber como vai acontecer o processo de capitalização da Petrobras, que é estimado em, pelo menos, R$ 25 bilhões para União perder controle da Eletrobras”, explica.
Para o sócio e economista da VLG Investimentos e professor da FIA Leonardo Milane, a aprovação possibilita uma nova visão do investidor estrangeiro. “A privatização da Eletrobras é um excelente sinal para o investidor estrangeiro no Brasil. O País mostra uma atitude de país desenvolvido, um país que é pró-negócio em que os governos não interferem exageradamente na economia ou nos setores”, defende Milane.
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O economista ainda reforça que a aprovação da MP é uma das notícias mais positivas e relevantes nos “últimos vários anos”, por ser algo impensável em diferentes governos e ciclo políticos.
De acordo com Ricardo Schweitzer, sócio-fundador da Nord Research, as ações da elétrica caíram durante o processo de tramitação por medo de perda da validade, já que a data limite para a votação seria esta terça-feira (22).
Schwitzer explica que o surgimento dos “jabutis” gerou uma preocupação de que a MP poderia acabar esvaziada por conta do eminente vencimento, o que levou à queda de mais de 3% na quinta-feira (17), dia da votação no Senado. “Mas quando conseguiu compor politicamente no Senado para aprovação, as preocupações se dissiparam e as ações voltaram a subir”, diz.
Histórico da MP e influência no contexto político
A votação da MP foi recheada de discussões entre partidos governistas e opositores. Inicialmente, a MP foi aprovada na Câmara no dia 20 de maio e no Senado em 17 de junho. Porém, por ter sofrido alterações pelos senadores, retornou para apreciação dos deputados.
As inserções resultam em maiores gastos para a empresa, o que causou incerteza para investidores e possíveis investidores, além de atemorizar a sociedade para o aumento de taxas de energia elétrica.
Enviada ao Congresso em 23 de fevereiro deste ano, a medida põe em prática o processo de privatização prometido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na eleição de 2018.
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