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- Em 5 anos, saímos de uma taxa de 14,25% ao ano para os atuais 2% ao ano. A boa notícia para o País tornou-se uma dor de cabeça para o investidor
- A maior transformação, acredito, é a mais silenciosa: o perfil de investidor passa a contar menos na hora de escolher onde aplicar o seu dinheiro. Com isso, tomar mais risco com uma parte da sua carteira torna-se uma necessidade
- Essa transformação que estamos vivendo tem precedentes – os investidores americanos, europeus e japoneses aprenderam há tempos como investir bem com juros negativos. Onde? Na Bolsa, é claro
Quando a taxa Selic morava no patamar de dois dígitos, era muito mais simples o trabalho de escolher as suas aplicações e montar a sua carteira. Dentro de cada perfil de investidor, havia alternativas para todos, sempre com boa rentabilidade. Com isso, o perfil de investidor era sagrado: ações, só para quem fosse tivesse o perfil agressivo.
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No entanto, muito mudou desde que o Comitê de Política Monetária (Copom) lançou ciclos de cortes dos juros. Em 5 anos, saímos de uma taxa de 14,25% ao ano para os atuais 2% ao ano. A boa notícia para o País (juros baixos são grandes aceleradores da economia) tornou-se uma dor de cabeça para o investidor.
A maior transformação, acredito, é a mais silenciosa: o perfil de investidor passa a contar menos na hora de escolher onde aplicar o seu dinheiro. Com isso, tomar mais risco com uma parte da sua carteira torna-se uma necessidade.
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Caso contrário, quem tivesse o perfil conservador mal conseguiria obter uma rentabilidade real da sua carteira. Com os juros de 2% ao ano, temos hoje uma realidade de juros reais negativos. Quem diria. Há tão pouco tempo, éramos os campeões globais em juros reais.
Essa transformação que estamos vivendo tem precedentes – os investidores americanos, europeus e japoneses aprenderam há tempos como investir bem com juros negativos. Onde? Na Bolsa, é claro.
Já estamos vendo este movimento com força no Brasil. O número de novos investidores na B3 cresceu 120% em 2020 e já ultrapassa o número de 3 milhões. Em 2015, eram 557 mil.
Junto com o perfil de investidor, passa então a contar também o objetivo da aplicação. Se for para um investimento de longo prazo, assumir mais risco torna-se algo aceitável (ou mesmo desejável). Ainda que o seu perfil seja conservador.
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Sabe por quê? A tendência histórica das Bolsas é de alta. De acordo com estudo realizado pela consultoria Economatica, o Ibovespa rendeu, na média, 6,88% nos últimos 50 anos, contra 0,99% da poupança. Investir em ações no longo prazo significa investir no crescimento econômico do país.
Vamos pegar o exemplo clássico do planejamento para aposentadoria. Como o horizonte de tempo é maior, dá para investir em renda variável sem receio. Afinal, você não está preso à pressão de ter que vender aquela ação em determinada data. Caso o valor da ação caia e você não acredite que a empresa esteja rumo à derrocada, você pode esperar para ela retomar o crescimento ou até mesmo aproveitar a liquidação para comprar mais ações.
Para investidores de curto prazo, um tombo no valor de uma ação é prejuízo na certa. Para quem tem um horizonte maior, é uma oportunidade. É possível ser estratégico e esperar a melhor hora de vender.
O essencial é ter equilíbrio – leia-se, diversificar a sua carteira. Não dá para ter todo o seu patrimônio investido na Bolsa, não importa qual seja o seu perfil de investidor. Liquidez e dinheiro em caixa seguem soberanos. No entanto, você pode, sim, ter uma parte da sua carteira em renda variável. A diversificação permite que você corra mais riscos com uma parte das suas aplicações, pois outra é protegida com investimentos mais conservadores.
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Por isso, o novo critério é simples. Pare e reflita: qual porcentual do seu patrimônio você sentiria que conseguiria investir em ações e ainda dormir em paz? É por ele que você deve começar.